A que porta bater
em caso de doença aguda?
Aqui está uma interessante e inquietante pergunta. Concordando no essencial com o que foi dito pelos palestrantes, link há um aspecto que nos deve sobressaltar e que tem a ver com a perda de qualidade dos serviços prestados no último patamar de recurso das situações de urgência/emergência – o SU hospitalar.
Durante muitos anos a Urgência Hospitalar foi considerada a grande escola da prática clínica, pois era ali que, tutelados e orientados pelos mais velhos, aprendíamos a diagnosticar e a tratar as situações agudas mais frequentes, das mais simples às mais complexas, do foro médico e cirúrgico. Esse travejamento teórico-prático foi fundamental para a formação base de várias gerações de médicos, constituindo como que um lastro de saber que os acompanhou ao longo do seu percurso futuro como especialistas.
Por razões economicistas e porque para alguns grupos profissionais o vencimento/hora na urgência deixou de ser atractivo face ao que podem auferir em actividades extra-hospitalares, o SU despovoou-se de médicos do quadro. Resulta pois que esta “escola” está cada vez mais entregue a tarefeiros, quase sempre contratados a empresas de fornecimento de mão-de-obra barata e sem formação em emergência médica, desinseridos da actividade interna da instituição com a qual apenas contactam através de uma débil interface de médicos hospitalares.
Como está hoje esta “grande escola”? Seguramente que não pode estar bem quer para os doentes quer para a formação dos jovens médicos. Penso pois que há que repensar toda a estrutura organizativa da urgência hospitalar restabelecendo uma hierarquia de responsabilidade em contínuo que vá do Chefe de Equipa ao Médico Contratado, envolvendo os restantes profissionais que ali prestam serviço.
Tá visto
Aqui está uma interessante e inquietante pergunta. Concordando no essencial com o que foi dito pelos palestrantes, link há um aspecto que nos deve sobressaltar e que tem a ver com a perda de qualidade dos serviços prestados no último patamar de recurso das situações de urgência/emergência – o SU hospitalar.
Durante muitos anos a Urgência Hospitalar foi considerada a grande escola da prática clínica, pois era ali que, tutelados e orientados pelos mais velhos, aprendíamos a diagnosticar e a tratar as situações agudas mais frequentes, das mais simples às mais complexas, do foro médico e cirúrgico. Esse travejamento teórico-prático foi fundamental para a formação base de várias gerações de médicos, constituindo como que um lastro de saber que os acompanhou ao longo do seu percurso futuro como especialistas.
Por razões economicistas e porque para alguns grupos profissionais o vencimento/hora na urgência deixou de ser atractivo face ao que podem auferir em actividades extra-hospitalares, o SU despovoou-se de médicos do quadro. Resulta pois que esta “escola” está cada vez mais entregue a tarefeiros, quase sempre contratados a empresas de fornecimento de mão-de-obra barata e sem formação em emergência médica, desinseridos da actividade interna da instituição com a qual apenas contactam através de uma débil interface de médicos hospitalares.
Como está hoje esta “grande escola”? Seguramente que não pode estar bem quer para os doentes quer para a formação dos jovens médicos. Penso pois que há que repensar toda a estrutura organizativa da urgência hospitalar restabelecendo uma hierarquia de responsabilidade em contínuo que vá do Chefe de Equipa ao Médico Contratado, envolvendo os restantes profissionais que ali prestam serviço.
Tá visto
Etiquetas: Tá visto
2 Comments:
VAI HAVER FALTA de MÉDICOS?
Há quem diga que sim:
Tudo isto acontece numa altura em que se prevê que a insuficiência de médicos atinja um ponto crítico entre 2012 e 2017, quando - tal como admitiu recentemente a ministra da Saúde - "a situação poderá ser muito complicada". link
Há quem defenda que não:
Daqui por quatro anos o problema da falta de médicos pode ser ainda mais grave, e a situação tende a agravar-se. A ministra da Saúde já assumiu o problema.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos a questão não se resolve com mais vagas nas faculdades mas sim com a oferta de incentivos aos médicos para que permaneçam do Serviço Nacional de Saúde. link
Pedro Nunes defende que «o que é preciso e que os actuais médicos não abandonem o Serviço Nacional de Saúde para darem formação aos futuros médicos, já que estão a ser formados cerca de 1400 médicos por ano, o que e mais do que suficiente.
Manuel Delgado, da Associação dos Administradores Hospitalares, explica que em Portugal há mais de 33 mil médicos, um número superior a muitos países da União Europeia, por isso o que é preciso é uma boa gestão dos médicos dos serviços clínicos.
Caro joãopedro:
Hoje , a propósito do tema, saíu uma perturbadora noticia no DD:
SAÚDE: PORTUGAL VAI TER FALTA DE MÉDICOS DENTRO DE 4 ANOS.
Depois de, ontem, um novo hospital privado, o Hospital dos Lusíadas (Grupo Caixa Geral de Depósitos), ter aberto portas em Lisboa, e embora esteja já na calha a abertura de mais 20 a 25 unidades do género, os profissionais de saúde recordam que toda esta dinâmica vai fazer-se não com mais, senão mesmo com menos médicos dos que existiam há uma década. O ponto crítico deverá ser atingido em 2012 e 2017.
Segundo pode ler-se na edição desta terça-feira do jornal Diário de Notícias, existem actualmente cerca de 33 mil clínicos inscritos na Ordem dos Médicos, sendo que destes cerca de 24 mil exercem no quadro do Serviço Nacional de Saúde, se bem que não necessariamente em regime de exclusividade.
As necessidades de recrutamento dos novos hospitais (só o Hospital dos Lusíadas contará com cerca de 200 médicos e 90 enfermeiros) ameaçam continuar a exercer uma pressão crescente para que muitos clínicos abandonem o sistema público de saúde.
Tudo isto acontece numa altura em que se prevê que a insuficiência de médicos atinja um ponto crítico entre 2012 e 2017, quando - tal como admitiu recentemente a ministra da Saúde - «a situação poderá ser muito complicada».
DD, 20-05-2008 8:12:22.
O melhor será não escamotear o problema, nem mesmo refugiando-se atrás do conceito de globalização. E o principal problema como qualquer gestor, digno desse nome, decifra, neste candente problema, são as leis do mercado, i. e., da oferta e da procura.
É que ao contrário do NHS, não temos manaciais de médicos indianos disponíveis.
Médicos com formação adequada e bom desempenho e o mínimo de experiência, a falar português e com facilidade de comunicação com os doentes, vai ser difícil e, como se pode prever, caro!
Enviar um comentário
<< Home