segunda-feira, janeiro 19

Política de Caixão à Cova...


…”A líder (e coveira) do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou o Primeiro-Ministro, José Sócrates de ser o “coveiro da Pátria” por conduzir o país por “caminhos errados” e garantiu que o seu PSD tem “crédito” junto dos portugueses para aplicar as medidas que qualifica de “correctas”. Para a líder dos social-democratas, foi o PSD que há mais de sete meses denunciou que Portugal estava em crise e que muitas das iniciativas que o Governo estava a tomar o país não as podia fazer”…
…/…
Para além da morbilidade fúnebre do debate político Manuela Ferreira Leite traz-nos uma nova perplexidade: o PSD sabia há mais de sete meses que estávamos e íamos entrar em crise. Sustentada, provavelmente, no contributo genial dos seus homens da Goldman Sachs MFL sabia de tudo! Disto resulta que o mundo só foi enganado porque quis. Qual previsão de petróleo a 200 dólares para Dezembro de 2008, quais temores inflacionistas que fizeram Jean-Claude Trichet insistir e persistir em taxas de referência de juro elevadas no BCE? Puro engano…

MFL sabia de tudo e mais…Tinha solução para tudo!

Que não se lamentem agora os norte-americanos, os ingleses, os irlandeses, os islandeses, os espanhóis e tantos, tantos outros…

O grande germe da grave crise internacional resultou afinal de uma coisa muito simples. Em vez de José Manuel Durão Barroso se ter feito ao lugar de Presidente da Comissão Europeia para, (ajuizadamente) escapulir do pântano, o PSD deveria ao invés ter exportado Manuela Ferreira Leite.

Com MFL em Presidente da Comissão Europeia tudo teria sido diferente. O que se teria evitado. O BPN teria sido apresentado em Davos como um case-study do sistema financeiro mundial. O Lehman Brothers não teria falido. O mundo estaria escorado numa malha de rigor sem TGV’s nem sistemas de saúde públicos.

A continuar assim MFL vai forçar os autores da Diciopédia a mudar o significado da palavra credibilidade (“qualidade do que é credível, o que faz com que alguém mereça ser acreditado”).

É caso para dizer volta Marques Mendes estás perdoado…

inimigo público

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11 Comments:

Blogger tonitosa said...

Começo a ficar preocupado!
Afinal MFL depois de se remeter a um aterrador silêncio, começou a falar. E se diz tantas asneiras, para quê comentá-las?! Não seria melhor ignorar o que MFL diz? Ou será que têm medo do que ela diz?
Porquê tantos ataques dos comentadores deste blogue? Não seria melhor admitirem que "dos fracos não reza a história" e ignorar os discursos da líder do PSD? Ou andará por aí gente com medo?

7:57 da manhã  
Blogger e-pá! said...

A Clockwork Orange

Pensar que a inépcia ou as convulões mediáticas recheadas de contradições de MFL é um acidente de precurso do PSD, poderá ser um ingenuidade cara.

MFL assemelha-se cada vez mais a uma títere ao serviço de uma intrincada estratégia que une a Lapa a Belém.
Primeiro, é necessário que as funestas previsões da crise - ao que parece desde há muito adivinhadas por MFL - "queimem" o PS.
Depois, a veneranda economista saí silenciosa pela esquerda baixa e entra sem voz nem clamor na administração de um grande banco, em conformidade com os esquemas de partilha do "Centrão".

Depois, o senhor que se segue - quando amainar a tempestade interna - i. e., o nóvel e convicto neoliberal Pedro Passos Coelho. E, trata de iniciar, impune, outro ciclo político.
Não conhece MFL, nunca falou com o autarca de Gaia, passou a correr pelo Porto, sem ver o Rio,...
Um verdadeiro neófito.

Todavia, é visível que a esta estratégia falta autenticidade, é demasiado concertada, não parecerá verídica.

Ah! no desenho desta estratégia ninguém se lembrou dos portugueses e das portuguesas. Só de laranjas!

11:24 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho declarou-se a favor da recalendarização da rede ferroviária de alta velocidade (TGV) e contra a descida do IRS, apoiando em alternativa uma diminuição do IRC.
DD 20.01.09

Isto não é um partido, mas sim um saco de gatos.
Volta Marques Mendes estás perdoado…

12:33 da tarde  
Blogger PhysiaTriste said...

Grande imaginação!

