domingo, abril 20

MCSP

A história e explicação da crise
O pedido (imposição) de quotas existiu. Acredito que a maioria da Missão não saberia deste documento. A única dificuldade é distrinçar o que é FNAM e o que é Missionários dado o envolvimento da FNAM nesta reforma e porque parte dos missionário terá os dois chapéus. O mail do João Rodrigues com o resumo da reunião:
link António Alvim

De: usfamiliar@yahoogrupos.com.br [mailto:usfamiliar@yahoogrupos.com.br] Em nome de António Alvim
Enviada: domingo, 20 de Abril de 2008 9:45
Para: usfamiliar@yahoogrupos.com.br
Assunto: [usfamiliar] A Explicação da crise: Resumo da reunião da CE da MCSP
Caros Todos
Amanhã haverá uma nova Missão Coordenada pelo Luis Pisco. Que se encerre hoje o processo da crise que se abriu e que amanhã falemos da implementação do Modelo B e de mais USFs. Em baixo um resumo de uma reunião do Conselho Executivo que explicam as razões da crise.
O Luís Pisco não concordou e opôs-se aos ponto 5.

Perante o resultado da reunião, enviar por escrito à Ministra a nossa decisão:
5.1.-Continuar em funções após 12 de Abril. Se assim for, a MCSP é reestruturada, passando as ERA para as ARS e a MCSP passa a ter uma pequena equipa com consultores para a área da implementação dos ACES, impondo uma determinada quota para a escolha directa de Directores executivos. provavelmente, mtos Missionárias e das ERAs deverão ser futuros DE indicados pela MCSP;
5.2.-A MCSP termina as suas funções a 12 de Abril de 2008

A partir daqui a MCSP entrou em crise e em paralisia pelo que o Luis Pisco teve que clarificar as coisas o que fez numa reunião em 7 de Abril. Declarou-se incapaz de continuar com uma Equipa que pensava assim e que queria aquilo, pelo que iria pedir a Demissão à Ministra. A Maioria da MSCP aceitou e preparou-se para eleger outro coordenador.
Só que a maioria dos elementos da Missão, esqueceu-se que a MCSP não é uma Comissão Política de um Movimento; que a MCSP é um organismo criado e dependente do Governo e que tirando o Coordenador todos os outros são meramente assessores do coordenador e nomeados a seu pedido.
Obviamente a Ministra não aceitou o pedido de demissão do Luís Pisco, a quem eu aqui chamei Peça Única por ser a única pessoa que pela sua integridade e dedicação à reforma goza em simultâneo de confiança do Governo e dos profissionais.

Houve várias tentativas de conciliação mas a divulgação anónima para o Público, no domingo dia 13 de Março, véspera de uma reunião decisiva do Luís Pisco com a ministra de um projecto de acta como de uma acta final se tratasse, em que aparece a razão da demissão do Luís Pisco como meramente uma incapacidade pessoal omitindo as razões da profunda divergência que o levaram a demitir-se perante persistência dos da maioria dos restantes elementos, só agravou as coisas. É claro que aquela divulgação apenas visava dar como consumada a saída do Luís Pisco.

Quando no dia seguinte o Luís Pisco sai da reunião com a Ministra reconfirmado no lugar, tem a notícia que um grupo de missionários tinha se reunido em Coimbra e enviado o seu pedido de demissão directamente para a Ministra. A partir daqui deixou de haver qualquer hipótese de reconciliação
Posteriormente foi lançada uma campanha de desinformação anónima que chegou a pontos delirantes mas que minava a integridade e o prestígio do Luís Pisco. Até muito tarde os demissionários acreditaram que conseguiriam que o Luís Pisco fosse afastado e que eles continuariam, pelo que foi com surpresa que receberam a carta da ministra a aceitar o seu pedido de demissão.

Tenho pena pelo que aconteceu. Tenho pena pelas pessoas que saíram que muito deram de si a este projecto do qual eu sou beneficiário e que muito me ajudaram e às quais estou agradecido.
Mas o Luís Pisco tem razão.
António Alvim

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11 Comments:

Blogger Clara said...

