quarta-feira, setembro 17

CC, publica livro


O livro, "Reformas da Saúde. O Fio Condutor" de António Correia de Campos, vai ter apresentação nacional.
- dia 24 de Setembro de 2008, pelas 18h30m - Livraria Almedina Estádio Cidade de Coimbra, Rua D. Manuel I, n.° 26 e 28 .
- dia 25 de Setembro de 2008, pelas 18h30m - Livraria Almedina Arrábida Shopping, Loja 290, em Vila Nova de Gaia .
- dia 26 de Setembro de 2008, pelas 21h00m - Livraria 100.ª Página, Av. Central, 118-120, em Braga .
- dia 29 de Setembro de 2008, pelas 21h30m - Livraria Bertrand, Palácio do Gelo Shopping, Loja 14, em Viseu .
- dia 3 de Outubro, pelas 18h30 - Almedina, Atrium Saldanha, Loja 71 em Lisboa.

12 Comments:

Blogger Vivóporto said...

E porque não o Porto?

3:08 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Cheira-me a contencioso autárquico.
Provavelmente, CC aprecia o carácter intrépido do Meneses e não vai à bola do R.Rio.

3:28 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Vamos ter muito material para debater.
Assunto chave a abordar: as azelhices de comunicação da governação de CC.

E um grande abraço para o Vivóporto que chega mesmo a calhar.

3:36 da tarde  
Blogger helena said...

Dou um palpite.
Quem escolheu os locais de apresentação foi a inefável ex secretária de estado, Carmen Pignatelli.
São os locais apropriados...
Sim, locais apropriados...
Para apresentação do manual de defesa de Correia de Campos.

3:41 da tarde  
Blogger Vivóporto said...

No Porto não é costume comer gato por lebre e os defeitos acabam por aparecer sempre à tona. Um livro não apaga as asneiras. Veremos se é um livro de um académico sério ou de um político a tentar uma terceira oportunidade.
O mal dos nossos políticos de saúde, de CC em especial, é que não têm tido uma visão global e coordenada das principais ineficiências do sistema e descuram completamente a micro-política. Faz tão mal a falta da primeira como os erros que se cometem a nível da segunda. Quanto à primeira CC sempre poderá arranjar argumentos para se justificar,mas os erros no terreno não há justificação que lhe valha. É aqui fundamentalmente que se perdem as eleiçoes e se perdem os políticos. CC perdeu aqui. Os actuais responsáveis do Ministério vão a caminho. O que se vai sabendo por aqui e por ali são indícios claros da derrocada. Há quem ande a dormir e quando acordar...é tarde, Inês é morta. Fica o aviso, especialmente a quem tem tomado as últimas decisões políticas relacionadas com alguns hospitais do Porto. Nunca o ambiente foi tão mau, as consequências tão negativas e o desastre tão certo como a morte.
Que a terra lhes seja leve!

5:08 da tarde  
Blogger Tá visto said...

O problema parece estar mesmo na qualidade do fio. Com alguns ministros não conduz a coisa nenhuma, com outros começa a conduzir mas alguém lhes corta o fio, noutros casos ainda o ministro diz que o fio vai conduzir num determinado sentido mas todos vêem que inverteu os pólos e que desta forma o resultado será outro.
Esperemos que algum governante consiga para a saúde o que outros conseguiram para as telefonias, inventar a reforma sem fios, pode ser que a teoria do caos aqui dê certo.

8:32 da tarde  
Blogger helena said...

Será que temos o vivóporto de volta?
Coincidência ou não onde está CC, aparece o vivóporto.

10:42 da tarde  
Blogger cotovia said...

Um grande acontecimento em perspectiva.
Em Coimbra o livro será apresentado por Vital Moreira; Vila nova de Gaia - Daniel Bessa; Braga - Anabela Correia; Viseu - Manuel Sá Correia; Lisboa - Dr. Jorge Sampaio.

10:54 da tarde  
Blogger saudepe said...

Será que no seu livro, CC faz referência aos ataques de que foi vitima por parte da comunicação social?

E aos fenómenos novos de comunicação ligados às novas tecnologias como a internet, a hiperinformação, os blogs e o vivóporto.

1:25 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Goste-se ou não, uma personalidade marcante no meio de tanta mediocridade.

