MS, provisório ?
art work JMF
"Ministra recua e devolve SAP ao concelho de Ovar", a partir de 15 de Maio. link
O que levou Miguel Viegas, porta-voz da comissão de utentes do hospital de Ovar, a dizer : "O MS começa a dar o braço a torcer".
Ana Jorge, Ministra da Saúde do XVII Governo Constitucional, desde 30.01.08, garantiu, no inicio, que “as principais políticas eram para manter”. “Continuar as políticas, mas com um rosto mais humanista. Foi a sua imagem de lançamento.
Por sua vez, o primeiro-ministro, José Sócrates, sempre atento e permeável às críticas da população, defendeu na altura que “ninguém vai voltar atrás em nada. O que nós queremos é um novo método mas cumprir os mesmos objectivos”.
Volvidos 93 dias de governação, a mudança de estilo é evidente. Quanto a discrição passámos de oito para oitenta. A ministra da saúde desapareceu quase por completo do alinhamento dos órgãos de comunicação.
Quanto a policies… podemos alinhar os principais registos:
a) Recuo em toda a linha na reforma das urgências: Passou-se a abrir. Congelou-se o programa de encerramentos;
O que levou Miguel Viegas, porta-voz da comissão de utentes do hospital de Ovar, a dizer : "O MS começa a dar o braço a torcer".
Ana Jorge, Ministra da Saúde do XVII Governo Constitucional, desde 30.01.08, garantiu, no inicio, que “as principais políticas eram para manter”. “Continuar as políticas, mas com um rosto mais humanista. Foi a sua imagem de lançamento.
Por sua vez, o primeiro-ministro, José Sócrates, sempre atento e permeável às críticas da população, defendeu na altura que “ninguém vai voltar atrás em nada. O que nós queremos é um novo método mas cumprir os mesmos objectivos”.
Volvidos 93 dias de governação, a mudança de estilo é evidente. Quanto a discrição passámos de oito para oitenta. A ministra da saúde desapareceu quase por completo do alinhamento dos órgãos de comunicação.
Quanto a policies… podemos alinhar os principais registos:
a) Recuo em toda a linha na reforma das urgências: Passou-se a abrir. Congelou-se o programa de encerramentos;
b) Uma boa decisão: O resgate do Amadora Sintra para o sector público;
c) A resolução (sem alternativas?) pronta da crise da MCSP;
d) Um número assinalável de demissões.
Nova política ou adiamento... até ao desfecho das próximas eleições?
Decisão do Amadora Sintra à parte, dir-se-ia estarmos perante um ministério da saúde provisório.
5 Comments:
Mas qual urgência?
Essa encerrou.
Apenas, como diz a notícia: "Com o alargamento para o horário nocturno, o hospital público de Ovar voltará, assim, na prática, a ter um Serviço de Atendimento Permanente (SAP) durante as 24 horas do dia, beneficiando dos meios de diagnóstico hospitalares."
Um SAP não tem vocação para atendimento de casos urgentes/emergentes, apenas para casos de doença aguda.
OU seja: não há (nem volta a haver) urgência nenhuma.
Apenas...caldos de galinha, para fazer de conta que se devolve à população alguma sensação de segurança.
Isto porque tal atitude é mais fácil e cómoda do que começar por educar as pessoas para a saúde e logo, também, para o recurso a um SU.
A Obra de CC continua e o Algarve agradece!
O Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates, e a Ministra da Saúde, Dra Ana Jorge, presidiram este sábado, 3 de Maio, à cerimónia de lançamento do concurso público da parceria público-privada do novo Hospital Central do Algarve, que decorreu nos terrenos da futura unidade hospitalar, entre Faro e Loulé, no Parque das Cidades.