Senhora ministra, ao ponto a que isto chegou só vai mesmo à vassourada!

Ao que parece,o Dr. Luís Pisco geriu a MCSP como uma colónia de férias da Guanabara.
Sentimo-nos todos decepcionados (atraiçoados), com a sensação de termos confiámos em quem não devíamos.

6:32 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Afinal, está explicada a questão das famigeradas quotas, ou não?

Foi uma proposta ou o levantamento de vários cenários?
Se foi proposta, o facto é que o agora vitimizado coordenador Luís Pisco achou " excelente", conforme se pode verificar abaixo.

De: Luis Pisco [mailto:luispisco@mail.telepac.pt]
Enviada: quinta-feira, 13 de Março de 2008 21:12
Para: 'João Rodrigues';'Cristina Correia';'José Fragoeiro'; 'Carlos Nunes'; 'Horácio Covita'
Assunto: RE: Resumo da reunião da CE da MCSP

OK João. Excelente resumo da reunião.
Um abraço
Luís Pisco

8:12 da tarde  
Blogger O Reformista said...

Mais uma tentativa de lançar fumo.
Dizer que é um exelente resumo do qe se passou não quer dizer que se concorde com o que se passou!
O problema das quotas existiu e foi a causa da crise

8:39 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Em declarações ao «Tempo Medicina», João Rodrigues explicou que as «questões de fundo» para a saída dos dirigentes estão relacionadas com o que o grupo considera «o não cumprimento» da resolução do Conselho de Ministros n.º 60/2007, que renovou o mandato da MCSP por mais dois anos. «Não têm nada a ver com as nomeações dos Aces», assegurou.
Segundo contou o médico, o documento emanado pela tutela dava à Missão a incumbência de «liderar» o processo de reconfiguração dos centros de saúde e a criação dos novos agrupamentos. Todavia, na opinião do grupo demissionário, até à data «só foi cumprida uma pequena parte» dessas tarefas, com a publicação, no Diário da República de 22 de Fevereiro deste ano, do decreto-lei dos Aces.
Para trás ficaram outras incumbências «muito mais importantes», tais como a elaboração da carta de missão dos futuros directores executivos, publicitar os critérios para a nomeação dos futuros dirigentes dos Aces e as tarefas do futuro conselho clínico, especificar como se fará a extinção das sub-regiões de Saúde, que tipo de unidade de apoio à gestão terão os agrupamentos e quais serão os indicadores para acompanhar a execução das futuras estruturas.
Na versão do médico demissionário, estes documentos «têm de ser feitos pela Missão», tal como aconteceu com a documentação relativa às unidades de saúde familiar, mas até agora nada está feito e Luís Pisco «recusava» empreender este trabalho. «Esperemos que estas demissões tenham alertado o poder político e o coordenador da Missão para a obrigatoriedade de fazer estas tarefas», desabafou João Rodrigues.
O desconforto relativamente a esta situação já era sentido na equipa desde Outubro passado e João Rodrigues revelou ao «TM» que, nessa altura, já tinha apresentado a sua demissão, mas foi-lhe pedido que permanecesse até ser concluído o processo referente ao modelo B.
TM 21.04.08

9:19 da tarde  
Blogger O Reformista said...

Mais fumo
A crise começou com o pedido de demissão do Luis Pisco, por causa das quotas , e não com o pedido de demissão dos demissionários como serio o lógico segundo a argumentação do João Rodrigues
A demissão foi uma prova de força que esperavam ganhar
Em quem se apoiavam para terem essa esperança?

10:05 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Fomos enganados
«Acredito que a maioria da Missão não saberia deste documento.»
A missão saberia então das quotas?

Isto das quotas está-me a parecer mais um aditamento ao segredo de Fátima.

De qualquer maneira o problema não são as quotas, mas todo este triste espectáculo na praça pública numa demonstração de incapacidade e incompetência.
Fomos todos enganados.

10:23 da tarde  
Blogger e-pá! said...

MCSP

É cada vez mais público e notório para usar uma frase de catalogo que NINGUÉM deverá escapar à demissão da MCSP.

