Os dez
Em Portugal - mesmo depois dos sucessivos fuzilamentos - temos uma cabal promessa do grupo dos 10 deMissionários: "Uma certeza porém, iremos falar."
Resta-nos, esperar. Porque, ou andei muito distraído, ou não entendi praticamente nada!
Resta-nos, esperar. Porque, ou andei muito distraído, ou não entendi praticamente nada!
e-pá!
Etiquetas: E-Pá
6 Comments:
A tensão que LP refere nas declarações ao JP já lhe causou dez baixas na equipa.
Vamos ver o que o futuro nos reserva e se os novos missionários são da mesma qualidade.
Disciplina estratégica não quererá dizer carneirada?
LP, um líder mais complexo do que a principio parecia.
Será que a sua MCSP vai gozar do mesmo estado de graça?
O certo é que CC já foi para casa escrever as memórias.
«O coordenador nacional da Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, diz que existe uma "tensão clássica entre a missão e as estruturas do Ministério da Saúde (administrações regionais de saúde)" e que uma das razões que contribuem para essa "tensão" prende-se com "a escolha dos profissionais que vão gerir os futuros agrupamentos dos centros de saúde (ACES)".
Afirmando que as "divergências" não são de hoje, nem de ontem - "os timings, os objectivos e as prioridades não são os mesmos" -, o coordenador nacional da MCSP revela que essa "tensão" resulta particularmente do facto de "as nomeações para os ACES serem feitas pelas administrações regionais de saúde", uma situação com a qual "as pessoas competentes não concordam".
Em declarações ao PÚBLICO, Luís Pisco adverte que "o sucesso da reforma dos cuidados de saúde primários pode estar em causa se os que forem escolhidas para gerir os ACES não forem os mais capazes". Pelo seu lado, assume o compromisso de até ao próximo Verão arrancar com a implementação dos agrupamentos dos centros de saúde. "É uma tarefa complexa, mas até ao Verão temos de dar sinais de que alguma coisa está no terreno, de que uma boa parte dos ACES estará constituída", promete.
Apesar da confiança que diz ter na sua nova equipa, aquele responsável avisa que ela terá de ter "um enorme alinhamento estratégico" e mostra-se disponível para proceder a eventuais reajustamentos nas áreas de gestão e da sociologia, caso seja necessário. Luís Pisco elogia todos aqueles que se demitiram por discordarem da sua estratégia para levar por diante a implementação das unidades de saúde familiar e a reconfiguração dos centros de saúde, através da criação dos ACES. "Tínhamos uma equipa muito funcional que desempenhou um trabalho excelente durante dois anos com enorme qualidade", avaliou.
Se ontem a Comissão Parlamentar de Saúde não tivesse chumbado o requerimento do PSD, Luís Pisco seria obrigado a explicar no Parlamento as razões que o levaram a recuar no pedido de demissão do cargo. Os socialistas inviabilizaram também um requerimento do BE que solicitava a presença da ministra da Saúde, Ana Jorge, naquela comissão para prestar esclarecimentos sobre o movimento assistencial e as contas do Serviço Nacional de Saúde em 2007.
"O PS, ao impedir a discussão, ten-
ta desvalorizar a importância e o
significado da demissão de dez mem-
bros (uma maioria significativa do organismo que até agora conduziu a reforma) e os ziguezagues quer da ministra, quer do coordenador da missão, como nada de importante tivesse acontecido. Tudo isto precisa de ser discutido e clarificado, caso contrário a reforma dos centros de saúde ficará refém dos apetites do aparelho socialista e dos burocratas da administração", disse ao PÚBLICO João Semedo.
Apesar do chumbo, Ana Jorge terá de ir à Assembleia da República ao abrigo do agendamento potestativo do PCP. Bernardino Soares quer Ana Jorge no Parlamento, porque considera que "a mudança de protagonistas no Governo na área da saúde não correspondeu a nenhuma alteração da sua política".
JP 24.04.08
Alguém me consegue explicar onde as famosas ACES se entroncam na estrutura jurídica nacional?
Ou constituiem orgãos democrárticos paralelos?
Luís Pisco faz o rescaldo da crise que ditou mudanças na MCSP
«É óbvio que me sinto magoado»
O processo que culminou com a renovação da Missão para os Cuidados de Saúde Primários foi, para Luís Pisco, «profundamente infeliz» e «traumático». O coordenador diz que não acredita em «teorias da conspiração», mas reconhece que foi «difícil» ver a equipa pedir a sua saída.
Desde o passado dia 7 que Luís Pisco tentou andar «o mais calado possível», para não exacerbar a crise na Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), que culminou com a demissão de 11 elementos da equipa. Mas agora que os novos membros já são conhecidos, o coordenador reconheceu, em declarações ao «TM», que «todo este processo foi profundamente infeliz» e «traumático».
