domingo, agosto 24

VM, bitaites sobre o SNS (2)


O "post" do e-pá “VM, bitaites sobre o SNS” link, mereceu um apontamento crítico de VM no "Causa Nossa" e a classificação de “típica reacção da esquerda fóssil a todas as ideias que visam promover a sustentabilidade e a capacidade de resposta dos serviços públicos...”. link
Tudo isto tendo por pano de fundo o artigo “A questão do SNS”, publicado no JP,
link no qual VM deixa recado à Ministra da Saúde sobre a prioridade de governação em salvaguardar a sustentabilidade do SNS.

Também não partilho da preocupação de VM. Evitável, aliás, se o professor se desse ao trabalho de tentar ver para além da espuma de informação .
Como se sabe, Ana Jorge, fez “finca pé” em manter Francisco Ramos na sua equipa de governação. Elemento chave pelos conhecimentos e experiência que tem em relação às questões de eficiência e sustentabilidade do SNS.
A Ministra da Saúde, neste meio ano que leva de governação, tem dado seguimento, no essencial, à politica de Saúde do seu antecessor, Correia de Campos, com adesão e colaboração interessada, da maioria do pessoal do SNS.
Quanto a resultados, basta salientar, no contexto desta discussão, que as contas da Ministério que Ana Jorge governa estão bem de saúde, como confirma o recente relatório da DGO (Julho 2008).
Se por princípio, o SNS deve ter capacidade de resposta para todas as necessidades, devem ser estudadas e implementadas novas formas de resposta, como a dos transplantes pulmonares de acordo com a vocação do SNS em assegurar cuidados mais diferenciados e que requerem maiores recursos para a sua prestação.
Penso, assim, que para além do mérito de muitas outras criticas pertinentes à politica de Saúde, neste caso, a intervenção de VM, cingiu-se ao mero bitaite.

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4 Comments:

Blogger tambemquero said...

Estas situações é que são preocupantes.
O investimento privado a contribuir para desorganização da resposta pública.
CC achava que a debandada de médicos para a privada não traria preocupações de maior.


Maternidade Alfredo da Costa sobrecarregada faz médicos temerem colapso das urgências

Profissionais são obrigados a trabalhar quase sem parar para susterem a avalacha de pacientes vindas de Vila Franca de Xira e do Hospital São Francisco Xavier
O aviso é do director clínico da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa: se as urgências daquela unidade de saúde continuarem sobrecarregadas com pacientes de outros hospitais, o serviço vai colapsar e os médicos não poderão garantir a segurança das mulheres que ali se dirigirem.
Os números, diz o médico Abílio Lacerda, não podem ser mais claros. Às urgências da maternidade acorrem 33.000 mulheres por ano. Para que todas estas pacientes fossem atendidas nas melhores condições, seria necessária a presença permanente de uma equipa de oito médicos. Mas, na Alfredo da Costa, "as urgências são asseguradas por sete ou mesmo seis profissionais".
Tudo estaria "relativamente" bem, explica o director clínico, não fosse agora a recepção em massa de pacientes oriundas do hospital de Vila Franca de Xira e do São Francisco Xavier (Lisboa), que viram recentemente as suas urgências de obstetrícia encerradas. Ontem à tarde, havia nove mulheres em trabalho de parto, quatro delas pertencentes às duas unidades que estão fechadas.
"Para já ainda não há risco para as pacientes. Mas se os médicos continuarem a fazer três turnos de 24 horas por semana, tememos o pior", adverte Abílio Lacerda.
E há soluções para harmonizar a proporção médicos/pacientes? "Já fizemos tudo o que era possível", explica aquele responsável. A maternidade contratou médicos externos, apelou à "boa-vontade" dos profissionais que, por força da idade, já não são obrigados a fazer urgências e ainda aos que estavam de férias. Todos acorreram, mas não basta. "Estamos completamente no limite. As empresas exteriores de prestação de serviços já não têm mais médicos para nós. Das sete pessoas escaladas para a urgência, uma ou duas são de fora. E os dois anestesistas de serviço, esses são geralmente do exterior", conta.
A situação já era "grave" quando, a 14 de Julho, encerrou a urgência de obstetrícia do Hospital Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. A Alfredo da Costa passou a juntar à sua média de 16 partos diários mais dois ou três de mulheres oriundas daquela unidade, que apenas reabrirá, por motivo de obras, a 14 de Setembro.
Mas o pior aconteceu esta semana, diz Abílio Lacerda. A urgência de obstetrícia do São Francisco Xavier fechou "de surpresa" na segunda e sexta-feira e já é público que, por falta de pessoal, se manterá encerrada até ao próximo sábado. "Já contactámos a Administração Regional de Saúde e o ministério. Dizem que compreendem as nossas queixas, mas nós precisamos é de uma atitude", lamenta o médico. Solução? "É preciso concentrar os profissionais de saúde em determinadas unidades e não deixá-los dispersos por várias urgências."
33.000