Até porque - todos e são muitos! - precisam de tempo para contar o que se passou e, transcrever os e-mails dos mais que muitos zigue-zags que têm protagonizado nos últimos tempos.

Não valerá a pena tentar salvar o que, como médicos, sabemos que, inevitavelmente, está conspurcado.
Eliminar os infectados não impede a prossecução da doença se o ambiente está contaminado...
E não vale a pena brincar aos "coitadinhos":
uns podem sê-lo, outros nunca o foram, outros duvidam se o serão, alguns nunca o foram, outros sempre o serão ...

Ah! o "problema das quotas" já existe há muito tempo.
Rebenta, agora, porquê?
Alguém sabe explicar?
Ou haverá novos e-mails sobre o assunto?

10:24 da tarde  
Blogger Tá visto said...

Tudo isto é de facto muito estranho e enigmático, ombreando com histórias que se conhecem de César e seus senadores. Luís Pisco subscreve, sem reservas, um resumo de reunião elaborada por João Rodrigues onde no ponto 5 é claramente proposta a existência de quotas para o preenchimento de lugares nos ACES. Terá lido a acta em diagonal? Ou tendo lido, por que concorda sem reservas?
É para todos óbvio que se este ponto tinha sido polémico e suscitado a oposição de Presidente da Missão, se impunha que estivesse mais atento e logo ali atalhasse quaisquer veleidades de quem queria transformar a Missão numa agência de colocação de médicos. Portanto, ou Luís Pisco estava desatento numa altura em que lhe exigia a maior das atenções, ou a ideia (quem a propôs e quantos a subscreveram?) não lhe desagradou no momento vindo a servir-lhe posteriormente para justificar o injustificável. Ou ainda, o pomo da discórdia não reside neste ponto (Luís Pisco nunca explicou o porquê dos desentendimentos) e há terceiros a utilizar o ponto 5 da acta para denegrir o bom-nome dos 10 elementos demitidos.

12:18 da manhã  
Blogger tambemquero said...

ESTA PARECE SER A VERSÃO OFICIAL do COORDENADOR da MCSP SOBRE o seu PEDIDO de DEMISSÃO
a) - parece-nos pouco;
b) - parece-nos coxo;
c) - parece-nos oco;
d) - os lideres dos regimes totalitários, porém, não conseguem engendrar formas mais sofisticadas de eliminação dos adversários.

Coordenador do órgão de reforma dos centros de saúde pediu demissão por não querer assegurar novos cargos

Quando estiverem no terreno os agrupamentos de centros de saúde vão permitir perto de 400 nomeações
A principal razão por detrás do pedido de demissão do coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), que, entretanto, se manteve no posto, foi a sua discordância em relação à criação de quotas para assegurar cargos de direcção para os seus membros depois da dissolução do organismo que deixa de existir a 12 de Abril do próximo ano. O MCSP é uma estrutura provisória criada para fazer a reforma dos centros de saúde.
No resumo de uma da reuniões da missão, que teve lugar a 13 de Março, um dos pontos discutidos é uma proposta: "Continuar em funções após 12 de Abril". Mais à frente lê-se: "A MCSP passa a ter uma pequena equipa com consultores para a área da implementação dos sgrupamentos de centros de saúde, impondo uma determinada quota para a escolha directa de directores executivos. Provavelmente muitos missionários deverão ser futuros directores executivos indicados pela missão", lê-se no documento.
A reforma prevê que todos os centros de saúde do país sejam agrupados e geridos em conjunto. Os chamados agrupamentos de centros de saúde (ACS) têm estado rodeados em polémica porque vão permitir perto de quatro centenas de nomeações . Os ACS vão substituir as sub-regiões de saúde.
A possibilidade de nomeações de cariz partidário para estes agrupamentos deu até origem a um movimento de contestação subscrito por mais de metade dos coordenadores das unidades de saúde familiar (novas formas organizativas dos centros de saúde) que, em abaixo-assinado, denunciaram o "processo tão frenético quanto subterrâneo" de concelhias e distritais partidárias de "imporem às administrações regionais de saúde, não os melhores, mas os mais devotos e obedientes".
Face às movimentações políticas, a proposta discutida pela missão re-
velava que alguns dos membros queriam assegurar para si alguns destes cargos directivos que ficarão disponíveis quando os agrupamentos de centros de saúde estiverem no terreno. Luís Pisco lamenta a divulgação de documentos internos da missão, mas reconhece que estava instalado entre os membros da missão "um nervosismo e grande preocupação em relação aos cargos dirigentes dos ACS e o modo como seriam escolhidas essas pessoas". Essa "tensão já vinha desde há muito", mas com o aproximar dos ACS intensificou-se, admite. O seu pedido de demissão teve a ver com essa divergência. Na sua opinião, a missão não deve ter qualquer papel nas nomeações mas apenas na definição do perfil, competências e plano de formação dos escolhidos.
A 14 de Abril soube-se que Luís Pis-
co apresentou a sua demissão à ministra, Ana Jorge, mas a governante acabou por não aceitar a sua saída do cargo. Na sequência destas divergências demitiram-se da missão oito dos 11 membros da equipa nacional e dois dos cinco coordenadores regionais. Da anterior equipa ficou apenas Luís Pisco e mais seis elementos. O coordenador já apresentou à ministra, na sexta-feira, a sua nova equipa.