Indo ao encontro de uma antiga aspiração do Algarve o XVII Governo Constitucional concretiza a construção de uma Unidade de referência para toda a região, o Hospital Central do Algarve representa um acréscimo significativo na qualidade dos cuidados de saúde disponíveis para a população, com novas especialidades. O desenvolvimento dos cuidados em ambulatório, que favorecem uma mais rápida recuperação dos doentes, é uma aposta da nova unidade, acompanhando as melhores práticas internacionais e a evolução tecnológica na Saúde. A abertura das propostas está prevista para o final do ano, o lançamento da obra está agendado para 2009 estando prevista a conclusão durante o ano de 2012, sendo que com a instalação de equipamento e mudança de doentes do actual hospital de Faro para a nova unidade esta entrará em pleno funcionamento em 2013. O hospital servirá cerca de meio milhão de pessoas residentes, terá uma lotação de 574 camas, nove salas operatórias, 86 gabinetes para consulta externa e 91 postos de hospital de dia. O Hospital Central do Algarve vai oferecer algumas especialidades que nesta altura não existem no Hospital de Faro, como Cirurgia Vascular, Cirurgia Pediátrica, Endocrinologia e Nutrição, Genética Médica, Medicina Nuclear, Neuroradiologia e Radioterapia.
Com a construção deste novo hospital as instalações do Hospital de Faro vão passar a acolher cuidados de saúde primários e continuados, com a instalação de uma Unidade de Saúde Familiar, uma de Cuidados Continuados e um projecto de Residência Assistida para Idosos.
O novo hospital representa um investimento total directo de 250 milhões de euros, 190 milhões para a construção e 60 milhões para o equipamento, representando para o Estado um investimento de 267 milhões de euros, ao longo da concessão. A parceria público-privada que estabelece a criação do hospital baseia-se num contrato para a construção, equipamento e manutenção do edifício hospitalar por trinta anos mais dez anos para fornecimento e gestão de serviços de apoio. Para o novo Hospital Central do Algarve estão ainda previstas actividades de ensino universitário e de investigação. A área de influência total do novo Hospital Central do Algarve abrange toda a Região que, nos períodos de maior afluência turística atinge uma população de cerca de 800 mil habitantes. ...
Recorde-se que, em Setembro de 2005o Ministério da Saúde escolheu uma equipa de consultores da Escola de Gestão do Porto para realizar um estudo de avaliação de prioridades de investimento com o objectivo de apoiar o processo de decisão, ao nível político, quanto à sequência estratégica de implementação dos hospitais inseridos na 2.ª vaga do programa de parcerias público-privadas para o sector hospitalar.
Em 31 de Maio de 2006 o Ministro da Saúde, António Correia de Campos, aprovou as prioridades de investimento propostas pela equipa consultora, que hierarquizou em segundo lugar o novo Hospital Central do Algarve, no conjunto de Hospitais estudados: Hospital de Todos os Santos, Lisboa; Hospital do Seixal; Hospital de Évora; Hospital de Vila Nova de Gaia e Hospital da Póvoa do Varzim/Vila do Conde. Em 18 Julho de 2006, o Ministro da Saúde, António Correia de Campos, nomeia o Grupo de Trabalho para definir o perfil assistencial, área de influência e a dimensão do novo Hospital Central e propor a utilização das actuais instalações do Hospital de Faro para outros fins de saúde. Em 22 de Novembro de 2006, o Ministro da Saúde, António Correia de Campos, nomeia o Grupo de Trabalho para a elaboração do Programa Funcional do novo Hospital Central do Algarve e define que a Parceria Público-Privada deverá assumir o modelo de parceria de tipo infra-estrutural, com a gestão da futura unidade a ser assegurada por uma entidade pública empresarial. Em 29 de Julho de 2007, o Ministro da Saúde, António Correia de Campos, aprova o perfil assistencial e o dimensionamento do novo Hospital Central do Algarve, apresentado no mesmo dia publicamente na presença do Primeiro-ministro e Ministro da Saúde na Escola Superior de Saúde.
Em 14 de Fevereiro de 2008, a Ministra da Saúde, Ana Maria Jorge, aprova o Programa Funcional do novo Hospital Central do Algarve, em 2 de Maio de 2008 é lançado em DR concurso para o hospital.
http://www.arsalgarve.min-saude.pt/site/index.php?option=com_content&view=article&id=220:concursopublicohca&catid=38:NoticiasRegionais&Itemid=63
Torna-se dificil, se não impossível, separar duas coisas que são dispares "ab initio".
