sábado, novembro 22

Estranheza ...


- Qual a finalidade deste grupo de trabalho? link
- Validar a retoma da opção das PPP's com gestão clínica?
- A partir do estudo desta "micro-experiência" de São Brás de Alportel?
- Porque não estudar também a Linha Saúde 24?

Há aqui algo de estranho...

Seria, absolutamente, extraordinário que em tempo de "simulacros" estivéssemos perante um ensaio de marcha à ré para devolver de novo o capital perdido aos grupos financeiros tão exauridos que estão nas suas apostas na saúde.

BPN's e BPP's fazem-nos lembrar a metáfora do "gato escaldado da água fria tem medo"...

É que a circulação de "vectores" entre os sectores público e privado tem, como único, objectivo fazer "aquilo que é necessário fazer".

Apesar de tudo não acreditamos que o resultado do estudo sobre São Brás de Alportel servisse para renegar a opção política (séria) feita há cerca de oito meses.

No entanto nunca nos deveremos esquecer de, que embora, no lo creamos en brujas pero que las ai, ai"...

SNS

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10 Comments:

Blogger saudepe said...

Ao que tudo indica, parece ser mais uma arrecua deste Governo.

Terá sido o avanço do Hospital de Cascais, cujo contrato foi recentemente visado pelo TC, a dar novo alento ao projecto das PPPs?

Teremos então o projecto das PPP ao serviço do processo de reabilitação da credibilidade perdida !

1:18 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Quando se toma como referência para este estudo (mais um estudo!) São Brás de Alportel, não resta outra hipótese que não seja desconfiarmos dos seus verdadeiros objectivos...
Estamos não só perante uma curta experiência para dela se retirarem conclusões mas também perante uma área limitada de intervenção em Saúde.
E como faltam "casos" significativos em Portugal, como é possível fazer-se um "reflexão aprofundada sobre os modelos de gestão das unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde” numa óptica das PPP?
Na verdade, perece, que mais uma vez estaremos a "encanar a perna à rã".

1:58 da tarde  
Blogger Clara said...

Isto é tudo uma PPP.
Portugal, país de pacóvios (os contribuintes).
O reino de oportunidades para uns poucos.

3:54 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

MAIORIAS ABSOLUTAS: Para que servem?
É dar a bola a quem não tem jeito.
É contratar o Carlos Queirós para apanhar 6x2 do Brasil.
È dar o aval a uma política de direita.

Maiorias absolutas: nunca mais!

4:18 da tarde  
Blogger ochoa said...

É mais um sinal para alimentar o "pipe line" da privatização da saúde.

4:20 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Uma grande confusão parece existir quando ouvimos dizer:
- ah, mas o grupo HPP é da Caixa...
e como tal, oferecesse maior garantia de controlo por parte do Estado.

O grupo HPP é um grupo privado formado por uma parceria entre a "Caixa Geral de Depósitos" e a "USP Hospitales" (que detém cerca de 30% do capital social).

Em Portugal, a HPP detém seis hospitais - Hospital da Boavista, Hospital dos Clérigos, Hospital da Misericórdia de Sangalhos, Hospital dos Lusíadas, Hospital de Santa Maria de Faro, Hospital São Gonçalo de Lagos e o Hospital de Cascais PPP. Em Espanha, o grupo conta com 13 hospitais (Barcelona, Madrid, La Coruña, Marbella, Murcia, Palma de Maiorca, Santa Cruz de Tenerife, Sevilha, Torrevieja e Vitória), 10 centros ambulatórios e 12 policlínicas.

Uma nova concentração parece estar iminente com a compra do grupo saúde do BPN, por parte o grupo de Maldonado Gonelha.

O capitalismo concentra-se e reforça-se para enfrentar o futuro sempre promissor.

7:03 da tarde  
Blogger rezingão said...