JP 21.04.08

1:22 da tarde  
Blogger ochoa said...

Proponho o coordenador da MCSP, Dr. Luís Pisco, para o PIOR GESTOR da SAÚDE do ANO !

1:34 da tarde  
Blogger ochoa said...

Indispensável
As grandes reformas, por o serem, por interferirem de forma estruturante no status quo, são necessariamente, seja qual for a área em que são empreendidas, movimentos complexos, difíceis, sujeitos por determinação original a avanços e recuos, contratempos gerados pelo contexto e pelos protagonistas, atritos inelutáveis entre pessoas que, por força das circunstâncias, convivem todos os dias em ambiente mutante. Isto para dizer que quem espera grandes reformas a decorrer com suavidade, sem sobressaltos e a cumprir metas intermédias na hora e no formato preestabelecido está a iludir-se e àqueles a quem deseja mobilizar.
A reforma dos cuidados de saúde primários não podia fugir a este destino, e não faltaram vozes iniciais a precaver contra excessos de optimismo, que os houve. Assistimos agora a mais um incidente (página 6), num percurso de três anos, a que outros se seguirão. Momentos de crise que desejavelmente prenunciam crescimento e não descalabro; inevitáveis divergências, surdas lutas partidárias, barreiras ao avanço da ideia — mesmo pessoas com inegável carisma têm dificuldade em convencer outras a trabalhar mais, ganhando praticamente o que antes ganhavam... Todos estes obstáculos, próprios de uma intervenção com a envergadura daquela que está consignada nos CSP, são previsíveis, entendíveis — não podem ser é freio ao desenvolvimento do projecto, e muito menos pretexto para a sua frustração. Há muito trabalho feito, muitas expectativas criadas nos profissionais e nos cidadãos, para que uma noção menos serena de dificuldades naturais deite tudo a perder ou torne irreconhecível a profunda mudança proposta.
Chegada a reforma à fase onde está (fase prática, que já não só teórica, da reformulação/reconfiguração dos centros de saúde em Aces), era inevitável (senão mesmo desejável) que algumas divergências estratégicas surgissem dentro mesmo da equipa, da unidade de missão. Inevitáveis porque, quer no que haja de ideológico nesses divergências quer no que haja de partidário/casuístico, era evidente que, cedo ou tarde, essas diferenças viriam ao cimo do debate sobre esta reforma estruturante.
Passe-se o que estiver a passar-se, fundamental é que divisões não comprometam os objectivos definidos; é que a reforma dos CSP é consensualmente indispensável, tão importante que só podemos desejar que não haja escolhos capazes de a deter.
O que desejamos mesmo é que a ministra Ana Jorge tenha capacidade política para persistir no caminho traçado numa área fulcral da nossa Saúde, e que a reforma não venha a reduzir-se, como outras, a uma esperança adiada.

TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2008.04.21

7:04 da tarde  

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