sábado, abril 26

Tempos difíceis


As famílias portuguesas de mais baixos rendimentos (menos de 5.200 euros/ano p/pessoa) são as que mais estão a sofrer com a subida de preços dos bens essenciais, pois cerca de 43% do seu rendimento é destinado à compra de bens alimentares e habitação. E o preço dos bens alimentares vai continuar a subir…

A grave escassez mundial de bens alimentares (uma das mais graves de sempre), faz perigar a sorte das populações do planeta normalmente sujeitas ao flagelo da fome link

While customers at restaurants in New York City will soon be able to count the calories of their meals in an attempt to curb the obesity epidemic, people in New Delhi are currently counting their grains of rice. From Bolivia to Yemen, people around the world are taking to the streets in protest at the spiralling increases in food prices. Politicians have been sacked, protesters have died, and some governments are imposing extreme measures to ration food and control their hungry populations.
The era of cheap food is over. In the past year, the cost of wheat has risen by 130%, rice by 120%, with corn and soya not far behind. As a result, millions of people are starving and at least 100 million more people will be pushed further into poverty. Food, the fundamental determinant of health, is unaffordable to an increasing proportion of the world's population. As usual, the poorest are affected the most, with those living in absolute poverty—less than US$1 a day—surviving on just one meal a day if they are lucky. And since the International Fund for Agricultural Development has estimated that the number of food-insecure people in the world will rise by 16 million for every percentage increase in the prices of staple foods, this situation is likely to get worse. The target of MDG 1—to reduce by half the proportion of people who suffer from hunger—is in reverse. (...)
The Lancet 2008; 371:1389

A grave crise mundial de bens alimentares não deixará de afectar também Portugal. A taxa de risco de pobreza, tem vindo a decrescer um ponto percentual ao ano (20% em 2004). Situando-se nos 18 por cento em 2006 (INE). A elevada inflação dos bens essenciais, faz prever um retrocesso deste processo.
E a exigir uma maior atenção da AR (resolução n.º 10/2008 : 1 — Assumir a missão específica de observação permanente e acompanhamento da situação da pobreza em Portugal, no âmbito parlamentar; 2 — Solicitar ao Governo a apresentação à Assembleia da República de um relatório anual sobre a execução do Plano Nacional de Acção para a Inclusão).
A implementação do PNS não deixará de experimentar também dificuldades acrescidas .