A continuidade não carrega as
obrigatoriedades, nem mantem acesas as oportunidades.
Ao contrário do que se revela, ou do que se julga, a afirmação, ou as "juras", de continuidade são, sempre, uma velada tentativa, ou indomável propósito, de mudança.
As convicções de Ana Jorge, são naturalmente - iria dizer necessáriamente - diferentes das de Correia de Campos.
Ana Jorge, provisória?
Com certeza. Tão efémera e tão perene como foi, ou esteve, Correia de Campos.
O "cimento" que lhes confere a solidez política, ou lhe transmite a fragilidade demolidora, continua o mesmo e é: o PS e J. Sócrates.
Nós somos um País de antigas e justas aspirações não cumpridas. Virá sempre alguém que, um dia, as cumprirá.
Assim, a continuidade é a ilusão que deixa de o ser e nasce a oportunidade.
Todas estas inquietações que traduzem a inconformidade perante o sucedido, isto é, um afastamento mal digerido de CC, lembram-me um escritor português inconformado, indeciso e mutável, navegando entre o neo-realismo e o existencialismo (Vergílio Ferreira):
"Que se pensará de nós daqui a cem anos? Como se sentirá o que hoje sentimos? Porque tudo envelhece tão incrivelmente cedo. Quando se relê uma revista de há vinte, trinta anos, não são bem os assuntos que envelheceram mas a maneira como se é nele, com eles. É-se então ingénuo, como não sabemos explicar. Tudo perde então viabilidade, é um ser-se infantil, um modo ridículo de relacionamento com a vida. As ideias podem talvez persistir. Mas encarquilharam ao muito sol que apanharam, são quebradiças, frágeis no modo de existirem, fúteis e pueris como uma moda que passou. É a altura de vir ao de cima o que era então invisível e é agora a parcela que lançamos nas nossas contas de homens. É a altura de isso se separar do ridículo em que se encarnou e de viver por si na significação que teve. Qual o invisível de nós para amanhã?
Qual a puerilidade para deitar fora?"
Vergílio Ferreira in Pensar.
A minha dúvida continua:
- quando tempo durará este luto?
- que carga de agressividade será necessário libertar para despegar as realizações (ou não realizações) do objecto perdido?
- qual o volume dos resíduos imutáveis, caminhos insubstituíveis, que inscrevemos nos registos de idealização?
Há lutos eternos?
Caro e-pá!
Não há cá lutos nem meios lutos.
O que há é uma sensação de vazio. De espaço não ocupado.
De falta de iniciativa se quiser. Com excepção dos habituais anúncios de projectos e mais projectos.Campanha dura e crua.Porque campanha nunca deixou de haver desde o principio.
Nesta altura do campeonato, José Sócrates não deixa ninguém pôr o pé em ramo verde. É tudo dele.
Com artistas destes a democracia está cada vez mais difícil.
Caro Xavier:
Nestas peripécias dos ciclos políticos que se concertam e ajustam com os ciclos eleitorais, impressiona-se quem quer.
O problema do vazio, da etérea nulidade das propostas, dos projectos para as calendas gregas, é já um modo de vida de todos os partidos.
Vicioso para os homens do aparelho (porque políticos profissionais, não temos!). Frustrante para os cidadãos.
Faltou-nos criar nos velhos tempos da inflação de universidades à balda, uma Escola Superior de Administração, à boa maneira francesa. Ficamos pelos Centros de Formação Autárquica, isto é, a meio caminho. Temos políticos “estilo Tino de Rãs”.
Dificcilmente passamos daí.
Logo, não posso deixar de lhe dar razão quando escreve:
"Com artistas destes a democracia está cada vez mais difícil."
É a racionalidade política. Com o muito de pueril - para deitar fora!
O luto de que falava, no comentário anterior, é o oposto:
é o sentimento de perda política, em qualquer altura em qualquer momento, porque depende de outros factores, entre eles, e com especial relevância - os do conhecimento, do saber, os afectivos...
Adiante!
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