PÚBLICO — No seu livro compara o programa do Governo na Saúde com o que conseguiu executar e diz que “os resultados são impressionantes, a reforma avançou quase 80 por cento do previsto”. Se são tão positivos, porque é que saiu do Governo?

Correia de Campos — A execução não tem nada a ver com a capacidade de ficar em funções. Não se esqueça da importância dos media. Nos media e na opinião pública publicada eu era uma figura politicamente exausta. Era absolutamente necessário sair porque uma reforma só se faz se houver uma relação de confiança muito grande entre o líder da reforma e os seus beneficiários, os cidadãos. As minhas quotas de popularidade eram baixíssimas e não era esperável que recuperassem para níveis toleráveis, porque ainda havia problemas para resolver. E, portanto, eu entendi, juntamente com o primeiro-ministro, que era altura.

Mas isso não é deixar que as sondagens norteiem a acção política? Diz no seu livro que os momentos de impopularidade são inerentes ao cargo político...

A impopularidade é inerente ao cargo político mas o que se verificou foi que não havia mais capacidade de sintonia entre o ministro e a população.

O mesmo aconteceu com a ministra da Educação e manteve-se no Governo...

É diferente, porque na ministra da Educação havia uma aliança implícita com boa parte da população, que são os pais, e aqui não. Havia um sentimento de fragilidade, de receio, de instabilidade e desconfiança. É o que há de pior, não é possível.

Quando diz que cumpriu 80 por cento do que estava previsto, não está a ser optimista? Por exemplo, a reforma dos cuidados primários (centros de saúde) está ainda no início...

Não. Há 150 Unidades de Saúde Familiar a funcionar. Uma reforma de cuidados primários demora 20 anos a fazer e em três anos fez-se isto. A verdade é que a parte mais difícil, que é conceber as reformas, discuti-las com os parceiros sociais, passá-las para o papel legislativo e começar a executá-las, foi feita em todas as áreas: cuidados continuados a idosos, USF. Se conseguirmos chegar ao fim desta legislatura com 220 a 250 USF estaremos com 60 por cento da cobertura do novo sistema dos cuidados primários.

Quando, no seu livro, se refere ao episódio do fecho dos blocos de partos, acusa alguns municípios PSD, nomeadamente Barcelos, de organizarem manifestações contra si, de deslocarem manifestantes com financiamento público. Foi vítima de manipulação política?

Não lhe chamo manipulação política, é o jogo político natural. Os municípios, durante algum tempo, pensaram que ganhavam votos na população se fossem contra as medidas do Governo. E, curiosamente, os dois casos, de Barcelos e Mirandela, quando perceberam que a reforma era algo diferente daquilo que tinham sido induzidos a acreditar, ficaram ao lado da reforma. O presidente da Câmara de Barcelos, numa cerimónia pública, fez grandes elogios à reforma.

Afinal, foi demitido ou pediu a demissão?

Chegámos a acordo na carta em que eu reconhecia que não havia possibilidade de cumprir. Quando aceitei o convite, tinha dito que seria por dois anos. Não saí porque as reformas estavam pouco maduras.

A requalificação das urgências foi a questão mais polémica. Como interpreta a actual acalmia?

Por um conjunto de razões psicológicas que fazem com que, desaparecendo o protagonista — não desapareceram naturalmente os partos nas ambulâncias nem as quedas de macas —, desapareça a tensão.

Diz que tem uma personalidade abrasiva. A actual ministra, Ana Jorge, é completamente diferente...

Sim, e isso é uma vantagem com que o Governo conta. A minha personalidade abrasiva levou-nos à reforma ao ponto a que ela chegou.

Quando acha que as pessoas vão perceber as suas medidas?

Não preciso disso. Não tenho nenhuma crise de identidade nem nunca terei. Eu expliquei 30 vezes que os números das crianças que nasciam nas ambulâncias estavam a baixar todos os anos, passaram de 120 ou 130 em 2005 para 86. Algum dia essa explicação passou? Não passou porque eu já não era um interlocutor credível.

Dedica todo um capítulo ao excesso de poder dos media. Acha que a culpa da sua saída é dos media?

As culpas são exclusivamente minhas. Sinto-me perfeitamente realizado. Fui até mais longe do que julgava.

