quarta-feira, abril 16

AS, Tribunal Arbitral II ?


Em 2003, o tribunal arbitral, constituído pelos juízes Maria de Jesus Serra Lopes (presidente), Fausto Quadros e Calvão da Silva, condenou o Estado a pagar cerca de 43 milhões de euros à sociedade gestora do Hospital Amadora-Sintra, por incumprimento de contrato dos anos 2000 e 2001.
Sobre a mesma matéria o TC havia concluído que, «de acordo com as interpretações que se afiguram mais correctas e face aos montantes considerados (aceites) pela ARSLVT, ter sido pago em excesso à HASSG uma verba de cerca de 75,6 milhões de euros/15,1 milhões de contos. »

Desde então (ano 2002), não há fecho de contas. O Presidente da ARSLVT acusou recentemente o Amadora Sintra de ter cobrado 20 milhões de euros a mais de 2004 a 2007.
Segundo o DE, a JMS, com ordem de saída do AS até ao final do corrente ano, ameaça de novo o governo com o tribunal arbitral.link

Salvador de Mello tem dado sinais nos últimos tempos de grave perturbação. E o caso não é para menos.
Senão vejamos:
MB, escrevia no DE (16.10.08) : “Como os Mello querem dominar a gestão dos hospitais de Lisboa”.
link
Por sua vez, André Macedo, numa das suas habituais crónicas redondas, não poupava elogios ao grupo JMS: « O crescimento da José de Mello Saúde é um facto consumado que terá novos desenvolvimentos nos próximos meses. Apesar de ter perdido a construção e gestão do Hospital de Cascais para a HPP (Caixa Geral de Depósitos), os Mello estão na linha da frente para ganhar o Amadora Sintra – que já controlam há 12 anos –, e ainda Sintra, Vila Franca e Loures, tudo no âmbito das Parcerias Público-Privadas. A este leque de hospitais, a José de Mello também deverá juntar o primeiro lugar na gestão e construção do Hospital Universitário de Braga, depois de ter ultrapassado a Espírito Santo Saúde na última licitação. Feitas as contas, Salvador de Mello lidera, de longe, a empresa com maior dimensão nacional neste área e até já tem um pé em Espanha, onde detém 35% do Grupo Quirón. Nos próximos três anos, estão ainda previstos mais 200 milhões de euros de investimentos. O resultado é claro: maiores economias de escala, maiores lucros e mais experiência num negócio com futuro. »
Entretanto, o grupo JMS, confirmava «pretender lançar uma proposta ganhadora em condições vantajosas para o Estado e para as populações no concurso público de 2008, que contempla a gestão desta unidade hospitalar (AS) e do novo Hospital de Sintra.» link
Dadas as manifestações de desinteresse dos restantes grupos de saúde, este concurso, anunciado por CC, ameaçava tornar-se num passeio triunfal do senhor Salvador de Mello.
Depois, aconteceu. O primeiro ministro, José Sócrates, anunciou a intenção do governo em pôr termo à gestão privada do AS.
Apesar do triunfo de Braga, face às expectativas em aberto, temos de concordar que o tombo foi grande. Coisas naturais do mundo dos negócios. Surpresa, link naturalmente, quando se conta com a habitual "bondade" do Estado.

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6 Comments:

Blogger Zaratustra said...

Sentindo-se enrredados nas malhas da rede que teceram, têm a verticalidade de pedirem a demisão!
Outros ...apesar de convidados a demitirem-se, não fazem!
Que dizer de um Presidente de CA de um HH EPE do norte do país, onde se têm verificado diversas demissões de chefias médicas que diz a quem lhe dá ouvidos: Podem ir embora, não estão cá a fazer nada ...
Boa questão:para que servem os médicos (alguns deles exercendo funções de chefia há vários anos) nos hospitais?

4:17 da tarde  
Blogger victor said...

A saída dos Mellos da AS não vai ser nada pacífica. Muita roupa suja vai ser ainda lavada em público.
O senhor Salvador comporta-se com a arrogância de um empresário de fábrica de lanifícios do vale do ave.

5:35 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Ontem o DE trazia a ameaça do SM de recurso ao Tribunal. Hoje tenta botar um pouco de água na fervura. Não vá o presidente da ARS suspender os duodécimos!

«continuamos apostados numa solução consensual com a ARS de Lisboa para as contas do Hospital Amadora-Sintra”. Em causa está, essencialmente, a contabilização do número de doentes, uma vez que o representante do Governo nesta negociação exige que, para além do cartão do utente do SNS, os doentes sejam identificados pelo número do cartão da segurança social. »
DE 16.04.08

Isto de pagar ao acto tem destas coisas. É muito fácil de inventar e muito dificil de controlar.