3:24 da tarde  
Blogger Independente said...

Caro Tonitosa sem querer polemizar devo dizer-lhe que não se trata de “ataques” mas sim de intervenção cívica e (se quiser) de política na maior amplitude que a expressão reconhece. Enquanto agente político MFL está sujeita ao escrutínio livre, à crítica e ao comentário como o estão todos os agentes políticos. A menos que se queira fazer, de facto, “um intervalo na democracia” de seis ou mais meses…
Diz o caro Tonitosa: …” Ou será que têm medo do que ela diz?”…Medo não. Pena talvez. E também muita preocupação pelo país estar refém do passado.
Vamos continuar a intervir. Mesmo que seja para comentar os silêncios. Entretanto assistimos com académica curiosidade ao “frenético” debate interno no PSD. Hoje o jovem (neo)-liberal putativo candidato a líder proclamou: …”Pedro Passos Coelho defende projecto do TGV. O social-democrata Passos Coelho não se mostra contrário ao comboio de alta velocidade, mas defende que deve ser criado um «cluster» que integre a indústria portuguesa, «transferindo tecnologia para o país e gerando emprego”…
Afinal quem tem medo do PSD? Provavelmente o “velho PPD”…

11:20 da tarde  
Blogger e-pá! said...

"O não fazer ondas", estratégia política oficial para a Saúde na fase final deste Governo, atira-nos para as questões de intervenção cívica.

Até os partidos botarem, cá fora, os seus programas (futuros) nesta área.
Programas a sério, p. exº., que perspectivem o futuro do SNS e não paleio delicodoce do tipo "Novas Fronteiras"...

O último debate na AR, cujo tema agendado seria Saúde, foi um expediente de Sócrates para "épater le bourgeois "...

Para além do anúncio da aceleração do investimento na rede de Cuidados Continuados, o resto do que foi anunciado, ou prometido, ou insinuado, foi já recreação e delite pré-eleitoral.

E se em vez da Saúde foi a chicana sobre o TGV que pontificou é porque, de facto, é impossível iludir o desassossego, as inquietações e os receios do momento, são de natureza financeira e económica.

A política social importante para almofadar as consquências da crise, neste momento, está muito circunscrita, reduzida, às questões laborais, nomeadamente, ao "pavor" de um desemprego galopante, que para o PS, tornar-se-ia um avantesma saído do armário, em socorro do descalabro reinate no PSD.

Finalmente, a constatação tornada pública de que …”Pedro Passos Coelho defende projecto do TGV" é o separar de águas, para não dizer o diletantismo necessário no trabalho pós-eleitoral (que o jovem politico afanosamente prepara).

E, finalmente , a asserção de que:
"Passos Coelho não se mostra contrário ao comboio de alta velocidade, mas defende que deve ser criado um «cluster» que integre a indústria portuguesa, «transferindo tecnologia para o país e gerando emprego” … faz-me meditar se o jovem político sabe que está na Europa do concursos públicos internacionais, onde, na área das comunicações de grandes e pesados investimentos, a existir um "cluster" industrial, este será, transnacional, sendo sempre problemático (uma incognita!) o volume e o peso da participação portuguesa.

Ou, estará a preconizar um tipo de "arranjos", um modelo de actuação análogo a enigmática adjudicação da PPP do novo HH de Braga...

8:26 da manhã  
Blogger tambemquero said...

No seu discurso inaugural, Obama foi claro quanto à questão económica, rejeitando o fundamentalismo dos "mercados livres". Não há, disse ele, alternativa ao mercado, como instrumento de criação de riqueza e de liberdade; mas, como a actual crise mostra, o mercado não funciona sem um "olhar vigilante", que o mantenha sob controlo.
«(...) the crisis has reminded us that without a watchful eye, the market can spin out of control -- and that a nation cannot prosper long when it favors only the prosperous»
Impõe-se o "watchful eye" do Estado para controlar as falhas da "mão invisível" do mercado e corrigir as suas injustiças sociais.
vital moreira, causa nossa

8:41 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

A Standard & Poor's baixou, esta quarta-feira, a notação financeira da dívida portuguesa, o que significa que acredita que aumentou o risco de incumprimento de crédito do Estado português.

Um “rating” mais baixo corresponde a um risco de crédito mais elevado, pelo que normalmente o custo do crédito fica mais caro.

