segunda-feira, abril 21

Debater as policies


Ainda que aceitando a diversidade de interpretação que os textos permitem, uma ideia muito mais importante a discutir sobre este texto de PKM, link a haver discussão de 'policies', seria esta:
"A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) deu um sinal de vida! Poucas semanas depois de ter sido ignorada no âmbito da discussão nacional sobre a capacidade do Estado em regular e monitorizar as parcerias público-privadas (PPP) com gestão clínica, eis que a ERS reage à ofensa e actua na conta, peso e medida de uma entidade que, afinal, nos quer convencer de que sabe o que anda a fazer."
O aparente zurzir nos HHs EPE link é somente resultado do facto de termos um primeiro-ministro que justifica uma alteração do modelo de PPP para a Saúde (esta é uma discussão de 'Policies') aludindo no seu discurso ao 'sucesso indiscutivel' do modelos EPE (???) e à incapacidade reguladora do estado (???).
Quem consegue então provar o sucesso dos EPE? E quem, e onde, quer discutir o papel da ERS? Aqui neste blogue? e quem nos comprova, com os mesmos crítérios, o falhanço do modelo PPP com gestão clínica?
Esta discussão, sobre policies, alude às ideias subjacentes na entrevista do Prof Campos e Cunha: não foi o sucesso dos EPE que justificou a alteração do modelo PPP. Foi a demagogia eleitoralista (politics). E por isso é uma decisão revoltante. Não é séria e foi mais uma das que contribuiu para o 'pântano' em que o SNS mergulhou depois da injustificada demissão do Prof. Correia de Campos.

Outra ideia que poderia ser discutida neste blogue, houvesse uma visão menos defensora das "politics" do Partido Socialista, seria este extracto do texto:
"Curiosamente, esta unidade hospitalar apresentava em 2006, um resultado operacional negativo de -10,675.754.22 milhões de euros representando, em relação a 2005, um aumento dos resultados negativos de 5.49%. Sendo que este é, aliás, um dos muitos hospitais cujas contas de 2007 não estão ainda divulgadas no website da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), sem qualquer explicação ser apresentada por esta entidade, ficamos curiosos para analisar as contas deste hospital no sentido de procurar a evidência que nos demonstre a mais-valia desta acção ilegal de obstrução à utilização dos serviços públicos.
A ERS que acertou em cheio. Mas continua a ter que provar para que serve."

Bem haja o debate democrático de ideias. Com que alguns bloggers do 'saudesa' não convivem nada bem.
Woody Allen

12 Comments:

Blogger Joaopedro said...

O modelo EPE tem dado provas de ser adequado a uma gestão efiente dos hospitais do SNS.

Até a administração do hospital de Aveiro consegue bons resultados.

«O Hospital Infante D. Pedro EPE, Aveiro, reduziu em 2007 o défice em cerca de três milhões de euros e mantém este ano o aumento de produção clínica, segundo dados hoje divulgados pela administração. link

Se até o irmão do MD consegue ser bom gestor a tripular o modelo EPE, o caro amigo WA quer melhor evidência?

12:35 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

Quem consegue então provar o sucesso dos EPE?

O exemplo do JP é feliz.

Efectivamente depois dos recentes resultados do Hospital Infante Dom Pedro onde o irmão do MD é gestor, quem ousa dizer que não há evidência a comprovar a eficiência do modelo?

12:45 da manhã  
Blogger woody allen said...

Não se devia brincar com coisas sérias. Sobretudo porque a 'joapedro' e 'hospitaisepe' são pessoas que têm tido responsabilidades no SNS.
Onde está o relatório e contas desse hospital? Depois de uma análise rigorosa poderemos analisar como foram esses resultados conseguidos.
Infelizmente, mesmo que esse hospital tenha alcançado esses 'bons resultados'(i.e.: será que a população necessitava mesmo de mais consultas de ambulatório e cirurgias como anunciado?) os 'menos bons resultados' de outras duas dezenas de hospitais EPE deitam por terra a tese (rasteirinha) destes dois amigos bloggers.

Os factores de ineficiência dos hospitais portugueses (públicos e privados) não se esgotam no modelo de gestão hospitalar que até podia ser outro qualquer. E são conhecidos pelo menos uma dezena de possíveis modelos de gestão... e respectivo financiamento! (dois fenómenos indissociáveis...)

