sábado, setembro 20

Administração hospitalar

O caso de Gaspar Pais, administrador hospitalar, presidente do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e proprietário de uma empresa fornecedora de profissionais de saúde a hospitais públicos, link não é, segundo Pedro Lopes, presidente da APAH, a melhor forma de os administradores se situarem.
O MS, por sua vez, ao nomear para presidente do CHPV, Gaspar Pais, desconhecia esta situação, ou, conhecendo, deu tal coincidência de barato.

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12 Comments:

Blogger tambemquero said...

A empresa GPA-Prestação de Serviços de Saúde, Lda tem uma bolsa com 70 a 100 médicos portugueses, espanhóis e sul-americanos que fornece para vários hospitais do Norte do país. Tudo estaria bem, não se desse o caso de a empresa em questão ser detida em parte por um homem que é administrador hospitalar desde há dez anos. Gaspar Pais, que no início deste mês tomou posse como presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, já passou por vários hospitais da região norte e, há cinco anos, terá criado esta empresa em sociedade.
Com sede em Vila Nova de Gaia, a GPA, segundo explicou ao PÚBLICO o seu gerente, Pedro Osório, fornece clínicos gerais a um custo "20 e tal euros" por hora, não "os preços irreais" que têm sido apregoados pela comunicação social - na semana passada, a agência Lusa dava conta da existência de contratos com médicos de certas especialidades (como os anestesistas) que chegam a receber cem euros por hora. E, pelo menos nos últimos tempos, a GPA tem sempre sido seleccionada na sequência de concursos públicos, não por ajuste directo, garante Pedro Osório.
Será incompatível um administrador hospitalar acumular tal cargo com a sociedade de uma empresa fornecedora de tarefeiros? Para Gaspar Pais, a resposta é negativa, até porque, desde que o administrador tomou posse na Póvoa, a sua empresa deixou de fornecer médicos para este centro hospitalar. Mas os responsáveis da Ordem dos Médicos e da Associação Nacional de Administradores Hospitalares consideram, pelo menos, que tal acumulação é criticável. A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde já anunciou que vai investigar a situação.
Ontem, depois de ter dito que ia responder às notícias que têm sido publicadas a este propósito, primeiro no semanário Sol e depois no Jornal de Notícias, Gaspar Pais decidiu não emitir qualquer comunicado, como prometera. Mandou apenas dizer que "as notícias se baseiam em pressupostos que não são verdadeiros". A GPA fornece actualmente médicos para os hospitais de Valongo e São João da Madeira e para os centros hospitalares do Porto, do Tâmega e Sousa e do Alto Ave, adianta Pedro Osório. A empresa, assevera, nunca forneceu médicos para os hospitais de cujos conselhos de administração Gaspar Pais fez parte (como o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho), pelo menos na altura em que ele ocupou os cargos. O administrador passou também pelo hospital de Penafiel, mas apenas como gestor intermédio. Desde o Verão que a GPA está a fornecer médicos para esta unidade.
Ontem, o PSD de Vila do Conde pediu a demissão do administrador.

JP 19.09.08

8:57 da manhã  
Blogger e-pá! said...

JÁ AGORA...

Um "pormenor" da notícia do JN de hoje que me chamou a atenção.

"...o administrador de carreira (no SNS há dez anos e com três mandatos em administrações)"...

Falta um ano nestas contas (já que os mandatos são de 3 anos).
Terá, eventualmente, utilizado para constituir a " GPA, Prestação de Serviços de Saúde".
De qualquer maneira, nesta carreira não há embaraços...nem atrapalhanços ou o homem tem cartão...
É chegar, ver e vencer.

Todo este caso choca-me, pela promiscuidade, pela falta de ética, pelo aproveitamento da situação.

Um exemplo:
Gaspar Pais foi gestor no HH de Penafiel.
Ao que parece durante esse tempo a sua empresa não entrou no tráfico de médicos.
Saíu ou foi transferido, possui "informação privilegiada" sobre recursos humanos desse HH e, então, começa as actividades de locação. Depois, deve acentuar-se, sem precisar o tempo. Tudo limpinho, tudo legal!

Mas o mais grave será, como se depreende das declarações de Gaspar Pais, que esta saga pode continuar...

