O grande desafio para o SNS
O Saudesa, sem prejuízo da sua divisa – “Serviço Nacional de Saúde - Trave Mestra da Democracia” – caracteriza-se pela abertura e pelo pluralismo das opiniões acolhidas, o que só nobilita a sua gestão. Assim, não tem qualquer razão o PPP quando acusa o Saudesa de não permitir que sejam publicados posts pró PPP. No entanto, na generalidade e pondo de lado os adjectivos, já não ando longe quando afirma as conclusões que retirou da análise do Saudesa: “ (i) uma incapacidade em assumir que as PPP também têm potenciais vantagens, (ii) um interesse preocupante de que as coisas se devem manter como estão (iii) a existência de ataques ferozes às PPP, aproveitando, muitas vezes de forma desviante, as noticias publicadas a este respeito, e (iv) apresentação de argumentos frágeis e esvaziados de base documental“. Mas, se essa análise foi cuidadosa, não pode dizer-se que foi exaustiva já que não encontrou nenhuma das oportunidades em que foram realçadas vantagens dos HH-PPP (estes foram mesmo referidos como desafio a não perder pelos restantes HH), e em que foi defendida a imperiosidade de mudança no SNS contra o risco de insustentabilidade financeira. Diria mesmo que nenhuma temática teve presença tão constante como esta no Saudesa. Passo por cima da ferocidade de ataques e da fragilidade de argumentação porque são de apreciação mais subjectiva.
O que, de todo, não consigo calar, embora desconfiando que estou a oferecer-me como bombo de festa, é a minha inteira concordância com Vital Moreira quando afirma (Jornal Público, 12.08.2008) link: “Os piores adversários do SNS não são os liberais que preconizam o mercado e a liberdade de escolha na prestação de cuidados de saúde. O que mais mina a sustentabilidade política e ideológica do sistema público de saúde (tal como os demais serviços públicos prestacionais) é a ineficiência e o desperdício, sobretudo quando comparados com o sector privado.
“É evidente que o SNS tem custos adicionais, como ... Mas todos esses custos deveriam ser devidamente segregados para efeitos de financiamento, de modo a permitir a comparabilidade de preços dos cuidados de saúde idênticos. Quando os hospitais do SNS não conseguem competir com os privados no fornecimento de cuidados de saúde aos "subsistemas", ou existe deficiente alocação contabilística de custos ou existe ineficiência e défice de produtividade.” Na verdade, existem ambas e uma esconde parcialmente a outra, o que não ajuda nada.
Quanto à ineficiência e défice de produtividade no SNS será necessário mais um testemunho de que existem? Vejam só o que diz o Relatório de Primavera de 2007 do OPSS, a paginas 135: Considerando que a produção cirúrgica média na rede dos hospitais públicos foi de 2.065 cirurgias/dia nos anos 2004/2006, para cobrir aquelas necessidades (as necessidades totais medidas pela procura expressa) teria sido suficiente realizar 2.095 cirurgias/dia. Referida à capacidade instalada — 13 hospitais centrais, 36 hospitais distritais e 19 hospitais distritais de nível I, 502 blocos operatórios e 3.284 cirurgiões (cirurgia geral, ginecologia/obstetrícia, oftalmologia, ortopedia, urologia e ORL), a necessidade de produção acrescida de 30 cirurgias/dia corresponderia a uma produção média acrescida de 2 cirurgias/hospital/semana ou 1 cirurgia/bloco/mês, e de 1 cirurgia/cirurgião /cinco meses.
Sabemos que não é exactamente assim porque há sectores específicos da procura que, para uma avaliação rigorosa, não podem somar-se, exigindo resposta específica. Mas, mesmo assim, é de pasmar! Certamente ninguém considerará que tal aumento de produtividade está para além da capacidade instalada. O que significa que são outras as causas que geram as listas de espera, e o que falta é determinação para as debelar. O que tem de se considerar preocupante nem será tanto o volume de transferências para o sector privado que as 30 intervenções/dia implicam, mesmo que todas fossem requisitadas ao sector privado, o que está longe de ser verdade. Acrescenta o Relatório: “A recta de tendência da produção cirúrgica dos últimos 20 anos (1986-2005) (Figura 17) mostra que a produção acrescida de 15.455 cirurgias em 26 meses iria ter um efeito marginal financeiramente irrelevante mas significativo para o bem-estar das pessoas”; e o mais importante seria ter dito também que essa produção acrescida teria feito muito pela sustentabilidade política e ideológica do sistema público de saúde.