Em conversa com o nosso Jornal, o médico admitiu que foi «muito difícil» ter entrado em conflito com a equipa, para a qual convidou pessoalmente todos os elementos. «É óbvio que me sinto magoado quando a equipa pretende a minha saída», desabafou, embora tenha frisado que não acredita em «teorias da conspiração» contra a sua pessoa.
Apesar de achar mais
«interessante» falar do futuro da reforma dos cuidados de saúde primários do que «comentar o passado», quando confrontado com as polémicas nomeações para a direcção executiva dos futuros agrupamentos de centros de saúde (Aces), o motivo avançado para o pedido da sua demissão, foi peremptório: «Temos garantias de que serão procuradas as pessoas mais competentes para o cargo, mas não é uma tarefa da Missão. É das ARS, supervisionadas pela ministra e pelo secretário de Estado — a nós só compete traçar perfis e a formação».
Sobre as declarações de João Rodrigues ao nosso Jornal (ver edição de 07/04/08), o coordenador lá foi dizendo que as funções da MCSP estão «muito claras» na resolução do Conselho de Ministros que lhe prorrogou o mandato. Adiantou que «já há documentos efectuados» referentes à implementação dos Aces, inclusive os despachos para «formar os primeiros agrupamentos». Será na primeira reunião da nova equipa, que vai ser empossada a 2 de Maio, que se tomará conhecimento do trabalho já realizado e do calendário de actividades a desenvolver até ao final do ano.
A seguir à tempestade...
Luís Pisco precisou apenas de 24 horas para formar a nova equipa nacional da MCSP, que terá nove membros, menos dois que a anterior, e os elementos das equipas regionais de apoio do Norte e do Centro. «Não podemos esquecer que o campo de recrutamento nos cuidados de saúde primários é muito vasto», explicou o dirigente, dizendo que optou pelo critério de convidar «pessoas que já estavam envolvidas com esta reforma».
Um dos exemplos é Francisco Gouveia, que será o responsável pela implementação dos Aces, o dossiê mais controverso no momento. «É das pessoas do nosso país que mais saberá sobre a filosofia dos agrupamentos», explicou Luís Pisco, lembrando que o médico é o director comum dos centros de saúde do Barreiro, Quinta da Lomba, Baixa da Banheira, Moita, Montijo e Alcochete, uma experiência pioneira que já foi reportagem no «TM» no ano passado (ver edição de 19/03/07).
José António de Sousa é outro exemplo do critério de escolha de Luís Pisco. O especialista em Medicina Geral e Familiar é director do Centro de Saúde de Santa Maria da Feira e faz parte da equipa da USF Famílias. Será o clínico que terá de lidar com o descontentamento que se sente entre os profissionais em relação ao atraso da implementação do modelo B.
Como a APMCG vê os acontecimentos
Parceiros de Luís Pisco na direcção da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG), os vice-presidentes José Luís Biscaia, António Branco e Eduardo Mendes acederam a prestar declarações ao «TM».
José Luís Biscaia disse que o mais importante no momento é saber se a MCSP «tem capacidade para assumir a resolução do Conselho de Ministros», no que diz respeito à forma como exercerá «a liderança sobre as ARS» na implementação dos Aces. Para o médico, se até ao Verão não se conhecerem avanços no cumprimento dessa resolução, «a reforma fica paralisada».
Ainda assim, José Luís Biscaia confia nos novos elementos, tal como confiava no grupo demissionário, e reforçou que, para a APMCG, o que interessa é a reforma e não as pessoas que a lideram. Mas avisou: «Quando houver desvios, cá estamos nós para os identificar.»
Por seu lado, António Branco até acha que esta mudança pode ser um «reforço» para os desafios que se aproximam, pois considera que o novo elenco «está mais ajustado ao que é preciso» neste momento da reforma. Na opinião do clínico, esta continua assegurada pela vontade política da tutela demonstrada nos últimos dias e pela «base social de apoio» de profissionais de saúde e da sociedade.
Mais contido, Eduardo Mendes apenas salientou que «o importante é a reforma» e que tudo deve ser feito para salvaguardar o caminho já percorrido. Por fim, desejou «todos os sucessos» à nova equipa.
TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2008.04.28
Após um período inicial de grande baralhação e algum intriguismo, o puzzle Missão começa a ganhar forma. Atentemos:
- O mérito e qualidade da equipe inicial não é posto em causa por Luís Pisco, realça mesmo a coesão verificada durante 2 anos de trabalho.
- Reconhece haver uma tensão latente entre a Missão e as ARS, que não é de hoje nem de ontem, cuja causa se prende com a nomeação dos coordenadores dos ACES.
