SNS, futuro incerto ?
Os quatro principais grupos privados, com 80% do mercado, aumentaram a sua cobrança em 41,5% de 2008 para 2009, era hoje noticiado no DN. link
A este propósito vale a pena ler a resposta de Constantino Sakellarides a 3 perguntas que lhe foram colocadas:
1- A maior procura dos privados acontece porque as pessoas já não confiam no Serviço Nacional de Saúde (SNS)?
É muito difícil fazer comparações entre público e privado, porque um tem a porta aberta para todos e a toda a hora e o outro não. E a maioria das pessoas não pode fazer essa opção. Acredito que isto acontece porque muitas empresas dão seguros de saúde aos funcionários. E porque, nos últimos anos, muitos médicos qualificados saíram do sector público para o privado. É uma hemorragia não planeada que contribui para a diminuição da capacidade de resposta do SNS.
2 - E levam os seus doentes?
Além de levarem os seus doentes, dão um sinal de que no sector público a reforma não tem acontecido à velocidade que devia acontecer e era desejável.
3 - Esse movimento de doentes não pode ajudar a aliviar a sobrecarga do SNS?
Não acredito que seja esse o caminho, mesmo que isso possa acontecer. Será um caminho em que os que podem pagar vão para o privado e os outros para o público. Não queremos dois patamares, um para quem tem posses e outro para quem não tem.
DN 01.02.10
À saída de médicos qualificados parece suceder-se agora a dos bons gestores dos hospitais públicos. A reforma do SNS não só não anda à velocidade desejável como frequentemente tem sido travada. Sobre este assunto já aqui foi contada a saga dos (não) CRI, a complacência com a má gestão, as carreiras profissionais por longo tempo bloqueadas, a promiscuidade público-privada consentida, uma política salarial cega, as licenças sem vencimento permitidas, as saídas precoces estimuladas por reformas penalizadoras... Enfim, todo um rol de decisões políticas governamentais que conduziram o SNS a uma situação de incerteza quanto ao futuro, se não da sua existência pelo menos da qualidade dos serviços prestados.
Tal como Constantino Sakellarides nós sabemos que, como alguém disse, um SNS para pobres será sempre um pobre dum SNS. Há pois que fazer tudo para evitar o caminho que conduz a um sistema de saúde com dois patamares, para depois não termos que voltar ao princípio se isso vier a acontecer.
A este propósito vale a pena ler a resposta de Constantino Sakellarides a 3 perguntas que lhe foram colocadas:
1- A maior procura dos privados acontece porque as pessoas já não confiam no Serviço Nacional de Saúde (SNS)?
É muito difícil fazer comparações entre público e privado, porque um tem a porta aberta para todos e a toda a hora e o outro não. E a maioria das pessoas não pode fazer essa opção. Acredito que isto acontece porque muitas empresas dão seguros de saúde aos funcionários. E porque, nos últimos anos, muitos médicos qualificados saíram do sector público para o privado. É uma hemorragia não planeada que contribui para a diminuição da capacidade de resposta do SNS.
2 - E levam os seus doentes?
Além de levarem os seus doentes, dão um sinal de que no sector público a reforma não tem acontecido à velocidade que devia acontecer e era desejável.
3 - Esse movimento de doentes não pode ajudar a aliviar a sobrecarga do SNS?
Não acredito que seja esse o caminho, mesmo que isso possa acontecer. Será um caminho em que os que podem pagar vão para o privado e os outros para o público. Não queremos dois patamares, um para quem tem posses e outro para quem não tem.
DN 01.02.10
À saída de médicos qualificados parece suceder-se agora a dos bons gestores dos hospitais públicos. A reforma do SNS não só não anda à velocidade desejável como frequentemente tem sido travada. Sobre este assunto já aqui foi contada a saga dos (não) CRI, a complacência com a má gestão, as carreiras profissionais por longo tempo bloqueadas, a promiscuidade público-privada consentida, uma política salarial cega, as licenças sem vencimento permitidas, as saídas precoces estimuladas por reformas penalizadoras... Enfim, todo um rol de decisões políticas governamentais que conduziram o SNS a uma situação de incerteza quanto ao futuro, se não da sua existência pelo menos da qualidade dos serviços prestados.