Aumentar a produtividade, salvaguardando a qualidade das suas prestações, é mesmo o grande desafio para a sobrevivência do SNS.
Aidenós
O que, de todo, não consigo calar, embora desconfiando que estou a oferecer-me como bombo de festa, é a minha inteira concordância com Vital Moreira quando afirma (Jornal Público, 12.08.2008) link: “Os piores adversários do SNS não são os liberais que preconizam o mercado e a liberdade de escolha na prestação de cuidados de saúde. O que mais mina a sustentabilidade política e ideológica do sistema público de saúde (tal como os demais serviços públicos prestacionais) é a ineficiência e o desperdício, sobretudo quando comparados com o sector privado.
“É evidente que o SNS tem custos adicionais, como ... Mas todos esses custos deveriam ser devidamente segregados para efeitos de financiamento, de modo a permitir a comparabilidade de preços dos cuidados de saúde idênticos. Quando os hospitais do SNS não conseguem competir com os privados no fornecimento de cuidados de saúde aos "subsistemas", ou existe deficiente alocação contabilística de custos ou existe ineficiência e défice de produtividade.” Na verdade, existem ambas e uma esconde parcialmente a outra, o que não ajuda nada.
Quanto à ineficiência e défice de produtividade no SNS será necessário mais um testemunho de que existem? Vejam só o que diz o Relatório de Primavera de 2007 do OPSS, a paginas 135: Considerando que a produção cirúrgica média na rede dos hospitais públicos foi de 2.065 cirurgias/dia nos anos 2004/2006, para cobrir aquelas necessidades (as necessidades totais medidas pela procura expressa) teria sido suficiente realizar 2.095 cirurgias/dia. Referida à capacidade instalada — 13 hospitais centrais, 36 hospitais distritais e 19 hospitais distritais de nível I, 502 blocos operatórios e 3.284 cirurgiões (cirurgia geral, ginecologia/obstetrícia, oftalmologia, ortopedia, urologia e ORL), a necessidade de produção acrescida de 30 cirurgias/dia corresponderia a uma produção média acrescida de 2 cirurgias/hospital/semana ou 1 cirurgia/bloco/mês, e de 1 cirurgia/cirurgião /cinco meses.
Sabemos que não é exactamente assim porque há sectores específicos da procura que, para uma avaliação rigorosa, não podem somar-se, exigindo resposta específica. Mas, mesmo assim, é de pasmar! Certamente ninguém considerará que tal aumento de produtividade está para além da capacidade instalada. O que significa que são outras as causas que geram as listas de espera, e o que falta é determinação para as debelar. O que tem de se considerar preocupante nem será tanto o volume de transferências para o sector privado que as 30 intervenções/dia implicam, mesmo que todas fossem requisitadas ao sector privado, o que está longe de ser verdade. Acrescenta o Relatório: “A recta de tendência da produção cirúrgica dos últimos 20 anos (1986-2005) (Figura 17) mostra que a produção acrescida de 15.455 cirurgias em 26 meses iria ter um efeito marginal financeiramente irrelevante mas significativo para o bem-estar das pessoas”; e o mais importante seria ter dito também que essa produção acrescida teria feito muito pela sustentabilidade política e ideológica do sistema público de saúde.
Aumentar a produtividade, salvaguardando a qualidade das suas prestações, é mesmo o grande desafio para a sobrevivência do SNS.
Aidenós
Etiquetas: Aidenós
11 Comments:
Caro Aidenós:
"Os piores adversários do SNS não são os liberais que preconizam o mercado e a liberdade de escolha na prestação de cuidados de saúde. O que mais mina a sustentabilidade política e ideológica do sistema público de saúde (tal como os demais serviços públicos prestacionais) é a ineficiência e o desperdício, sobretudo quando comparados com o sector privado."
VM, in Público, 12.08.2008.
A minha primeira interrogação é se este tipo de afirmações não são "soundbites" de um determinado sector ideológico?
Se todos nós não ouvimos "isto", repetitivamente, em qualquer lado?
Se não foi feito nada nos últimos anos para combater a ineficiência e o desperdício?
Se não existem resultados comparativos sobre estes itens referentes aos últimos anos?
Ou estamos a viver a fábula do lobo e cordeiro: " se não foste tu foi o teu pai, o teu avô..."?
E, caro Aidenos, falta explicar como se justificam as criticas à ministra referentes à implementação das áreas oncológica e do transplante pulmonar.
Por se considerar que estes doentes estão a receber cuidados suficientes (e mais investimento seria desperdício)?
Por questões de deficit orçamental (será confundível com ineficiência?) no que respeita ao investimento para o SNS ter uma resposta mais satisfatória e equitativa?