Por outro lado, estes dois defensores dos hospitais EPE (que chutam bolas para o ar)parecem ser apenas capazes de o fazer através de argumentos de defesa clubista e emotiva de uma bandeira... A verdade é que qualquer sucesso efectivo dos hospitais EPE será sempre a partilhar entre Luís Filipe Pereira e o Prof. Correia de Campos. O que não vos dá muito espaço para grandes festejos clubistas.

Infelizmente, a verdade é bem mais crua do que os vosso olhos querem e gostariam de ver. Também gostariamos de conseguir ver grande sucesso nesta aventura SA/EPE. Mas o que vemos é a perpetuação de um modelo de gestão hospitalar esgotado que continua a não dar resposta às necessidades reais da nossa população... infelizmente, esta é uma questão dificil de discutir de forma rasteirinha...

E a ERS? Outra questão dificil de discutir de forma rasteirinha. É mais fácil mandar bolas para o ar como dizia o 'bibó porto'. Mas não hão-de faltar oportunidades.

9:23 da manhã  
Blogger saudepe said...

Várias ideias, várias policies a discutir.
«Quem consegue então provar o sucesso dos EPE ?»
O modelo é de implementação recente, como se sabe, mas tem vindo a dar provas seguras de operacionalidade num leque extenso de hospitais. Em hospitais em situação económico financeira grave em hospitais de grande estrutura. É um modelo que permite ganhos de eficiência a par da melhoria da qualidade. Embora curta a experiência tem-se revelado segura produtora de prova de evidência que justifica o investimento neste modelo.
E das PPP com gestão clínica, o que se sabe? Absolutamente nada, uma vez que se trata de uma estreia mundial. Um verdadeiro tiro no escuro. Qual a justificação para correr tamanhos riscos? A certeza de que se manda um número elevado de trabalhadores do estado para a mobilidade?
Será o facto de a ERS produzir um ou outro intermitente pequeno lampejo que nos vai dar garantia para investir na aventura PPP?
«Não foi o sucesso dos EPE que justificou a alteração do modelo PPP. Foi a demagogia eleitoralista (politics). E por isso é uma decisão revoltante.»
São afirmações destas que nos fazem crer que o WA não está interessado num debate sério da saúde. Mas apenas impor ideias à matraca.
A discussão sobre a “necessidade” de alteração do modelo das PPP já vinha sendo feita há muito. CC, defendia a sua aplicação após análise caso a caso. Por exemplo para o Hospital de Todos os Santos CC entendia que PPP devia ser só de construção em função do elevado número de trabalhadores da saúde que esta centralização envolvia (mobilidade, entenda-se).
A decisão de circunscrever a experiência das PPP com gestão clínica a quatro hospitais (não a extinção) é ajuizada. É suficiente. E legitima. Decidida pelo primeiro ministro de um país democrático. Tecnicamente aceitável. Nada tendo de revoltante. A não ser para quem vê nesta medida a frustração de um objectivo político essencial: a privatização acelerada do nosso sistema de saúde.

O que PKM e o WA dizem sobre desenvolver/promover o debate sobre ‘Health Policy’, renegando a ‘health politics’, é treta. Basta ter em atenção a análise deste e doutros textos das suas crónicas quinzenais do DE. Repletos de afirmações peremptórias (diria ideológicas), pouco fundamentadas (tipo pescadinha, antes do ser já o era, redondas, portanto) . Zelosa preocupação de acompanhamento da agenda política do governo. Leva-nos a concluir que o nível de intervenção de PKM e WA no debate da saúde só pode ser classificado no plano da health politics’.

9:38 da manhã  
Blogger tambemquero said...

A sua desconfiança em relação ao modelo EPE pode ser atenuada com este pequeno estudo.
Outros se seguiram para sossego do senhor WA.

