APL, primeira intervenção
António Pedro Lopes numa das suas primeiras intervenções depois de eleito presidente da APAH, comentou o sub-rendimento dos Blocos Operatórios dos HHs do SNS e a necessidade de promover a discussão da sustentabilidade do SNS. link
O baixo rendimento da generalidade dos BO dos HHs do SNS é um problema clássico da Administração Hospitalar. Que se desculpa com a escassez de meios e a falta de colaboração dos médicos. Estes, por sua vez, queixam-se da incapacidade dos gestores hospitalares em organizarem a actividade hospitalar. Como aconteceu recentemente a propósito do plano de choque para recuperação das listas de oftalmologia: «Tenho dúvidas se não serão milhões gastos inutilmente. Temos pessoas e equipamentos no SNS para dar resposta, mas falta organização.» Jorge Breda, presidente da SPO, JP 17.05.08
Quanto à discussão da sustentabilidade do SNS foi retirada da agenda por CC e, mais recentemente, Francisco Ramos reiterou esta decisão. A não ser que o agravamento da crise faça precipitar os acontecimentos e force alterações de agenda. Hipótese pouco provável dada a proximidade de eleições .
Uma pequena nota sobre APL. Pareceu-me mais preocupado em fazer valer as suas ideias e não tanto no alinhamento do discurso oficial (MS).
Quanto à discussão da sustentabilidade do SNS foi retirada da agenda por CC e, mais recentemente, Francisco Ramos reiterou esta decisão. A não ser que o agravamento da crise faça precipitar os acontecimentos e force alterações de agenda. Hipótese pouco provável dada a proximidade de eleições .
Uma pequena nota sobre APL. Pareceu-me mais preocupado em fazer valer as suas ideias e não tanto no alinhamento do discurso oficial (MS).
Veremos.
Etiquetas: APAH
3 Comments:
Os administradores hospitalares justificam o baixo rendimento dos blocos operatórios do SNS por os médicos não colaborarem, estes explicam-no pela falta de organização. Eu diria que ambos têm razão, ou seja, com uma política salarial baseada em baixas remunerações e desligada da produtividade, e com directores de serviço mal pagos e em part-time, não há organização possível nem profissionais motivados.
Quem tem que organizar o serviço em termos de produção clínica não são os administradores como diz Jorge Breda, mas os médicos sendo o responsável último o director de serviço. E a prova que não se trata de “não saber como” ou da falta de equipamentos, está no facto de nos períodos de produção adicional (SIGIC) tudo funcionar na perfeição. As desculpas para não operar um doente, ou porque lhe falta aquela análise, ou teve a extrassistole que todos temos, ou porque a cirurgia já não vai terminar dentro da hora, pura e simplesmente desaparecem.
Tudo isto se resolveria com uma nova organização interna, baseada em Centros de Custos (CRI), com melhores vencimentos e ajustados à produtividade, com directores de serviço e chefias intermédias a tempo inteiro. Para quem não acredita basta ver o que se passa com o CRI de Professor Manuel Antunes, o mérito do que se faz não se deve apenas às inegáveis qualidades de quem o dirige, tem também muito a ver com uma nova cultura organizativa. Se o sistema funciona porque não replicá-lo?
O Ministério da Saúde vai continuar à espera que sejam os privados a fazê-lo para depois tecer loas às qualidades da gestão privada e decretar o fim dos hospitais públicos por ineficiência?
Gostava de ver retirado da gaveta o estudo encomendado por CC sobre as alternativas ao actual modelo de financiamento do SNS.
Estamos a perder muito tempo em favor da estratégia eleitoral do primeiro ministro.
Xavier dixit: Gostava de ver retirado da gaveta o estudo encomendado por CC sobre as alternativas ao actual modelo de financiamento do SNS.
Pergunta-se: Não há por aí quem tenha a chave?
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