sexta-feira, setembro 19

From Jolanta

square Stortorget, Estocolmo
A semana passada os meios de comunicação desataram nova chinfrineira, desta vez sobre o caso de um dentista em funções no SUB de Odemira, recém aberto.
Não se tratava, afinal, de nenhum protésico dentário, como os títulos faziam crer, mas de um médico estomatologista, licenciado em Medicina, com internato geral e complementar. Um médico apto a exercer medicina geral.

Se o comportamento da nossa comunicação foi, mais uma vez, deplorável, o que dizer de PKM, que decidiu ir atrás deste caso exemplar para justificar os seus derriços pela gestão privada do Amadora Sintra e o consórcio JMS.
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Os ecos do professor são cada vez mais confrangedores.
Melhor fora, como era suposto, que aproveitasse e se "divertisse" em Estocolmo.

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5 Comments:

Blogger Tá visto said...

É confrangedor ver PKM utilizar um “anecdotal case” de um Centro de Saúde público para questionar a qualidade do SNS e defender os prestadores privados. Não está em causa a justeza da sua apreciação relativamente aos factos relatados mas tão só a proporcionalidade da mesma e, mais que tudo, aproveitar-se de um erro incidental para criticar o Governo por ter rescindido contracto com o grupo Melo no caso Amadora-Sintra.
O conteúdo da argumentação que desenvolve, num artigo de cariz marcadamente político, é tanto mais de estranhar vindo de uma personalidade que diz privilegiar a “policy” em detrimento da “politic” como força de razão das suas opções em matéria de Saúde. PKM começa o seu artigo colocando a questão “Que sistema de saúde permite que um médico dentista assegure urgência básica num centro de saúde em Odemira sem formação para o fazer?”. Pois! É o mesmo que permite que um hospital privado discrimine utentes em função do subsistema de que são beneficiários. É o Estado que temos e, para mal dos nossos pecados, se calhar o que merecemos.
Todos sabemos que nem tudo vai bem no SNS e que há muito trabalho a fazer para melhorar a qualidade e poder garantir o máximo de equidade no acesso a cuidados de saúde aos cidadãos seja qual for o lugar onde residam. A escassez de profissionais, em particular na área da Medicina Familiar, tem consequências como esta passada em Odemira ou, ainda mais gritante, a que sucede no distrito de Bragança em que o SU durante a noite é assegurado por um enfermeiro estando o médico em regime de chamada.
Não nos queira é PKM convencer que é através da entrega aos privados dos serviços de saúde que vamos corrigir erros de decisores políticos passados e colmatar deficiências e iniquidades do SNS. A realidade mostra precisamente o contrário, basta ver que o investimento dos grupos económicos se concentra na orla litoral, particularmente em torno das grandes cidades, onde se concentra a população de mais altos rendimentos e onde menos se faz sentir a necessidade de alternativas à oferta existente.
Tem muita razão e todo o direito de zurzir em quem representa o Estado pela forma despicienda com que trata frequentemente os assuntos de saúde. Não no queira porém convencer é afastando esse mesmo Estado das suas responsabilidades directas na garantia de cuidados de saúde que vai melhorar a actual situação. Já que vai para Estocolmo, não deixe de ouvir os ecos que por lá ressoam em consequência da privatização de hospitais por um governo conservador.

11:16 da manhã  
Blogger e-pá! said...

The new deputy head of European Centre for Disease Prevention and Control, embora longe, sabe que tem de tratar da vida...porque a precariedade, infelizmente, existe em todo o lado!

De qualquer maneira, nas novas funções, terá começado a prevaricar (ou terá autorização? ou não está abrangido?)
Consta do Staff Regulation do European Centre for Disease Prevention and Control (Titlle III,Charpter Recruitment, artº 18, pág. 14):
"1. All rights in any writings or other work done by any official in the performance of his duties shall be the property of the Community to whose activities such writings or work relate.
The Communities shall have the
right to acquire compulsorily the copyright in such works."
A CE saberá que existe o DE?