A maior eficiência dos hospitais empresarializados (EPE), face aos que mantiveram o estatuto de sector público administrativo (SPA), é uma das conclusões a que chega um estudo publicado no «Boletim Económico – Primavera 2008», publicado pelo Banco de Portugal, no dia 15, e disponível no site da instituição (www.bportugal.pt). «Os resultados de ambas as abordagens evidenciam ganhos de eficiência dos hospitais-empresa face aos hospitais que foram mantidos dentro das administrações públicas», lê-se no documento que, todavia, também refere que «os efeitos estão longe de ser expressivos». No texto salienta-se ainda que «os níveis de eficiência sugerem que os hospitais EPE eram menos eficientes que os SPA antes da reforma e, nos anos seguintes, melhoraram a sua posição relativa». Contudo, chama-se a atenção para o facto de «a pior situação de “partida” dos hospitais-empresa» poder ter implicações na análise, «na medida em que as unidades com melhores práticas têm menores oportunidades para melhorar os seus indicadores».
O estudo teve como objectivo «a avaliação dos impactes da reforma do sector hospitalar público do final de 2002 sobre a eficiência técnica», recorrendo à «análise do desempenho relativo», mas sem contabilizar indicadores de qualidade ou de discriminação de acesso.

TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2008.04.21

3:39 da tarde  
Blogger woody allen said...

Caro saudepe,

A seriedade do debate depende do espaço que temos e do carácter de cada um. Poderia questionar a seriedade da 'joapedro' e 'hospitaisepe' se não fossem colegas, não é?

PERMITA QUE COMENTE O SEU POST.

"O modelo é de implementação recente, como se sabe, mas tem vindo a dar provas seguras de operacionalidade num leque extenso de hospitais." É MUITO VAGO. POR OUTRO LADO, O MODELO NÃO É TÃO RECENTE ASSIM (2002-2008). E MESMO ASSIM, ESSE SUCESSO VAGO SERÁ ATRIBUIIVEL AO MODELO SA/EPE OU ÀS PESSOAS?
" Em hospitais em situação económico financeira grave em hospitais de grande estrutura. É um modelo que permite ganhos de eficiência a par da melhoria da qualidade." NÃO CONHECEMOS EVIDÊNCIA PARA A AFIRMAÇÃO RELATIVA Á QUALIDADE. E A MELHORIA DE EFICIÊNCIA AINDA ESTÁ PARA COMPROVAR. COMO A DEFINE?

"Embora curta a experiência tem-se revelado segura produtora de prova de evidência que justifica o investimento neste modelo." ONDE ESTÁ ESSA EVIDÊNCIA? DE QUALQUER FORMA, O QUE ESTÁ EM CAUSA NÃO É SE VALE A PENA INVESTIR NO MODELO SA/EPE. É A JUSTIFICAÇÃO DE ALTERAR O MODELO PARA A 2ª VAGA DAS PPP HOSPITALARES MANTENDO A 1ª VAGA NA MESMA? HÁ ENTÃO EVIDÊNCIA PARA MANTER A 1ª VAGA?

Caro 'saudepe',
A seriedade do debate depende do espaço que temos e do carácter de cada um. Poderia questionar a seriedade da 'joapedro' e 'hospitaisepe' se não fossem colegas, não é?


"A discussão sobre a “necessidade” de alteração do modelo das PPP já vinha sendo feita há muito" SIM. PELO MENOS DESDE 2003 INCLUSIVE PELO PRÓPRIO PKM E, ATÉ, POR LUÍS FILIPE PEREIRA.

"A decisão de circunscrever a experiência das PPP com gestão clínica a quatro hospitais (não a extinção) é ajuizada. É suficiente." É A SUA OPINIÃO. QUE NÃO É COERENTE COM A SUA DÚVIDA EM RELAÇÃO AO 'TIRO NO ESCURO' QUE REFERE MAIS ABAIXO NEST SEU POST.

"...E legitima. Decidida pelo primeiro ministro de um país democrático..." ORA, AQUI É QUE ESTÁ UMA ANÁLISE INTERESSANTE. A DECISÃO NÃO DEVIA TER SIDO DA NOVA MINISTRA DA SAÚDE? TALVEZ NEM SEJA NECESSÁRIO, ATÉ ÁS ELEIÇÕES, TER UMA EQUIPA MINISTERIAL NA SAÚDE. SEMPRE SE POUPAVAM ORDENADOS E DESPESAS DE DESLOCAÇÃO.