Hoje o SM promoveu um "show off", para tentar demonstrar que a entidade gestora do AS é a Maior.
O Saudesa devia começar a publicar uma lista dos principais casos (broncas) ocorridos nestes doze anos de gestão dos Mellos.

A reacção pouco inteligente de SM, vai acabar por prejudicar a imagem da JMS, com repercussões negativas noutras unidades que esta entidade explora.

9:20 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Cenário para o ano de 2015

a) - A "José Mello Saúde" domina o mercado da Saúde em Portugal:

Hospital Fernando da Fonseca- Amadora Sintra (contrato de concessão de exploração).
Hospital de Loures (PPP).
Hospital de Cascais (PPP).
Hospital de Sintra (PPP).
Hospital de Vila Franca de Xira (PPP).
Hospital de Santa Marta (Detentora da maioria do capital)
Hospital de Santa Cruz (Detentora da maioria do capital)
Hospital S. Francisco Xavier (Detentora da maioria do capital)
Hospital Santa Maria da Feira (Detentora da maioria do capital)
Hospital Barlavento Algarvio (Detentora da maioria do capital)
Hospital de Braga (PPP).
Hospital Cuf Infante Santo
Hospital Cuf Descobertas
Clínica Cuf de Alvalade
Sages
Caldas da Felgueira
Best Salus

b) - USA:

- Filho de W. Bush ganha as eleições.
- A ilha de Manhattan é considerada a colónia penal mais segura do planeta.(ficção tornada realidade - N.Y.1997, Carpenter).
- O Senado negoceia o preço do crude com Bin Laden, chairman da OPEP.

c) - Portugal :

- Maioria PSD/CDS, extingue o Serviço Nacional de Saúde.
- Meio milhão de Portugueses em Lista de Espera Cirúrgica.
- 1 milhão de desempregados.
- 400 mil com fome.
- Paulo Portas, em prisão preventiva.
- Vale Azevedo, presidente da Liga.
- Êxito de bilheteira: "E tudo o vento levou"

posted by xavier maio 2005 10:47 AM

9:54 da tarde  
Blogger ""#$ said...

Sobre os doentes que passaram pelo Amadora Sintra e restantes locais onde a "eficiência" desta gestão maravilhosa se fez sentir , diz-se alguma coisa?

12:25 da manhã  
Blogger SOSNS said...

Atenção às contas dos Hospitais do SNS. O problema da transparência das contas já não é só com o Amadora – Sintra.
Cuidado com o Tribunal de Contas, Senhora Ministra. O Ministério também pode ser responsabilizado pelo que está a passar-se!
Os hospitais do Estado (EPE e SPA) estão a copiar as práticas do pior sector privado. Estão a sobrefacturar serviços ao Ministério da Saúde, arrecadando proveitos chorudos, que ultrapassam, em muitos casos, vários milhões de euros.
À semelhança do que sucedeu com o Hospital Amadora – Sintra, os hospitais do Estado parecem ter-se apercebido, que o Ministério não tem meios para fazer um controlo sério e fiável do cumprimento dos Contratos – Programa. Ninguém controla a verdade dos números e a correcção dos procedimentos que são adoptados pelos hospitais para facturarem os seus serviços ao Ministério da Saúde.
O caso parece estar a assumir foros de escândalo, em alguns hospitais, sobretudo em 2007, ao ter sido criada uma linha de produção nova, os GDH do Ambulatório, sem limite de produção, o que também passou a verificar-se noutras linhas de produção, em que as manigâncias são fáceis de fazer e os números são fáceis de manipular.
Se a manipulação é possivel, é porque o Ministério não está a proceder com a diligência devida. O que é grave, sobretudo porque está a permitir um jogo fraudulento e a viciação das regras do jogo. De que pode vir, ele próprio, a ser responsabilizado, por negligência.
A Senhora Ministra já sabe o que isto é! Cuidado, por isso, com os descuidos, que podem vir a ser embaraçosos.
O Ministério, se está a atento, depressa vai perceber o que alguns Conselhos de Administração andam a fazer.
É bom verificar e, verificando, é bom, que tire as devidas ilações. O tempo de substituir, na íntegra, alguns Conselhos de Administração está a chegar.
O que é curioso, é que havendo falta de dinheiro em tantos sectores do Estado, os hospitais não saibam já o que fazer a tanto dinheiro.
Alguns começam a gastá-lo em projectos megalómanos e desnecessários, sem o mínimo cuidado nem a mínima preparação com o que andam a fazer. Andam a fazer frete aos amigos (voltamos ao mesmo!)
Novo-riquismo, incompetência e muita safadeza!
Senhora Ministra, corra com eles (todos), antes que eles corram consigo!

10:53 da tarde  

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