- Põe em causa que devam ser as ARS a fazer as escolhas, enfatizando que os mais competentes discordam desta solução.
- Receia que o critério de escolha das ARS não seja o da competência. O que me parece ser um eufemismo, evitando dizer que teme que prevaleça o amiguismo e a fidelidade partidária, tão ao jeito da nossa prática política (digo eu).
- Teme pelo sucesso da reforma se as escolhas não recaírem sobre os mais competentes.
- Assume que as divergências se deveram a discordâncias relativas à sua estratégia para levar por diante a implementação das unidades de saúde familiar e a reconfiguração dos centros de saúde, através da criação dos ACES.
- Pelo seu lado, assume o compromisso de até ao próximo Verão arrancar com a implementação dos agrupamentos dos centros de saúde. "É uma tarefa complexa, mas até ao Verão temos de dar sinais de que alguma coisa está no terreno, de que uma boa parte dos ACES estará constituída". Dirigidos pelos mais competentes (desejamos todos)
Temos, portanto, que em momento algum Luís Pisco invoca a questão das quotas como centro da discórdia. O famoso ponto 5 de um resumo de reunião de um grupo restrito da Missão, comissão executiva, que tem sido invocado como pomo da desavença, pode não ter tido a importância que outros lhe querem atribuir. Facto que não retira gravidade à proposta, sublinhe-se.
Aguardemos que os 10 deMissionários digam das suas razões para ver se as peças todas encaixam e se de uma vez por todas ficamos esclarecidos.
O EXMO CONSELHEIRO ACÁCIO
Sem querer antecipar os esclarecimentos que se esperam a todo o momento dos 10 deMisssionáros, o 25 de Abril trouxe destas coisas, as declarações do Dr. Luís Pisco assemelham-se às tiradas do Conselheiro Acácio essa terrível personagem de Eça.
Esse homem que é uma caricatura do "formalismo oficial", "nunca usava palavras triviais" e "sempre que dizia 'El-Rei' erguia-se um pouco na cadeira". Porque o Conselheiro Acácio é também um patriota atento e venerador; por isso mesmo, "dizia sempre 'o nosso Garrett, o nosso Herculano'".
Com estes atributos foi: director-geral do Ministério do Reino...
Uma espécie, ou o equivalente burocrático, de um nóvel coordenador da MCSP.
ADENDA:
Espero que o Conselheiro, pode ser um senhor Coordenador, não reincida sobre, por exemplo, Coimbra e nos brinde com uma tirada do estilo:
[O Conselheiro] Escolheu então, «como mais própria para dar a ideia da importância do trabalho», a página relativa a Coimbra.
Assoou-se, colocou-se no meio da saleta, de pé, com as folhas na mão e, com uma voz cheia, gestos pausados, leu:
- «Reclinada molemente na sua verdejante colina, como odalisca em seus aposentos, está a sábia Coimbra, a Lusa Atenas. Beija-lhe os pés, segredando-lhe de amor, o saudoso Mondego. E em seus bosques, no bem conhecido salgueiral, o rouxinol e outras aves canoras soltam seus melancólicos trilos. Quando vos aproximais pela estrada de Lisboa, onde outrora uma bem organizada mala-posta fazia o serviço que o progresso hoje encarregou à fumegante locomotiva,vêde-la branquejando, coroada do edifício imponente da Universidade, asilo de sabedoria. Lá campeia a torre com o sino, que em sua folgazã linguagem a mocidade estudiosa chama a cabra. Para além logo uma copada de árvore vos atrai as vistas: é a celebrada árvore dos Dórias, que dilata seus seculares ramos no jardim de um dos membros desta respeitável família. E avistais logo, sentados nos parapeitos da antiga ponte, em seus inocentes recreios, os briosos moços, esperança da pátria, ou requebrando galanteios com as ternas camponesas que passam reflorindo de mocidade e frescura, ou revolvendo em suas mentes os problemas mais árduos de seus bem elaborados compêndios...»
O Primo Basílio, Ed. Livros do Brasil, pp. 328-329.
Poderemos encontrar nesta prosa um relato da espúria reunião realizada em Coimbra. Ficariamos tão elucidadods como com as parcelares trocas actas por e-mails divulgadas na mais variada imprensa.
Razão tinha Acácio:
...os problemas mais árduos de seus bem elaborados compêndios...
Tenho na cabeceira um livro que é para mim quase uma biblia - O Livro do Desassosego de Pessoa.
Ontem, inadevertidamente, topei:
"O homem vulgar, por mais dura que lhe seja a vida, tem ao menos a felicidade de a não pensar" ...(acrescento eu ... de não a ter de relatar a alguém que pense!)
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