"Nada tendo de revoltante. A não ser para quem vê nesta medida a frustração de um objectivo político essencial: a privatização acelerada do nosso sistema de saúde." SÓ FICA REVOLTADO QUEM PAGA IMPOSTOS E TEM CONSCIÊNCIA DOS PROCESSOS DE DESBARATAR OS RECURSOS PÚBLICOS VERIFICADOS NO SNS. A PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE? NUNCA! O PROBLEMA NÃO RESIDE NESSA SUA VISÃO TRADICIONAL QUE O IMPEDE DE VER PARA ALÉM DA QUADRATURA (COM TODO O RESPEITO POIS É UM PROBLEMA GERACIONAL). O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (QUE É APENAS UMA PARTE DO SISTEMA DE SAÚDE QUE REFERE) NÃO GARANTE AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS CONFORME DEMONSTRADO PELOS QUASE 30% DE DESPESA PRIVADA A QUE O 'SISTEMA' OBRIGA A NOSSA POPULAÇÃO. O 'SAUDEPE' ESTÁ PRESO NA LÓGICA DA PRESTAÇÃO. É UMA OPINIÃO QUE RESPEITAMOS. MAS NÃO É ESSA A DISCUSSÃO QUE TEREMOS QUE TER SOBRE REGULAÇÃO. A SEU TEMPO.

SOBRE TRETAS, ESTAMOS CONVERSADOS COM AS SUAS. TEMOS É UM PROBLEMA SEMÂNTICO QUE A LÍNGUA PORTUGUESA NÃO RESOLVEU.
SE QUISER, PARA SIMPLIFICAR, A 'POLITICS' É A ACÇÃO BASEADA NA PREOCUPAÇÃO EM GANHAR AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.
AS POLICIES É A ACÇÃO BASEADA NA PREOCUPAÇÃO EM GARANTIR QUE A POPULAÇÃO TEM O QUE NECESSITA E QUE OS 10% DO NOSSO PIB CRIAM VALOR PARA A SOCIEDADE PORTUGUESA. E PARA ESSE OBJECTIVO, ESTARIAMOS A IMPLEMENTAR DE FACTO OUTRAS ACÇÕES... (INCLUSIVE AS QUE O PROF. CC INICIOU).

"Zelosa preocupação de acompanhamento da agenda política do governo." ? PELO CONTRÁRIO. DISTO É QUE O PM NÃO QUER QUE SE FALE. Ó 'SAUDEPE', TENHA DÓ DA NOSSA INTELIGÊNCIA.

Deixamos-lhe VOTOS DE QUE O SEU PARTIDO GANHE E QUE O MANTENHA FELIZ COM UM BOM EMPREGO OU UMA BOA REFORMA?) DE FAZER INVEJA AOS MILHARES DE NOVOS DESEMPREGADOS SURGIDOS DESDE MEADOS DE 2005.

Um Abraço, a quem quer que seja!

4:40 da tarde  
Blogger saudepe said...

O joaopedro e o hospitaisepe brincam consigo porque a maioria dos seus argumentos tem graça. Quando quiser questionar a seriedade das intervenções do joaopedro ou hospitaisepe, faço-o directamente porque eu não tenho o prazer de os conhecer.
A SaudeSA não é propriamente uma tertúlia de militantes do PS. Longe disso. Do PSD muito menos.

«O sucesso vago será atribuível ao modelo SA/EPE ou às pessoas.»
Eu não disse? Esta tem graça.
Quer dizer, o modelo ou pode funcionar sem pessoas ou todas as pessoas nomeadas para os HH EPE são uns iluminados.

O sucesso do modelo não é assim tão vago. Aí temos os resultados positivos dos HHs a comprová-lo
(redução de custos com aumento/melhoria da produção) . Bem como o aparecimento de alguns estudos.
E como melhoria de qualidade poderei referir o significativo aumento da cirurgia de ambulatório, das primeiras consultas, por exemplo.

Pôr termo ao desastre das PPP, tratou-se de uma decisão acertada do primeiro ministro (certamente proposta pela ministra da saúde, Ana Jorge). Quem o dis LCC. O referido artigo de Luís Campos Cunha, académico insuspeito, assim conclui.