...any writings or other work..., pelo que a sua colaboração, no DE, à primeira vista, parece-me comprometida.
Mas isto são aspectos burocráticos, legalistas, formais que, por acaso, me caíram nas mãos quando andava a "vasculhar" informação sobre a gripe aviária...

Pensava eu que com esta "deslocalização" teriamos umas tréguas sobre as terríveis policies...e, eventualmente, uns apontamentos sobre a velha praça Stortorget, assim do tipo "Crónicas de Estocolmo", como sugere o post.

Ou então, podia acontecer o sortilégio do DE encontrar alguém mais interessante para "escrevinhar" as tradicionalmente imprevistas crónicas quinzenais das 5ªs feiras...
E que não defendesse a situação que se vivia no HH A-S, não confundisse estomatologistas com dentistas e outras coisas mais.

Mesmo assim, julgo que tem alternativa.
Poderá, p. exº, de 15 em 15 dias, enviar um e-mail amistoso ao JMS.
É correspondência privada e ele bem precisa para para ajudá-lo a se ressarcir da "pulhice" que estes "malandros" lhe fizeram...

11:29 da manhã  
Blogger Lucas said...

A reacção do e-pá é a reacção típica de uma espécie de neo-fascistas que se dedicam a silenciar os que podem colocar em causa os seus interesses.

Pela calada, encobertos sob o anonimato e com alguma destreza na intriguice dos corredores do poder, e-pá e similares testas de ferro de interesses dissimulados, vão perseguindo os que resistem ao pensamento único que querem impor pela violência das palavras anónimas e pela maldade.

Os seus intentos ficaram claros. Mostrando a mesquinhez e o ódio que reserva a PKM já reconhecidos por todos, desrespeitando a liberdade de pensamento, a liberdade de expressão e a privacidade de uma pessoa, e-pá não perdeu tempo a procurar lançar mais uma forma de falso testemunho e perseguição a PKM. Vai dai, decide julgá-lo e sentenciar que PKM não pode escrever mais no DE ou em lado nenhum porque trabalha para uma agência europeia. Desconhece, evidentemente, que a instituição em questão é uma agência técnica e científica dedicada à geração e disseminação de conhecimento como também viu quando vasculhou no site (mas convenientemente, ignorou para os seus intentos intriguistas). E-pá desconhece, ou finge desconhecer, que a maior parte dos seus “officers” são investigadores altamente qualificados e ignorou, com maldade, o mais básico dos principios: que a investigação é livre. E este facto tem muitas implicações.

Camarada e-pá: a investigação é livre!!! Não era livre na União Soviética, é um facto, e deve vir daí a sua visão do que deve ser um debate de ideias. Os resultados das investigações devem ser livremente discutidos e apresentados à opinião pública. Por outro lado, as opiniões pessoais, emitidas a título pessoal também são respeitadas em toda a Europa. O texto regulamentar que, de forma desonesta, tentou associar a um seu (sui-generis) conceito de opinião refere-se apenas às publicações da agencia que quando publicadas em nome da agencia implicam que os direitos de autor são trasnferidos para a agencia. É muito simples e não tem qualquer relação com a intriguice que tentou lançar.

Bem, a investigação e livre na Europa excepto nas terras que e-pá controla com a sua destreza de intriguista mor. E invejoso. Um homem (ou uma mulher?) muito perigoso(a).

Fique a saber, e-pá que, enquanto o DE for livre, PKM terá sempre espaço para, livremente, opinar sobre o sector da saúde como tem feito e com grande qualidade e profundidade. O DE está aberto a outros opinadores dedicados à saúde. Já alguns tentaram substitui-lo, já pressões houveram ao mais alto nível deste país para o afastar mas, apesar disso tudo, o DE continua a ser livre. O mesmo não podemos dizer de outros meios de comunicação social. Mas os camaradas como o e-pá não querem ouvir falar disso porque quando são vocês a impedir as opiniões discordantes, na vossa cabeça, “é aceitável porque é por uma boa causa”. A União Soviética também pensava assim. Nos tempos de Salazar também era assim. Mas o e-pá não enxerga as implicações dos seus comentários.