Tal como Constantino Sakellarides nós sabemos que, como alguém disse, um SNS para pobres será sempre um pobre dum SNS. Há pois que fazer tudo para evitar o caminho que conduz a um sistema de saúde com dois patamares, para depois não termos que voltar ao princípio se isso vier a acontecer.
tavisto
3 Comments:
Estivemos perante a maior manifestação de Enfermagem em Portugal e, tristemente, nem uma palavra surgiu a sobre este facto...
Certamente dizem-se defensores do SNS,no entanto esquecem-se de um dos pilares mais importantes do mesmo.
Bem hajam.
O Governo vai celebrar um acordo com os hospitais da União das Misericórdias, uma medida com vista a diminuir as listas de espera para cirurgias.
O acordo prevê um mínimo de 40 mil operações feitas por estes hospitais anualmente, que custarão ao Estado 56 milhões de euros.
Para já, a prioridade é dar resposta às especialidades cirúrgicas de oftalmologia, ortopedia, urologia e cirurgia vascular, por serem das que têm maior número de inscritos em lista de espera e para as quais existe uma resposta adequada por parte dos hospitais das Misericórdias.
A medida faz parte do caderno de encargos que o CDS-PP negociou com o Governo para viabilizar o Orçamento do Estado e, segundo apurou o Diário Económico junto de fonte governamental, vai mesmo ser cumprida pelo Executivo.
O tema será abordado quinta-feira no Parlamento durante o agendamento potestativo do CDS. “As Misericórdias têm capacidades instaladas que estão a ser desperdiçadas, o que não se compreende pois as listas de espera para consultas de especialidade e cirurgias são enormes”, explicou Teresa Caeiro ao Diário Económico. “O doente é que sai prejudicado”, acrescenta a deputada do CDS-PP.
Ainda que o projecto de resolução vá mesmo avançar, os populares querem discutir “preto no branco” o documento em plenário. “O Governo só inscreveu a medida no Orçamento de forma programática. Agora é preciso concretizar todos os termos do acordo”, disse Teresa Caeiro.
De acordo com o CDS, no primeiro semestre de 2009 existiam 170 mil utentes em lista de espera para uma cirurgia e em muitos casos chegam a esperar mais de um ano pela sua vez. No que respeita às consultas, “estão em lista de espera 475 mil utentes, não se conseguindo cumprir o estipulado por lei: tempo de espera entre um mês e os nove meses, para primeira consulta de especialidade”, diz o projecto de resolução do CDS a que o Diário Económico teve acesso.
Para Teresa Caeiro este “não é um acordo óptimo”, uma vez que a capacidade produtiva dos hospitais das Misericórdias vai muito mais além, tanto no número de cirurgias como nas especialidades que são capazes de assegurar anualmente. “Seria desejável alargar estes acordos às demais capacidades existentes, nomeadamente à cirurgia geral e consultas de especialidade. Enquanto houver listas de espera o Governo deve usar todos os meios disponíveis para as combater”, defendeu a deputada. ■
DE 02.01.10
Palavras para quê?!...
O próprio Governo a retalhar o SNS via OE/2010.
Mais 56 milhões de euros dados de bandeja ao sector social em prejuízo do SNS.
Óscar Gaspar apresenta dez mandamentos para sustentabilidade do SNS
O secretário de Estado da Saúde é a favor da criação de uma empresa
pública de sistemas de informação da saúde que recolha informação de
gestão, articule as diversas instituições e divulgue boas práticas.
A ideia faz parte de um conjunto de “mandamentos da sustentabilidade” que Óscar Gaspar apresentou no México, num simpósio sobre políticas para a Saúde.
Maior acompanhamento e controlo da gestão financeira dos hospitais e uma política de transparência são outras das ideias defendidas.
DE 02.01.10
Os dez mandamentos de OG para mexicanos verem. E os lusitanos cumprirem.
Faço votos para que o Moisés não dê voltas na tumba.
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