Tempos de espera muito altos para cirurgia oncológica

Apesar do seu balanço positivo, umas das reformas que reconhece ter ficado longe de estar cumprida foi ao nível oncológico, dizendo que “estamos muito longe de garantir rapidez no acesso ao tratamento”.

Progredimos muito, sobretudo com a redução das filas de espera cirúrgica. Foi um enorme avanço, mas precisamos de progredir muito mais porque temos ainda tempos de espera muito altos.

Os portugueses com cancro recebem um tratamento de menor qualidade do que noutros países europeus?

Recebem a mesma terapêutica, a mesma cirurgia, a mesma radioterapia, mas podem não recebê-las no tempo e com a coordenação necessários. O tratamento deveria ser feito por uma equipa plural de médicos (um cirurgião, um oncologista e um radiologista), que deveria acompanhar o doente como um todo e, muitas vezes, não é assim. Muitas vezes a pessoa tem um nódulo no peito e vai a um médico que a opera e quase sempre recomenda um oncologista para dar continuidade ao tratamento, mas isto não é coordenação, isto é referência. O cirurgião deveria primeiro falar com o radiologista e o oncologista clínico porque, em muitos casos, a prioridade pode não ser cirúrgica, mas radiológica.

Se ficasse doente iria o estrangeiro?

Não iria ao estrangeiro mas não são comparáveis as situações. Pessoas com notoriedade, conhecimentos, cultura, meios e amigos não são comparáveis à população em geral. E eu refiro-me sempre à população em geral.

Este maior tempo de espera para tratamento conduz a mais mortes por cancro do que noutros países?

Temos uma mortalidade mais alta, intervenções mais tardias e não sou eu quem o diz, é o professor Sobrinho Simões, por exemplo. Mas demos um enorme avanço. A criação de um Plano Oncológico Nacional é importante.

Saíram 500 médicos para o privado

No livro faz as contas e chega à conclusão que em 2007 “apenas” terão transitado 500 médicos dos hospitais públicos para os privados. A verdade é que foi durante o seu mandato que a saída dos médicos se agudizou.

Houve uma coincidência com o surgimento, ao longo de dois anos, de dois hospitais em Lisboa com quase 700 camas. E a saída é uma falsa questão.

Mas o que se diz é que têm saído os mais velhos...

E então? Os médicos que ficam são tão bons como os veteranos. Reconheço que o ordenado de um médico num hospital é muito baixo e é compensado através de horas extraordinárias acriticamente atribuídas. Ia fazê-lo este ano, criando mecanismos para encontrar um modelo que não tenha que utilizar a ficção das horas extraordinárias, para pagar condignamente, com retribuições proporcionais ao desempenho.

Tem-se falado muito de os médicos serem contratados como tarefeiros à hora, da má qualidade do atendimento que a Ordem dos Médicos (OM) diz que é o resultado da empresarialização dos hospitais.

É o resultado da política de, ao longo de várias décadas, com cumplicidade visível da Ordem dos Médicos e que também cobre os políticos, se restringir o acesso às faculdades de Medicina. Isto é uma imoralidade. Não tolero lágrimas de crocodilo. Essas pessoas contribuíram activa ou passivamente para a situação actual. Lembra-se da argumentação? Não temos falta de médicos, estão é mal distribuídos. Durante anos a fio foi esta a retórica da OM.

Mas acha que foi uma coincidência ou teve a ver com a empresarialização dos hospitais públicos durante o seu mandato e o crescente descontentamento dos médicos com a situação no SNS?

Como é possível se esses investimentos [nos hospitais privados que abriram em Lisboa] começaram em 2001? Eu recebi em 2001 os promotores desses investimentos e avisei-os a todos que olhassem bem para o seu mercado.

Isso significa que não acredita nos outros investimentos privados anunciados para os próximos anos?

Depende. Se o SNS for bem gerido e se ampliar a sua capacidade de execução, naturalmente que o sector privado actual é mais do que suficiente.

Então, os investimentos anunciados para os próximos anos não fazem sentido?

Para mim não fazem sentido. Mas ninguém pode dizer com precisão o que vai acontecer daqui a dez anos. E, se não se fizer nada, se se continuar só em retórica a defender o SNS, não tenha dúvidas de que o SNS se deteriora.

Acha que a sua sucessora tem “preconceitos ideológicos” ou “complexos de esquerda”, expressões que usa no livro?