O caso de Odemira é paradigmático do caminho que o sector público na saúde está a tomar. A referência ao Amadora-Sintra que PKM faz também é muito bem enquadrada. Não é uma defesa do serviço privado. Como PKM tem referido, ele é da'opinião' que o sector privado tem um papel complementar na modernização do SNS. Nunca sugeiru que se substutiuisse o estado pelo privado (apesar de tal estar a acontecer na Europa).

O problema indicado no artigo é simples: então o estado afasta da gestão de um hospital difícil (com uma população extremamente complexa) um grupo privado que obteve a 1ª Acreditação Total de Qualidade e a seguir faz contratos com empresas de "vão-de-escada"? Com empreas sem qualquer garantia de qualidade nem de qualificações reguladas pelas Ordens profissionais para os serviços que vão prestar? Mas isto faz algum sentido?

O e-pá está muito limitado na sua reflexão apenas por questões emocionais (porque é um homem inteligente em outras ocasiões) e não quer ver o ponto que o artigo de PKM fez: Incoerência!!! Incoerência de um governo que, na melhor das hipótese reflecte a detestável jogatana eleitoralista ou, na pior das hipóteses, um governo que optou pela rescisão para resolver outros problemas… muito mais sérios… para o lado dos que estão no poder… actualmente…

Se o e-pá fosse mais honesto, do ponto de vista intelectual, teria incluído nos seus comentários sobre PKM que foi PKM que na altura da rescisão do contrato com o Amadora-Sintra questionou "qual era a coerência do 1º ministro em acabar com esta PPP"... e manter as outras?! Veja os arquivos do DE. É claro que a questão da incoerência da decisão é óbvia para qualquer leigo destas questões. Ou não?

O problema que advém da história de Odemira é que é um eco de um fenómeno muito negativo, muito preocupante, muito perigoso para o Futuro do SNS e para a segurança dos doentes. Mas é um fenómeno que os influentes decisores do SNS, alguns que anonimamente postam neste blogue, querem que vá para “debaixo do tapete”. Não foi. E vamos ter mais histórias destas.

O que se passou em Odemira passa-se em muitos mais sítios! O que se passou em Odemira só pode ser ignorado por quem tenha interesses a defender no status-quo do SNS. Não é o caso de PKM e ainda bem que ele continua a escrever.

Enfim. Caminhamos para um contexto propicio a uma nova revolução. Porque gente como o e-pá vivem alienados e com a paranóia dos fantasmas do passado (pré-25 de Abril) e não se apercebem que eles é que passaram a ser o status-quo que silencia, que persegue, que expulsa e, por via de terceiros, que até manda destruir vidas para se manter tudo como eles acham que deve ser. Não se apercebem que já não representam as minorias oprimidas. Mas antes são as minorias privilegiadas e opressoras. Está tão “des-sintonizado” e-pá.

11:39 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Pode admitir-se algum exagero no texto de PKM mas ocorre perguntar: algum dos comentadores do Saúde SA, geralmente bem informados, ignora que a qualidade nos SU's dos hospitais em geral baixou de qualidade?
"Quem anda por aí" sabe bem que hoje predominam nos SU's jovens médicos, certamente com mérito, mas em quem se notam as dúvidas e hesitações associadas à falta de experiência. E se não abunda a qualidade também falta, em muitos casos, a quantidade originando atendimentos tardios. E sabe também "quem anda por aí" que esta situação acaba por trazer incerteza e dúvidas aos doentes e sobrecustos às intituições com "exames complementares desnecessários" e tratamentos inadequados.
E se o mesmo texto fôsse escrito por outro "expert" certamente as reacções seriam outras.
PKM é desde sempre o mal amado do Saúde SA. Certamente que o seu valor como professor e investigador não passa por aquilo que aqui possamos escrever! Mas de tanto lhe baterem (sempre os mesmos) acabam por carecer de credibilidade (nesse bater, claro).