Embora o seu "post" tenha considerações muito acertadas, nomeadamente em relação à contratualização interna de subsistemas (batalha que a ministra tem tentado travar), resta saber se o comportamento contabilístico desses sub-sistemas em relação ao Estado é o mesmo para com os privados (em termos de prazos de pagamento, p. exº.).
A sobrevivência, isto é, também a sustentabilidade do SNS, não passa pela "amputação" dos cuidados para que o mesmo veja restringida a sua capacidade - iria dizer a necessidade - de actuar. Julgo que a gestão pública, hoje, sabe cuidar da produtividade do investimento.
Os portugueses não merecem que a questão seja colocada, ou equacionada, nestes termos.
A sobrevivência do SNS depende da capacidade de resposta e dos custos. Em Portugal, penso que estes dois parâmetros são vitais e não o mercado.
Foi isso que se criticou o artigo de VM.
O reforço da rede oncológica nacional e a criação de um serviço de transplantes pulmonares não são perda de eficiência, nem desperdício.
São, enquanto não existirem provas cabais em contrário (e não as conheço), investimentos no SNS para servirem os utentes.
Não são esbanjamento a não ser que, este "espaço", esteja reservado para o sector privado.
Se assim for, haja a hombridade de o dizer claramente!
PS - convém desfazer o mito que os políticos liberais (ou os neoliberais) não adversários do SNS. Porque o são!
Errata:
Onde se lê:
"PS - convém desfazer o mito que os políticos liberais (ou os neoliberais) não adversários do SNS. Porque o são!"
deve-se ler:
PS - convém desfazer o mito que os políticos liberais (ou os neoliberais) não são adversários do SNS. Porque o são!
O Aidenós veio em defesa do PPP. Nomeadamente quando este nos acusa de: «incapacidade em assumir que as PPP também têm potenciais vantagens...»
Para meu espanto, o Aidenós conclui o seu texto sem apresentar qualquer argumento a sustentar a sua defesa. Nem potenciais nem outros! Tal como o PPP, que no seu texto também nada adianta, limitando-se a apresentar um rol de críticas aos habituais colaboradores deste blogue.
Foi então que me veio à ideia que isto das PPP talvez se trate de uma questão de fé. Uma espécie de uma nova versão do segredo de Fátima.
Quanto aos ditos ataques ferozes vão ficar para memória futura, caso o desastroso projecto das PPP vá por diante.
As PPP potenciais vantagens...
Ora vejamos…
1.- As corporações da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, pessoal de apoio) acantonadas nos hospitais públicos, apresentam baixos níveis de produtividade. A mudança de estatuto para HH EPE tem as suas limitações.
1.ª potencialidade das PPP: desalojar as corporações do seu reduto;
2.º Cumprir os objectivos do PRACE no que se refere ao programa da mobilidade especial;
3.º Redução dos efectivos da função pública que já vai em 40.000.
4.º Dado o crescimento (incontrolável) dos gastos em saúde, o Estado pretende aligeirar o seu compromisso com a Saúde. Entregar a prestação de cuidados ao sector privado, ficando o Estado apenas com o papel de regulador e financiador, constitui um caminho rápido para cumprir este objectivo. Privatizar a Saúde, permitir o “opting out” , dinamização do mercado de seguros. O acesso para quem pode pagar.
5.º Permitir o acesso das empresas privadas a uma nova área de negócio de grande potencial, com contratos de dez e trinta anos assegurados pelo orçamento de Estado.
Longe de criar concorrência o negócio das PPP assenta na constituição de oligopólios seguros fiscalizados pela habitual benevolência do Estado.
6.º Permitir ao Estado realizar obra, através de investimentos pesados, transferindo encargos para as gerações futuras.
7.º Sobre as anunciadas poupanças para o Estado de muitos milhões seria necessário, entre outras coisas, que houvesse rigor no cálculo do CPC, que o acompanhamento, fiscalização do estado em relação aos contratos das PPP, fosse efectiva, competente, séria.
São estas as potencialidade que encantaram o PPP e o Aidenós ?
Caro É-Pá:
Obrigado pelo seu comentário porque por ele depreendo que há um equívoco que devo desfazer ou prevenir: a minha intervenção não pretendeu rebater especificamente o que consta no Post de 16.08.2008 (“VM, bitaites sobre o SNS” link), nem visou a defesa de VM – seria estultícia e petulância da minha parte e, além disso, o próprio já o tinha feito ao repudiar a qualificação de neoliberal, remetendo para outros textos elucidativos do seu posicionamento em matéria de saúde. Tive o cuidado de transcrever a passagem do texto que vinha à minha temática e foi a essa passagem que manifestei inteira concordância. Sobre o mais nada disse, em alguns casos por reconhecer-me incompetente, nos restantes porque considerei que, no meu momento, não vinham ao caso.