Ziguezagueares…

A menos de um ano da prestação de contas, perante o país, do actual governo, é útil relembrar um importante excerto que consta do preâmbulo do seu programa, no que concerne à Saúde: …”O sistema deve ser reorganizado a todos os níveis, colocando a centralidade no cidadão. A sua forte componente pública, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), deve ser, eficientemente gerida, criando mais valor para os recursos de que dispõe”…
O sector da saúde constitui-se, pela sua natureza e âmbito social, numa das áreas de intervenção política, onde os contornos doutrinários e ideológicos melhor se exprimem. Uma política reformista, de cariz social, impõe clareza nos propósitos e independência face ao universo de interesses que se organizam em torno do sistema.
Por essa razão, nada de pior poderia acontecer que, nesta fase do ciclo político, ziguezaguear na doutrina, amolecer na determinação e incumprir nos compromissos.
As políticas de saúde não podem sucumbir aos “conjunturalismos” tácticos, à cedência fácil e ocasional, à circularidade dos compromissos. Um dos erros mais graves e, infelizmente, recorrente nos últimos anos é considerar que nada é preto ou branco mas, outrossim, tudo se balanceia nos diferentes matizes do cinzento.
Esta visão conciliadora de todo o tipo de interesses, tem vindo a contribuir, ao longo das últimas décadas, para o afunilamento das políticas públicas enredando o SNS num novelo de compromissos comprometedor do seu desenvolvimento e consolidação.
A implementação séria de uma estratégia, no sector da saúde e das respectivas políticas é incompatível com a leitura cinzenta dos processos de reforma que ficam prisioneiros das decisões de conveniência e de oportunidade.
É reconhecida a capilaridade cruzada entre os diferentes sectores facilitadora dos indispensáveis “canais de comunicação” (consubstanciada na circulação de cargos e funções entre ex-políticos, gestores e profissionais de saúde).
É por isso preocupante a leitura dos sinais que vão chegando. Citaremos apenas dois que nos parecem ilustrativos: reabrir o dossier das PPP’s com gestão clínica a propósito de um estudo sobre o Centro de Medicina Física e de Reabilitação de S. Brás de Alportel (concessionado ao GPS BPN) e as reiteradas proclamações do Sr. Coordenador Nacional relativamente à possibilidade de fazer integrar, na rede de referenciação oncológica, as unidades privadas.
No primeiro caso estaríamos perante um enorme embuste político, no segundo perante o irresponsável desmantelamento do serviço público e a transferência definitiva (à semelhança do já ocorrido com a hemodiálise) do tratamento integrado do doente oncológico para o sector lucrativo da saúde. A este propósito ficaríamos, ainda, sem perceber qual o papel destinado ao novo IPO de Lisboa e ao núcleo de oncologia do novo Hospital de Todos-os-Santos.
Vale a pena, por isso. estarmos todos muito atentos…

10:30 da tarde  
Blogger cotovia said...

Depois há quem se dê ao trabalho de desenvolver um estudo para concluir que «os hospitais empresa não apresentam um diferencial de crescimento da eficiência superior aos hospitais não transformados, ficando assim por explicar se a gestão empresarial é inerentemente superior à gestão pública.» link

Meio caminho andado para encorajar os habituais liberais de meia tigela da nossa praça a concluir que a gestão privada dos serviços de saúde é superior à gestão empresarial (EPE). E as PPP, então, o supra sumo. A solução milagrosa.

11:26 da tarde  
Blogger sillyseaspn said...

Com a devida vénia ao colega e-pá repete-se a título de leitura recomendada ao novo grupo de trabalho das PPP's:
"While some forms of public–private partnerships are a feature of hospital construction and operation in all countries with mixed economies, there is increasing interest in a model in which a public authority contracts with a private company to design,build and operate an entire hospital. Drawing on the experience of countries such as Australia, Spain, and the United Kingdom, this paper reviews the experience with variants of this model. Although experience is still very limited and rigorous evaluations lacking, four issues have emerged: cost, quality, flexibility and complexity. New facilities have, in general, been more expensive than they would have been if procured using traditional methods. Compared with the traditional system, new facilities are more likely to be built on time and within budget, but this seems often to be at the expense of compromises on quality. The need to minimize the risk to the parties means that it is very difficult to “future-proof” facilities in a rapidly changing world. Finally, such projects are extremely, and in some cases prohibitively, complex.
While it is premature to say whether the problems experienced relate to the underlying model or to their implementation, it does seem that a public–private partnership further complicates the already difficult task of building and operating a hospital."
Bulletin of the World Health Organization 2006;84:890-896.

Já agora também se recomenda a leitura à Dra. Ana Harfouche (os grandes detractores da reforma dos hospitais do SNS sempre estiveram cá dentro e quase nenhum nada fez nunca num hospital.... andam por aí, vivendo à cause et pour cause do sistema, palpitando, promovendo estudos, debates, grupos de trabalho...)

11:37 da tarde  
Blogger SNS -Trave Mestra said...

.../ «No Parlamento, Ana Jorge admitiu que iria “tomar decisões políticas em função das recomendações” (deste novo estudo), o que significa que, pelo menos em tese, admite incluir a gestão clínica no modelo das parcerias público privadas.»

Pedro Pita Barros, por mais de uma vez, já expressou a sua opinião sobre as PPP com gestão clinica, considerando-as como um desafio estimulante sob o ponto de vista de inovação da gestão.

Custa-me a acreditar que o recuo na decisão de retirar a gestão clínica do projecto PPP, esteja no pensamento da ministra.

Mas que se trata de uma má notícia, não resta a menor dúvida.

11:53 da tarde  

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