Drª Ana Jorge, ARSNorte, estamos de fim de semana antecipado?
Ou preferem que o PSD de Vila do Conde se adiante?

Quem tem organizado, e em que condições, sob que regulamento, os "concursos" que, segundo o gerente Pedro Osório, foram vencidos pela empresa ?
Quem tem integrado os júris de selecção?
São concursos regionais ou nacionais?
Empresa de serviços médicos ou empresa de locação de médicos?
Quem mais poderá estar metido nesta "tramóia"?
Quantas empresas destas existem em Portugal (a "bolsa da GPA (70 a 100 médicos não chega para cobrir as necessidades)?.

Trabalho para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.

8:00 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Este caso indicia a ligeireza com que continuam a ser efectuadas as nomeações para os CAs dos HHs.
Critérios de compadrio, correligionários, pagamento de favores é o que por aí mais há.
Depois é o que se vê.
Incompetência a rodos.
Depois a culpa dos fracos resultados é do modelo EPE.

10:01 da tarde  
Blogger Vivóporto said...

O «estado a que isto chegou», diria Salgueiro Maia! É o estado da incompetência e da inconsciência absoluta, da desfaçatez política, do nepotismo político (e pessoal?)desbragado, da falta de ética e de honestidade. Da falta de senso, sobretudo, especialmente por parte de quem devia ter, pelo menos, algum. Perdeu-se a vergonha. «The horror! It's the horror!», diria o Coronel Kutz. O «povo», porém, mais do preocupado, ri-se. A chacota é geral. O ambiente , mais do que triste, é visto e sentido, no mínimo,como hilariante.Curioso e preocupante é ver como os principais chamuscados, os responsáveis políticos,em primeira mão, não terem a noção disso. É tipico destas situações. O poder, em geral, tende a desvalorizar o humor. Mas quando as piadas, a risota, especialmente a risota dissimulada, quase conspirativa, começa a circular, com uma tal velocidade e intensidade, é sinal de que o poder está a corroer-se aceleradamente. Em Portugal tem sido assim, pelo menos. Curiosamente também na ex-União Soviética (e na actual Rússia) era assim (será por isso que dizem que Portugal e a Rússia têm almas gémeas?).Penso que não há efeito mais destruidor para ninguém (políticos ou não) do que a perda do respeito.Pelo que se vê e pelo que se ouve, já poucos se fazem respeitar, a este nível (da saúde):a direcção do PS/Porto, a ARS Norte, sobretudo, alguns CAs,alguns membros de CAs, alguns Presidentes de CAs. É tempo de moralizar o sistema. É tempo de lavar a cara. É tempo de ter coragem para ser políticamente sério e honesto. Haverá alguém atento às notícias que nos traz «o vento que passa»?

1:13 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

Os critérios são vários e conhecidos. Todos em prejuízo da competência.
a) Os marcianos.
Administradores que caem nos hospitais provindos de outros sectores de actividade. Alguns desprovidos de senso. Al fim de algum tempo temos coligido um manual de figuras tristes;
b) Os imberbes.
Meninos e meninas família, recém licenciados, que são descaradamente alcandorados num ou noutro CA dos nossos hospital de norte a sul do país.
Escusado ser dizer o papel que está reservado a estes meninos.
c) Polarizador de interesses.
Que funcionam como verdadeiras correias de transmissão com interesses externos estrategicamente colocados.
d) Os patetas.
Verdadeiros fenómenos da nossa administração hospitalar.
Individuos desprovidos de conhecimentos básicos, péssimos gestores de conflitos, pouco sociáveis, mal apresentados e mau hálito.
Existe também a versão muito social, bem apessoados, prá frentex nas relações inter sexos.
e) Os missionários.
Que aparecem e desaparecem depois de executado um projecto de âmbito muito restrito.
As missões podem ser as mais diversas: desde viabilizar um negócio de hotelaria, adjudicação de determinadas obras, despedir um conjunto de trabalhadores, inaugurar uma nova portaria, executar uma determinada centralização hospitalar, até à missão última de destruição de um hospital.

O rol de figuras tipo é infindável. Todas com um factor comum: falta de competência.

1:26 da tarde  
Blogger vivoporto said...