Para corrigir determinados excessos foi necessário mexer nas taxas moderadoras e no regime de comparticipação de medicamentos. Medidas que não prejudicaram o acesso dos portugueses aos cuidados de saúde. Embora tenha havido a preocupação de introduzir posteriormente factores de correcção para as populações mais desfavorecidas.
Portugal é entre os países da OCDE um dos que apresenta indicadores de Saúde mais favoráveis.
Mesmo assim o Woody Allen tem o desplante de afirmar que a Saúde caiu no pântano (aonde é que eu já ouvi esta?).
No pântano?
Nem o Salvador tem o desplante de fazer tal afirmação.
No pântano?
O que é isto senão uma afirmação desonesta. Isto é politics do mais rasteirinho. Do mais rasquinha possívl !

Desculpe-me que lhe diga. O WA não argumenta. Matraca slogans. Em maiúsculas furiosas.
Depois vem com essa do «Bem haja o debate democrático de ideias. Com que alguns bloggers do 'saudesa' não convivem nada bem.».
Tretas.
Mais tretas.
E não se fie no handicap geracional que ele não é o que pensa. O Saudesa não é nenhuma brigadada terceira idade.
O WA também já tem os seus anitos. Isso com a tailandesa, ou vietnamita, só lá vai com os comprimidinhos azuis.

As vistas curtas resultam, por vezes, como se dizia na faculdade, do marranço. Sobra em vontade o que falta em talento.
E isto de CCs e LCC não há por aí aos pontapés.

A tragédia recente deste país resultou como se deve lembrar da fuga do camarada Barroso. Que, esperto como é, entendeu rapidamente que em terra de cegos… mas também que santos da casa não fazem milagres. E em tempo oportuno pôs-se ao fresco.
O que este Governo, estou certo, nunca fará é pegar no sector da Saúde e entregá-lo em PPPs aos ditos empresários privados. Os nossos concidadãos desempregados nunca nos perdoariam.

Como a Pilar Vicente, da FNAM ("Sistema Nacional de Saúde, que Futuro?",) recentemente referiu. Os liberais da nossa praça pretendem implementar um Serviço de Saúde tipo EUA. Um modelo que já falhou. Repleto de PPPs, pagas pelo nosso OE. Tal como sucede com as Scuts. Até dois mil e troca o passo.
São estes investidores privados, para dar cobertura aos seus negócios, nomeadamente da Saúde, necessitam de académicos brilhantes, capazes de dar umas pinceladas de racionalização às suas iniciativas desvairadas.

7:28 da tarde  
Blogger Tá visto said...

A discussão sobre este tema está tão quente que recomendaria a prudência que me mantivesse afastado. Não consigo porém deixar de intervir para dizer que há entre a health policy e health politics, uma terceira via. A portuguesa naturalmente.
Como assim? Vejamos o caso Amadora Sintra:
- O Tribunal de Contas faz uma análise às contas do dito hospital e conclui que o Estado é credor de 77,9 milhões de euros. O grupo Mello discorda e um Tribunal Arbitral de nomeação política (daqueles de que Campos e Cunha fala), sendo Ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, dá razão à sociedade gestora e o Estado, que se considerava credor, viu-se obrigado a pagar uma indemnização de 38,2 milhões ao Grupo Mello por incumprimento do contrato em 2000 e 2001. Ou seja, há entre as duas entidades uma diferença de avaliação de 116 milhões de euros.
Um Governo decide, com base nesta experiência, que é mais prudente restringir a gestão clínica privada a apenas 4 hospitais construídos em PPP. Esta decisão configura uma situação de health policy ou health politics? Está indeciso? É natural pois nem uma coisa nem outra. Configura sim uma situação de caso de polícia.

9:26 da tarde  
Blogger saudepe said...

Isto de escrever em andamento tem os seus inconvenientes.
Lista de correções:
Quem o diz é LCC (Luís Campos Cunha) - 12.º linha;
possível - 32.ª linha;
Brigada da - 40.ª linha.

10:53 da tarde  
Blogger woody allen said...

Saudepe,

Já andamos a contar as linhas para passarmos as suas correcções ao Prof. PM.