Mas, já que o É-Pá optou por repor algumas das suas anteriores considerações, deixe que também eu diga alguma coisa, só fundada no que, de um lado e do outro, disseram.
a) Nem sei bem o que sejam bitaites. Admito que signifiquem o mesmo que sounbites, dicas, bocas ou ruído estranho e portanto perturbador. A afirmação que o É-Pá retranscreve tem, no meu juízo, um sentido concreto, bem centrado na problemática do SNS e preocupante. Não me parece um bitaite. Se nem todos assim o entendem, oxalá seja eu a não ter razão;
b) a ineficiência e o desperdício: alguma coisa terá melhorado, a acreditar no que é propalado. Mas, como sabe, não é muita a informação disponibilizada, sobretudo quando pensamos em informação padronizada e sistematizada, à qual possa atribuir-se significado no panorama global do SNS. Esperemos, mas a verdade é que as reformas que poderiam reduzir significativamente a ineficiência e o desperdício dos recursos são lentas, aguardam ou são perspectivadas para um prazo de 10 ou 15 anos (V. dedicação exclusiva);
c) implementação das áreas oncológica e do transplante pulmonar: É-Pa: (VM) refere "o alargamento do plano oncológico e a criação de dois centros de transplante pulmonar no País " como desastrosas propostas da actual Ministra, em 16.08; em 25.08refere: O reforço da rede oncológica nacional e a criação de um serviço de transplantes pulmonares não são perda de eficiência, nem desperdício;
VM: (A MS) podia mesmo ter acrescentado que, por princípio, o SNS deve ter capacidade de resposta para todas as necessidades, não sendo admissíveis as lamentáveis e duradouras lacunas em áreas como Oftalmologia, Urologia, Estomatologia, entre outras, que foram sendo sub-repticiamente objecto de uma espécie de "privatização furtiva"...(em 12.08.2008);
Acresce que algumas decisões recentes - como a revisão do plano oncológico num sentido expansivo e a criação de dois centros de transplante pulmonar no País - me parecem preocupantes, tanto sob o ponto de vista dos custos (muito elevados em ambos os casos), como sob o ponto de vista da qualidade dos cuidados prestados, que dependem de uma casuística que só os grandes números dão e que só a concentração de serviços proporciona. Isto é, VM considera preocupantes (não desastrosas) pelos custos a revisão do plano oncológico num sentido expansivo e pela qualidade dos cuidados que exige casuística bastante a criação de dois centros de transplante pulmonar (não de um, porque o SNS deve ter capacidade de resposta para todas as necessidades). A suspeição de que defende uma reserva para o SPS não tem sustentação;
d) Deficit orçamental, ineficiência e investimento: Penso que é esta a problemática que pretendeu abordar. É evidente que pode haver eficiência e deficit orçamental, e mesmo investimento por recurso ao crédito desde que sejam suportáveis as responsabilidades assumidas (compromissos de funcionamento e de amortização do investimento). Com base no histórico, já não tenho tanta certeza como o É-Pá quando afirma: “julgo que a gestão pública, hoje, sabe cuidar da produtividade do investimento”.
e) Por fim, o seu Post Scriptum: - “convém desfazer o mito que os políticos liberais (ou os neoliberais) não são adversários do SNS. Porque o são!“ Como sabe VM respondeu-lhe antecipadamente em 19.08.2008: ”Só faltava ver acusadas de "neoliberais" as posições que aqui defendi sobre o SNS. É a típica reacção da esquerda fóssil a todas as ideias que visam promover a sustentabilidade e a capacidade de resposta dos serviços públicos através da aposta na sua eficiência e produtividade e no melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. Vêm "neoliberalismo" em tudo: …[Permanent Link]”
Por mim, dir-lhe-ei apenas que é tudo uma questão de definição: de SNS e de liberalismo e neoliberalismo; o resto são palavras.
Caro Joaopedro:
Penso que me interpretou mal ao considerar que a minha intervenção veio em defesa do PPP. Simplesmente, para mim, concordar ou discordar na generalidade, não me obriga a concordar ou discordar em toda a linha, porque não tenho nem pretendo ter qualquer fidelidade, partidária ou outra.