mulheres acorrem por ano às urgências da Alfredo da Costa. Na teoria, os médicos que ali trabalham não chegam para atender todas estas pacientes. Agora têm ainda de acumular as de dois outros hospitais
JP 24.08.08

1:15 da tarde  
Blogger Clara said...

Mais uma prova do desleixo a que a Ministra da Saúde tem votado a questão da sustentabilidade do SNS,
O horário acrescido — de 42 horas semanais — praticado por muitos profissionais deixará de ser pago como extraordinário, no caso, com um acréscimo de 37%. A ideia é da ministra da Saúde, Ana Jorge, e vai estar em cima da mesa já na próxima quarta-feira, na primeira reunião para rever as carreiras.
semanário expresso, 23.08.08

8:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O principio do fim da reforma dos CSP!

Desde o inicio da reforma que sempre se questionou a situação dos esporádicos.
Desde o início que se crê na possibilidade das USF junto a zona de afluência de esporádicos poderem atender os mesmos em Carteira Adicional ou encaminharem estes utentes para os serviços do CS (nomeadamente as Consultas Abertas).
Considerava-se este problema resolvido com a implementação dos ACES!

Há já algum tempo o MS parece ter perdido o interesse por esta área, ficando a reforma apenas pelas USF.
Estas Unidades de Saúde têm uma contratualização com o MS para responderem a uma dada população, contratualização essa que passa, não apenas pela produtividade e qualidade, mas também pela contratualização dos custos com medicação e MCDT.
Durante o mês de Julho começou o ruído devido a uma Ordem de Serviço da ARS Norte que obrigava as USF a atenderem os esporádicos, não só os agudos, mas também a segui-los como se de um utente da USF se tratasse!
Para espanto dos espantos a Secretaria de Estado achou piada e enviou uma circular para todas as ARS para que tomassem semelhante medida!
Um dos estandartes das USF é a sua autonomia seguindo os pressupostos de que a sua responsabilidade é para com o seguimento dos seus utentes, ficando a responsabilidade do atendimento dos esporádicos ao encargo do CS, que se teria (terá!) que munir de meios para fazer face a este problema!
Mais grave se põe o facto, por estas equipas (USF) já possuírem um nº muito maior de utentes que as restantes Unidades de Saúde, pelo que o bom-senso manda que as CA devem ser propostas pelas Unidades e não o contrario, pois serão estes elementos que terão que avaliar se terão ou não capacidade para contratualizar mais serviços.
Não esquecer que o aumento do nº de utentes traduz-se num aumento das horas de trabalho por parte destas equipas, estando algumas já a efectuar muito mais que as 35 horas semanais, mesmo em Mod.A, onde não são recompensadas por esse facto!
Mais hilariante parece o facto do MS se preocupar e desgastar a procurar uma resposta para este problema pontual, quando tudo ficaria devidamente resolvido com o avanço dos ACES!

Parece-me que o MS mudou de estratégia e a saúde dos portugueses vai ficar na mesma! Talvez até mais cara!


ACES precisam-se já, para bem de todos nós!

9:18 da tarde  
Blogger xavier said...

Não havia necessidade

Para desfazer eventuais equívocos:
Partilho a preocupação de VM relativamente à sustentabilidade do SNS.
Considero, no entanto, inoportuno e injustificável, o reparo de desleixo feito à Ministra da Saúde .
A tónica posta na defesa do serviço público não colide com aquele objectivo.

Quanto à criação de novos serviços, o serviço de transplante do HUC, nomeadamente, (a sujeitar naturalmente a estudo prévio), sob direcção do professor Manuel Antunes, oferece, à partida, garantia de sucesso.

1:44 da tarde  

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