1:27 da manhã  
Blogger e-pá! said...

A reacção do comentador "lucas" é paradigmática. Conheço-a desde há largos anos.
Dá-me a sensação de estar a vê-lo gritar sociais-fascistas, ou revisionistas, ou traidores da classe operária etc.
Linguagem tipo de MRPP (aqui completamente fora de tempo).
Hoje, acoitam-se todos no PSD!

Eu, não ataquei a liberdade de investigação.
Agora, considerar "investigação" o artigo de PKM no DE é favor!
Por outro lado, a defesa do JMS no caso do HH Amadora-Sintra, não sendo também "investigação" é, para além de favor, um "frete".

Nada, nem a investigação, o conhecimento e a cultura, são "torres de marfim", imunes às condições políticas. Por isso, não faça equilibrismos para considerar PKM um investigador "apolítico". Não existe essa espécie.

PKM foi trabalhar para um organismo dependente do Conselho Europeu. Deve disfrutar de toda a liberdade para investigar e disseminar o conhecimento (ninguém sugeriu que lhe fosse coartada essas condições), mas o produto da sua investigação tem proprietário (a Comissão Europeia, ou se quiser ser mais vastos, a UE).

Creio que teve dificuldade em entender a ironia que pretendi tecer sobre um regulamento que por acidente me caíu no écran do computador. De facto, glosava com as limitações a que estava sujeito no trabalho e alegoricamente envolvi (no regulamento) toda a sua vida... à custa da aberrante norma que resumi em: any writings or other work.... Sei que isso se refere a colóquios, conferências,... etc, mas, in extremis , podia ser tudo.
Aí, achou que eu era um opressor!
Sobre esta questão está tudo dito.

Entendi, também, que PKM se tinha "deslocalizado", ou melhor, "exilado" para Estocolmo e, esse distanciamento, poderia trazer a suspensão, ou o fim, da sua colaboração no DE.
Desconhecia, em absoluto, que alguém, não sei em que circunstâncias, tenha tentado afastar PKM do DE. Mas isso, provavelmente são guerras do alecrim e da manjerona dos círculos de controlo político da Saúde lisboetas. Sabe, eu vivo na Província, longe disso.

Eu, como não aprecio a prosa de PKM sobre Saúde (reconhecer-me-à esse direito) regozigei-me com isso, i. e., a eventualidae de deixar de colaborar no jornal, decorrente da ida para a Suécia. As outras ilações são suas.
Aliás, até sugeri que, para não perdermos o seu contacto, escrevesse umas "Crónicas de Estocolmo". Os escritos sobre Saúde é que, francamente, dispenso.

Quanto aos juízos de valor, insinuações e atoardas pessoais que faz ao longo do texto, não me impressionam. Vivi "esses tempos", alguns chamavam-lhe "PREC" (não sei se é a linguagem) e estou vacinado.
A ideia de que "um insulto supera qualquer argumento", defendida por Schopenhauer, não me merece qualquer respeito.

Finalmente, o que pretendeu no comentário foi recriar um processo Kafkiano (da autoria de PKM ou um seu heterónimo) tentando encurralar-me em pitagóricas contradições, satanicos instintos de mesquinhez, libertinos "ódios de estimação", estalinianas odes à opressão, ou o que quiser.
Ficou longe.

PS - Esqueceu-se de esclarecer a confusão entre um estomatologista e um dentista e, a partir daí,as considerações enviesadas e negras sobre o futuro do sistema de saúde público português...
Mas é livre de fazer isso!

Finalmente, tenho uma solução fácil para esta minha idiossincrasia: deixo de ler o DE às 5ªs feiras, quinzenalmente e o Mundo continua a rodar.

Seja feliz em Estocolmo!

10:15 da manhã  

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