AH, MARQUES MENDES...AO MENOS ESTE ESTÁ ATENTO!

«Sem respeito por valores éticos, os cidadãos descrêem da política e os políticos perdem prestígio e credibilidade. É algo que não é mensurável mas que se ouve, se sente e se percebe (...). Há comportamentos, decisões e atitudes que podem ser legais, mas não deixam de ser éticamente censuráveis. (Há impedimentos e incompatibilidades éticas que nenhum lei estatui mas que são evidentes perante o mais mediano bom senso e aos olhos dos mais elementares critérios de prudência política. (...) Infelizmente os partidos - todos eles - teimam em não querer ver a realidade, estão cada vez mais fechados sobre si próprios e crescentemente dependentes de lógicas ou grupos corporativos, cedem aos interesses em vez de darem primazia aos princípios e valores». (Marques Mendes, in Mudar de Vida. Proposta para um país mais ético, justo e competitivo. Academia do Livro)

Não podia estar mais de acordo. A análise assenta como uma luva no que tem estado a passar-se na Saúde, especialmente no Norte do Pais (Porto, Póvoa-Vila do Conde...)

4:31 da tarde  
Blogger Bicho said...

Como remata é-pá - e muito bem - isto é trabalho para a IGAS.
Mas há muitas mais para aclarar, por parte da IGAS e outras entidades.
A incompetência, displicência e creio que mesmo a corrupção estão aí. Nas mais diversas instituições do SNS, nomeadamente envolvendo personalidades das áreas da administração, de que é ilustrativo este caso.
Já agora, a empresa não terá outros ramos de actividade? Limpeza, transportes, etc..?
Não haverá outras empresas que sejam propriedade (ou co-propriedade) de Administradores Hospitalares, vocacionadas para outras áreas de "out sourcing" ?
Corrigidas (ou ao menos minimizadas essas situações), teremos um SNS novo, sob todos os pontos de vista - nomeadamente em matéria de "saúde" financeira.
Não acreditam?

12:34 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Ver hoje alguns comentadores baterem nos Administradores Hospitalares/Gestores é caso para perguntar: mas afinal o que se passa? O que mudou?
Os nomeados actualmente em exercício não foram os que receberam estrondosos aplausos e proporcionaram louvores a CC?
Não foram eles os que substituiram os "incompetentes" dos anteriores CA's dos HH e das ARS's, do ex-IGIFS, etc.?
A verdade é que a "procissão ainda vai só no adro"!

2:02 da tarde  
Blogger rezingão said...

Ponderação e bom-senso…

A propósito do (lamentável) caso do administrador hospitalar, presidente do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e proprietário de uma empresa fornecedora de profissionais de saúde a hospitais públicos emergiu, de novo, o debate sobre a gestão hospitalar (e a respectiva natureza e qualidade).
Sem prejuízo de considerarmos este caso digno de reparo é bom não perder a objectividade e cair em generalizações que nos podem conduzir a conclusões incorrectas. Este caso, provavelmente, não será o único. Como únicos não serão os casos (desde há muitos anos conhecidos) de membros de CA’s e de muitos outros dirigentes hospitalares aceitarem, por exemplo, realizar sucessivas viagens ao estrangeiro a partir de convites de empresas com as quais os HH’s têm negócios a suposto de título de irem conhecerem “in loco” experiências e tecnologias. Também, sobre, este tipo de situações, haveria muito que reflectir.
Parece-nos, no entanto, injusto que alguém possa vestir a pele de “grande júri” da gestão hospitalar nacional criticando “em abstracto” tudo e todos. Parece evidente que, nalguns posts, emerge a nostalgia de quem já teve responsabilidades na gestão hospitalar. Acreditamos, contudo, que enquanto profissionais competentes, virão a ter, seguramente, a oportunidade de dar de novo o seu contributo.
Todos temos bem presentes os defeitos do sistema. Os erros de algumas escolhas e as histórias que aparecem associadas a alguns “cromos”. Infelizmente este tipo de defeitos não é apanágio de um ou de outro governo. Nos últimos 30 anos poderíamos elencar dezenas de situações que todos conhecemos.
A questão é mais séria e profunda do que este tipo de episódios sugere. Trata-se de uma questão de concepção estratégica e de modelo operacional.
É verdade que ACC não foi suficientemente claro na delimitação de papéis do sector público e privado.
É verdade que essa “ambiguidade” não deu sinais, suficientemente, claros aos diferentes tipos de actores (incluindo os profissionais);
É verdade que um sector público eficaz, eficiente, acessível e qualificado exige profissionais dedicados que invistam o melhor do seu tempo e saber no desenvolvimento das instituições onde trabalham;
É verdade que, nesta área ACC não terá conseguido encontrar “o fio condutor” da Reforma. E, no entanto, ele parece de muito fácil resolução. Basta que, para tal, haja coragem de falar claro e de ter uma rápida e corajosa iniciativa legislativa que contemple os seguintes pontos:

- Interdição absoluta de aquisição, por parte dos HH’s, de trabalho médico especializado através de empresas;
- Revisão do modelo remuneratório e da progressão profissional no âmbito das carreiras médicas;
- Imposição do princípio da dedicação exclusiva às novas admissões de médicos no SNS;
- Obrigatoriedade da criação de CRI´s nos HH’s e Centros Hospitalares nas áreas de maior escassez de recursos e dificuldades de acesso por parte dos utentes;
- Concursos anuais internos no seio dos HH’s do SNS para resolução de listas de espera incorporando nos critérios de escolha a natureza, a qualidade e a estabilidade das equipas;
- Parar de “alimentar” o sector convencionado em áreas onde a resposta existe no SNS reduzindo, desse modo, o incentivo ao trabalho fora do SNS;
- Publicação anual online das listas de conflitos de interesses dos profissionais com responsabilidades no SNS (de todos os grupos profissionais).

Apenas duas notas finais:

1) A concretizar-se o negócio de aquisição do SAMS pelos HPP será que o MS vai manter a subvenção capitacional? E se o fizer alargará a medida ao BES Saúde e à José de Mello Saúde? Se assim for será melhor desistirmos todos de discutir as carreiras médicas ou de perder mais energia a defender o SNS.

2) Para quando um estudo sério, de base científica que responda, com independência, às seguintes questões:
- Entre 2001 e 2207 quantos médicos ingressaram no SNS?
- Entre 2001 e 2207 quantos médicos abandonaram o SNS? E destes quantos por reforma, licença sem vencimento, etc)?
- Entre 2001 e 2207 como evoluiu o número de médicos a tempo inteiro no Sector Privado?
Acreditamos que a realização deste estudo ajudaria a acabar com muita demagogia e muita propaganda falaciosa…

4:32 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Porquê só agora?

A existência de "bolsas de médicos alocáveis" é consequência de alguma coisa (grave, em princípio).

Aliás, o "mercado das urgências" (são maus dias para este "espaço" de eleição neoliberal de negócios) floresce neste País deste há anos.

Interessa detectar as causas.

Abriram-se por este País fora HH's
sem quadros de pessoal (não só de médicos) que satisfizessem minimamente as necessidades de um funcionamento regular e autónomo.

Por outrolado, fizeram concursos para HH's do Interior que ficaram desertos. Não se tomou qualquer medida.

Os CA's, lavaram as mãos como Pilatos (não é o da ginástica!). Uns porque consideravam que o aluguer tinham menos custos, outros porque criar os quadros necessários era uma seca - negociar com o MS e o MF..., demorava tempo e dava trabalho.

Existem muitos médicos em Portugal sem perspectivas de trabalho estável nos HH's (se considerarmos o CIT uma situação precária), que "ganham a vida" fazendo urgências onde calha. Deste modo, auferem maiores rendimentos.
Eu não entrava pelo caminho da dignidade como fez o Dr. António Arnaut. Ficava pelo da necessidade.

Mas a situação em termos de gestão (CA)tem sido pacífica.
Desde que não sejam muito onerosos, para a gestão, não há problemas.
Há problemas, e graves, na qualidade dos serviços de urgência prestados mas isso, ainda, não é detectável, quanto mais, mensurável.

O problema aparece à luz do dis um pouco pela mesma razão dos subprime nos States.
O mercado tornou-se especulativo em determinadas especialidades (Obstetricia, Anestesiologia, etc,) onde se atingiram valores/hora, que escandalizaram.