«Esta decisão é grave para o país. É evidente que o custo da dívida portuguesa vai subir. O Estado português vai ter um maior prémio de risco e, portanto, as instituições de crédito portuguesas, ao refinanciarem-se no estrangeiro, vão ter de pagar um prémio superior, que acabará por ser reflectido nas empresas», disse o presidente da AEP.

Apesar de considerar que esta medida é negativa para as empresas, José António Barros disse que a «dificuldade maior» dos empresários neste momento não é o custo do dinheiro, mas sim «o acesso ao crédito».

«O problema fundamental neste momento - e com o qual o Governo terá de lidar - é a necessidade de liquidez da economia», e logo controlar «o problema de acesso ao crédito e não do custo do crédito em si mesmo», acrescentou.

tsf 21.01.09

10:16 da tarde  
Blogger ochoa said...

Ontem, o director-geral da Saúde, Francisco George, colocou em cima da mesa a possibilidade de o Estado não renovar o contrato com a LCS-Linha, empresa que gere aquele serviço público, caso se mantenham os conflitos laborais entre os enfermeiros e a operadora. Mas no caso de o contrato não vir a ser renovado por mais um ano, George não revelou qual será o caminho a seguir: se o Estado se prepara para assumir a gestão da Saúde 24 ou se vai optar por contratar uma nova empresa privada.
Ouvido durante mais de três horas na comissão parlamentar de Saúde, onde participaram 13 profissionais da Saúde 24, George defendeu os enfermeiros, discordando da forma como têm sido tratados pela administração. Declarou que chegou a reclamar a sua integração e aludiu à dificuldade da LSC em lidar com "a frequente troca de turnos dos enfermeiros". Salvaguardou que a qualidade do serviço não está em causa e pediu tréguas. "É tempo de acabar com a instabilidade" que existe no serviço. "É preciso garantir uma total serenidade na gestão dos recursos humanos", afirmou George.
O director-geral da Saúde desvalorizou as críticas feitas pelos enfermeiros relativamente à direcção clínica, que tem "uma directora a meio tempo, um enfermeiro que não é chefe nem especialista e um estudante de Medicina", mas aproveitou para dizer que o aluno de Medicina em causa já tinha concluído o curso. Uma informação que a enfermeira Ana Rita Cavaco se apressou a corrigir, uma vez que "aquele aluno, Rui Almeida, ainda não fez o exame de acesso à Ordem dos Médicos". "Há questões que aguardam uma resposta da direcção clínica há um ano", denuncia Ana Rita.
Francisco George diz que LCS tem "dificuldade" em lidar com "a frequente troca de turnos dos enfermeiros .
JP 22.01.09

FG decidiu aumentar a pressão sobre o concessionário com a ameaça de não renovação do contrato.
Talvez fosse oportuno efectuar uma peritagem externa ao funcionamento do serviço face às obrigações contratualizadas.

9:00 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Caro Independente,
Se eu fosse ingénuo até era capaz de acreditar na independência do "Independente". Mas como não sou, apenas lhe deixo este repto: indique um só comentário publicado no Saúde SA onde a "intervenção cívica" tenha sido tão "forte" como a que tem sido feita sobre as intervenções de MFL, à semelhança, aliás, da que anteriormente era feita a propósito de LFM, MM, etc..
Respeito em absoluto a opinião de cada um, mas por isso mesmo, devo ter o direito de expressar a minha.
Acho, no entanto que nem sempre as críticas respeitam as "pessoas" e se centram nas funções que as mesmas desempenham. E é sobretudo contra isso que me tenho manifestado. E também acho que o Saúde SA deve sobretudo abordar as questões da Saúde. E cada vez teremos mais motivos para aqui abordarmos os muitos problemas que o sector enfrenta: listas de espera, agravamento de custos, pagamento das dívidas, cuidados continuados (como nova versão dos lares de idosos), atendimento nas urgência e nos Centros de Saúde, etc..

6:12 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

A propósito, a líder do PSD ainda não apresentou desculpas pela acusação infamante que fez ao jornalista da Lusa e à própria agência, sobre o "envio de um jornalista, a mando do Governo, para ouvir os socialistas espanhóis" (como ela ficcionou). É assim que julga obter a "credibilidade política" que prometeu ? Nem credibilidade política, nem muito menos credibilidade moral (de que um líder político não precisa menos) !...
vital moreira, causa nossa

9:41 da manhã  

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