Estamos agora convencidos do sucesso dos hospitais EPE. Os cidadãos do Portugal profundo é que continuam com dúvidas. Mas não é para esses que se governa a pertir de Lisboa, claro. Em resumo:

1º) woody allen defende o cancelamente do todas as PPP. Essa posição é que não seria demagogia (politics mas seria uma de policies). Ou seja, com que legitimidade, e justificação, se "dá um tiro no escuro" e se encurrala o estado num erro para os próximos 30 anos? Parece que estão a interpretar ao contrário.
2º) ninguém quer discutir a ERS que surgiu a pedido da 'família rosa' para boicotar a reforma dos CSP preconizada por Luís Filipe Pereira (que até nem era muito diferente da seguida pelo prof. Correia de Campos). A ERS é, agora, um estorvo, um agente a mais. Alguém que pode aparecer para jantar mas nunca é convidado para as jantaradas dos camaradas. Ninguém a leva a sério pois os mais altos dirigentes do país a insultam e humilham sem ninguém vir em seu socorro. Portanto, ninguém quer discutir regulação neste blogue.
3º o tá visto introduz uma nuance na língua inglesa: policies, politics e police! O caso, tá visto, até seria para o MI5... Excelente, a intervenção do tá visto!
4º o pequeno estudo 'independente' do BP referido por 'tambemquero' quase deturpava a discussão. É que o Primeiro Ministro quer-nos a comparar e demonstrar a eficiência dos hospitais de gestão privada com a dos EPE e não a comparação EPE-SPA. O argumento do Sr. Eng. Sócrates é que o sucesso dos EPE garante vantagens em relação à gestão privada!!! Excepto nos 4 casos da 1ª vaga... isto é raciocinio de engenheiro. Dificil de interpretar para nós mortais investigadores que acompanhamos os Profs pensantes da nossa praça. É mais fácil perceber o Prof. Paulo Moreira nas suas incursões abstractas do que o raciocionio de um engenheiro deste nível.

5º o irmão do Dr. Manuel Delgado, amigo do nosso prof. PKM, deverá ser o próximo ministro da saúde.

Foi um debate e peras!

9:24 da manhã  
Blogger saudepe said...

O Caro amigo WA também sabe ser cordato, sereno e claro quando quer.
Um final com golo à lizandro (PPP).
Um abraço onde estiver.

2:25 da tarde  
Blogger MPO said...

Este foi um debate interessante. Quase fora da quadratura.

Há poucas pessoas a dizerem o que realmente pensam pois o país é pequeno e a liberdade de pensamento não é aceite pelos que estão no poder no SNS (governo, ARS, administrações, ect.) ou nos lóbis (grupos privados, ANF, Apifarma e associados, as Ordens, etc).

Mas, enquanto tivermos mentes estudiosas e livres como o Prof. Sakellarides, o Prof. Daniel Serrão, o Prof. Lobo Antunes, o Prof. Vaz Carneiro, o Prof. Cipriano Justo, o Dr. Paulo Mendo e uns pouco mais, temos tido a felicidade e boa ventura de que aparece sempre uma luz ao fundo do túnel nas grandes críses. Mas quando esta geração se reformar há poucos descendentes potenciais entre os mais jovens com o mesmo nível intelectual e capacidade de comunicar de forma simples e estimulante, perturbadora, por vezes, e calculadamente provocadora noutras ocasiões. Um desses poucos representantes do Espirito da Liberdade é o Prof. Paulo Moreira que é de facto uma mente independente e seria com certeza um capitão de Abril se tivesse vivido a sua vida adulta nesse tempo, mesmo que figurativamente. Mantenha-se assim, professor. Não se deixe corromper. Em último caso, emigre e vá-nos dando notícias que isto por aqui voltou a ser um lugar muito mal frequentado (o país quero dizer. Não este blogue que é frequentado pela elite do SNS).

Nós por cá, na parte executiva do SNS, continuamos a enganar-nos uns aos outros e a fingir que sabemos o que andamos a fazer. Cada um por si, entretidos a salvar o coiro ou a pular de empreguito em empreguito. Os mais lúcidos sabem que isto pode estoirar tudo em pouco tempo. Por isso, é bom que se fale e que se incentivem as ideias sem preconceitos. Depois há-de vir alguém de bom senso decidir. Por isso andamos cá há mais de 800 anos.

Bem hajam.

9:51 da tarde  

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