Como acabar com esta especulação que intoxica o SNS?

1.) Com a maior urgência, os HH's deveriam ser obrigados a mostrar a sua "liquidez" em pessoal (médicos, enfermeiros, técnicos diagnóstico e terapêutica, aux. acção médica, maqueiros, serviço social, etc) para manterem em funcionamento as urgências.

2.) Regulamentação adicional para os concursos desertos.

E feito isso, as empresas tipo "GPA-Prestação de Serviços de Saúde" teriam de socorrer-se da Comissão Paulson (penso que evitar falências será uma missão global)

Não resisto a tentação de fazer uma observação que considero pertinente: O levantamento de recursos humanos hospitalares, nomeadamente do pessoal capacitado para integrar Serviços de Urgências, devia ser feito previamento ao encerramento dos SAP's. Esta displicência (será negligência) poderá ter sido fulcral, o detonador, para o agravamento e a especulação no tráfico de recursos humanos na área da saúde.

Penso que temos estado a contemplar a parte visível de um iceberg.
Estou completamente de acordo com o Tonitosa, quando escreve:
A verdade é que a "procissão ainda vai só no adro"!.

5:47 da tarde  
Blogger Tá visto said...

Interessane esta notícia. Mas mais interessante ainda é a nota de Rafael Monteiro desmascarando a hipocrisia do Bastanário da OM.


António Arnault acusa as circunstâncias pela degradação da classe
"Pai" do SNS questiona diginidade de médicos que trabalham para empresas de serviços
21.09.2008 - 13h33
António Arnaut, autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (SNS), está preocupado com o estado "comatoso" em que se encontra a Saúde em Portugal e acusa os médicos que trabalham através de empresas de "falta de dignidade".

Em entrevista à Lusa, António Arnaut questionou a "dignidade da função" de médico dos profissionais que são colocados nos hospitais públicos por empresas que vendem serviços médicos como poderiam fornecer os préstimos de "canalizadores".

"Os médicos estão a degradar-se", denunciou, considerando que a culpa não é dos clínicos, mas sim de "um conjunto de circunstâncias", com o qual os sucessivos governos têm sido "coniventes".

António Arnaut, que é o autor da lei que criou o SNS, através do decreto-lei 56/79, quando era ministro dos Assuntos Sociais, com a tutela da pasta da Saúde, responsabiliza o ex-ministro da Saúde António Correia de Campos de dar "a machadada final" no sistema, ao "acabar com as carreiras médicas".

Remuneração, carreiras e condições de trabalho

"Sem a segurança de uma carreira no Estado, os médicos perderam a sua estabilidade funcional", disse. Esta situação, que se aliou à redução da "formação" de médicos, que resultou nos números "clausus", veio "esvaziar o SNS de massa humana", prosseguiu.

Para António Arnaut, a saúde está em coma, mas "ainda é possível fazer alguma coisa". A solução passa, na sua opinião, por três respostas da tutela: restabelecimento das carreiras médicas, remuneração condigna e condições de trabalho.

O socialista está convicto de que, "se tiverem condições", os médicos "regressarão ao SNS".




21.09.2008 - 17h32 - Rafael Monteiro, Aveiro
Tem toda a razão e legitimidade Dr António Arnault para dizer o que diz. O Dr. Pedro Nunes bastonário dos ditos médicos tem assistido seráfico à degradação do Serviço Nacional de Saúde e da ética, pergaminhos e carreira profissional dos médicos. Ele até sabe que médicos são donos dessas empresas. E, para lhes facilitar a vida vem durante noite "visitar" Serviços de Urgência e encontrar algumas faltas. Os políticos presidentes dos conselhos de administração, vão solícitos contratar empresas - e elas são algumas vezes de médicos muito chegados, quer à Ordem - que não existe já, quer a alguns dignatários dos próprios hospitais. Não é Dr. Pedro Nunes ? Se não tiver a certeza pergunte ao Zé. Ele sabe tudo também disso disto.

9:24 da tarde  
Blogger Gaspar said...

Talvez o TONITOSA percebe porque só agora;
Assim talvez perceba que o ataque tb visa a actual MS. É ver quem são os "padrinhos" intelectuais e de direito do Sr PCA

6:05 da tarde  

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