sábado, abril 25

25 DE ABRIL, SEMPRE!


Nada melhor do que aproveitar a entrevista - a um dos arquitectos do pilar fundamental do Estado Social - para saudar o 25 de Abril. link
Arnaut, sublinha, mais uma vez, o que desde há muito sabemos.
Isto é, o SNS pode (e deve) ser modernizado, inovado, desenvolvido mas, mantendo, inalterável e irrevogável, o seu paradigma estrutural e o seu suporte constitucional.

Em, suma, Arnaut mantém-se fiel e implacável zelador desta mudança histórica, que vimos muitas vezes traduzida naquele simples cartaz de uma criança de cabelos encaracolados, louros, em bicos de pés, tentando colocar um cravo no cano de uma G3... Lembram-se? Expressão simples mas envolvente do - "25 de Abril, sempre!" - que juntou o sentir e as vontades de milhões de portugueses, há 35 anos.
e-pá

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3 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Vai por aqui um grande desalento relativamente ao 25 de Abril.

8:27 da tarde  
Blogger tambemquero said...

25 de Abril: Digno de nota no discurso de Cavaco Silva na AR link«Gestores financeiros imprudentes ou incompetentes, e outros pouco escrupulosos ou dominados pela avidez do lucro a curto prazo, abusaram da liberdade do mercado e da confiança dos cidadãos, com gravíssimas consequências para as condições de vida de milhões de pessoas.
Só poderemos estar seguros de que uma tal situação não se repetirá se a dimensão ética e a responsabilidade social ocuparem um lugar central no desenho das novas regras de controlo e supervisão das instituições e dos mercados financeiros." »

8:48 da tarde  
Blogger Clara said...

Onde estava no 25 de Abril? Repetem-me nestes dias. E eu respondo: afortunadamente, estava lá.
O telefonema do Toné chegou às 7 da manhã. "Tropa na rua. É desta!"
Seria? Mês e meio antes não fora...
Vesti-me, ainda consegui apanhar o 29 para a Junqueira, cheguei à Compania Portuguesa de Congelação onde trabalhava (tinha sido suspensa da Faculdade em Janeiro...), para ver todo o pessoal a ser mandado embora para casa. "Será que é mesmo desta?".
Uns telefonemas : "Onde hei-de ir ter?". Para a Baixa, para a Baixa!
Passei a manhã a calcorrear as ruas entre o Rossio e a Rua do Arsenal.
À hora do almoço, em reunião improvisada no Cineclube Universitário, à Almirante Reis, os prognósticos eram pessimistas: "spinolismo? uma nova forma de marcelismo." Mas largamos ao principio da tarde para o Largo do Carmo, fundindo as incertezas na multidão vibrante que vitoriava os soldados e exigia a entrega de Marcelo.
Ao fim da tarde gritava "assassinos" a plenos pulmões na António Maria Cardoso, quando as G3 da pidaria vomitaram sobre nós. Recuei, corri, tropecei, entrei de roldão com muito mais gente num vão de escada, a seguir ao S. Luiz. Fiquei, ficámos, à espera não sei de quê. Terão sido minutos, pareceram horas. Alguns soluçavam, era mais a raiva que o medo.
Era insuportável ficar ali, escondida. Escapuli-me. À frente da Brasileira, alguém conhecido me parou e fez beber água para me acalmar a respiração ofegante. Vi o Adriano com o calcanhar a sangrar, vi-o meter num carro e ser levado. Houve mortos, corria.
Uma hora depois o rumo era Caxias. Era preciso exigir a libertação dos presos. Corriam perigo, a canalha poderia retaliar sobre eles.... Já não me lembro quem nos levou até lá de carro. Mas lembro-me da espera, na noite cerrada, no meio dos pinheiros que entrecortavam pequenos aglomerados de gente como nós. E lembro-me da luz de repente brotar, uma porta a abrir-se e eu a procurar as caras de amigos presos. E de repente ter à minha frente o Tó Luis e saltar-lhe ao pescoço, doida de alegria!
Ah, maravilhoso 25 de Abril e corajosos capitães! Quanto vos devemos e tanto que, tantas vezes, o esquecemos!
Devemo-vos um país!
Porque sem a liberdade e a democracia que o 25 de Abril abriu, Portugal não valia a pena!
Ana Gomes, causa nossa

11:21 da manhã  

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