A defesa do PPP não me preocupou e é verdade que poupei aos colegas do Saudesa a repetição das vantagens que poderão advir da existência de parcerias se o MS for capaz de as implementar e controlar de acordo com a lei e com os respectivos cadernos de encargos. Mas o Joãopedro é frequentador e interventor no Saudesa há longa data. Não duvido de que, se estiver interessado, encontrá-las não será tarefa pesada.
Um cartão de utente do SNS, uma carroça e um boi (factos verídicos)
Olá
Alguém pode explicar-me que país é este? Em Fevereiro último foi solicitado o cartão de utente à minha mãe para ser actualizado; na altura foi-lhe passada uma credencial formato A4 que serviria de substituto, para todos os efeitos, do cartão de utente do SNS. Acontece que decorridos já lá vão seis meses ninguém é capaz de me informar quando é que a minha mãe vai finalmente receber o cartão de utente actualizado (a desculpa neste momento está, tenham dó, no futuro cartão único que deverá ser implementado até … 2012!!!).
Isto revela a incompetência que graça no nosso SNS, deveras vergonhoso; porque é que (não) emitem primeiro o cartão actualizado e solicitam depois o cartão desactualizado? Para mim isto só tem uma explicação: primeiro coloca-se a carroça à frente dos bois; depois trata-se do resto. Está dito.
VM vê com preocupação o alargamento da rede oncológica nacional.
Poder-se-à concluir que VM é contra a inclusão de um Serviço de Oncologia no novo Hospital de Cascais (com capacidade de diagnóstico, tratamento (cirurgia, quimio e radioterapia) e seguimento em consulta externa).
..."Por mim, dir-lhe-ei apenas que é tudo uma questão de definição: de SNS e de liberalismo e neoliberalismo; o resto são palavras."!
Caro Aidenós:
Não podemos cultivar a cartesiana "dúvida metódica" acerca do liberalismo e neo-liberalismo e a Kantiana crítica da razão (pura ou prática) em relação à "esquerda fóssil"...
..."o resto são palavras".
As palavras são o suporte material do pensamento.
“As palavras são o suporte material do pensamento.”
Caro É-Pá:
Parece verdade, seja qual for a materialidade das palavras que diferem de idioma para idioma. Mas não esqueça que, contra os nominalistas, Descartes sustentou que o conhecimento se forma através de ideias claras e distintas (conceitos), estes sim, universais e correspondentes ao que ele próprio chama imagem impressa. É neste momento, de passar de imagem impressa para imagem expressa, naturalmente traduzida por palavras, que o conceito fica sujeito a sérios riscos!
Mas deixemos estas divagações das quais apenas me restam ténues reminiscências … Importante é que a definição expresse o conceito ou, de acordo com as reminiscências, convenha ao definido e só ao definido, não vá Diógenes reaparecer de galo depenado na mão e a anunciar um homem!...
Insecto, da família dos coleópteros, ataca novo projecto privado.
"Não sabemos de onde surgiu a ideia. Este insecto, da família dos coleópteros e ainda a ser identificado, foi detectado segunda-feira durante uma análise de rotina numa sala adjacente ao bloco e decidimos pelo encerramento por razões de estrita segurança"
José Manuel Boquinhas, presidente da administração do Hospital dos Lusíadas.
Azar ou falta de jeito
Uma pérola do que perdurará por muito tempo…
Insecto, da família dos coleópteros, ataca novo projecto privado.
"Não sabemos de onde surgiu a ideia. Este insecto, da família dos coleópteros e ainda a ser identificado foi detectado segunda-feira durante uma análise de rotina numa sala adjacente ao bloco e decidimos pelo encerramento por razões de estrita segurança"
Presidente da administração do Hospital dos Lusíadas.
Ao que se julga saber o insecto não tinha seguro de saúde presumindo-se, por tal razão, que as suas intenções não seriam as melhores. Tratar-se-ia de um agente biológico ao serviço da concorrência? (Há quem afirme ter visto o coleóptero a voar perto do Hospital da Luz…). Não poderá, igualmente, ser excluída a possibilidade de o vector ter sido instilado, no novel Hospital, a partir de um qualquer concorrente público EPE ou SPA (pela proximidade, suscitam suspeição Santa Maria ou o Curry Cabral). Finalmente, não deverá ser descartada a hipótese de se tratar de uma estratégia comunicacional de lançamento do projecto. Todos se recordam do “efeito “ Eusébio no Hospital da Luz…Neste caso o coleóptero faria parte de uma sofisticada acção de marketing na linha dos cartazes de lançamento com a fotografia da jovem com aparência de anemia ferropénica…
Enviar um comentário
<< Home