Não tenho nenhum comentário, nem sobre as pessoas que me sucederam nem sobre as que me antecederam...

Mas não há uma referência subtil à ministra quando se refere àqueles que pensam que o SNS se defende com base só na teoria e na retórica?

Não fiz referências nominativas, pessoais, nem entendo que as deva fazer. Se nada se fizer no SNS, se só gastarmos gargarejos a dizer que somos muito a favor e não fizermos o nosso papel, que é pôr o SNS a funcionar de forma eficiente, não tenham dúvidas de que estamos a prejudicá-lo. Esta ministra está a fazer coisas corajosas, como a descida do preço dos genéricos, as PPP.

No seu livro limita-se a fazer uma referência muito breve às Parcerias Público-Privadas (PPP) para a construção e gestão de hospitais. Mal tomou posse, a sua sucessora anunciou que a gestão destes novos hospitais em PPP voltaria para a esfera pública. Não houve uma clara mudança de rumo?

As PPP tinham que ser revistas e têm que ser revistas. Não é uma inversão completa do caminho. Não fui eu o autor da junção da gestão clínica com a construção. Mas achei que valia a pena fazer a experiência. Agora, olho para o tempo que demora, e isso [a gestão privada] torna o processo tão complexo, enquanto a construção é mais ou menos controlável... Acho que foi uma conclusão natural. Eu tinha dito (há um despacho escrito) desde logo que o Hospital Central do Algarve seria construído apenas em parceria infra-estrutural. Braga, Vila Franca, Cascais e Loures vinham do passado. Não houve alterações porque o Governo tinha que dar sinais de estabilidade. Foram desde o início intocáveis nesse modelo, aconteça o que acontecer, a menos que haja algum cataclismo.

Em relação ao Hospital Amadora-Sintra, também não acha que houve uma inflexão?

Eu limpei o terreno e deixei o campo aberto denunciando o contrato à entidade gestora. Não me peçam para comentar mudanças de rumo. Podia-se tomar uma posição ou outra. Eu próprio podia ter tomado essa decisão.

JP 19.09.08

2:08 da manhã  
Blogger vida nova said...

Saúdo o Vivóporto e pergunto: com o seu AVISO estava a pensar num hospital que foi brindado com uma hiena e uma choca?

Vidanova

10:11 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Na entrevista de CC ao Público de hoje (19.09.2008) há uma afirmação que não pode passar em branco ( e passou na exaustiva transcrição organizada pelo tambemquero):

JP- Quais foram os agentes mais difíceis de afrontar? Os médicos? A Indústria farmacêutica? Os farmacêuticos?

CC - O actor mais poderoso é a Associação Nacional de Farmácias, sem dúvida, e a uma enorme distância de todos os outros. É muito difícil de afrontar, mais do que a Indústria.

Quando afirmamos aqui no Saudesa ou em público que o enorme lobby da Saúde é a ANF (as outras organizações na área da Saúde são peanuts), aparecem logo, alvas vestais escandalizadas, a negar, a desmentir, a repudiar...

E a propósito de Farmácias, o Governo foi advertido pela Comissão Europeia de 2 coisas:

1ª.) a impossibilidade de as empresas de distribuição grossista de medicamentos possuírem uma farmácia.
Pressupõe que o inverso aplicado a um grupo de farmácias como, p. exº, a ANF, também será impossibilitado.

2ª.) Portugal tem de desistir da norma que proíbe a qualquer proprietário possuir mais de 4 farmácias.
a CE considera estas exigências "desporporcionadas em relação ao objectivo de protecção da saúde, sendo incompatíveis com a liberdade de estabelecimento

Logo, a solução encontrada por Sóocrates e CC - uma propriedade com menos condicionalismos do que o passado (mas ainda protegida) + o "Compromisso para a Saúde", parece ter caducado.
A CE reclama a liberdade de estabelecimento e já instaurou um processo à Alemanha por vedar a posse das farmácias a não-farmacêuticos.
Parece-me que estaremos á beira de uma, agora sim, verdaeira liberalização das farmácias.

Já sabemos os argumentos em contrário, entre eles, o possível monopólio, como sucedeu no Reino Unido.

A ANF apesar de ser um grande lobby em Portugal, não terá peso para "forçar" a nossa saída da UE...

10:14 da manhã  

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