Épater le bourgeois
É hoje evidente o fim de ciclo. No meio de uma enorme confusão sobressaem sinais de muito perigo. Há muito tempo que se percebeu não existir rumo político no MS. Pior do que isso parece estarmos confrontados com táctica em que os dirigentes políticos se “fazem de mortos” aparecendo a espaços para uma ou outra inauguração de umas camas de cuidados continuados ou de uma USF para, de seguida, voltarem à “clandestinidade”.
A regra dominante é lateralizar as questões fugindo de abordar o seu fundo como “o diabo da cruz”.
Patético é um jornal pôr setas para cima porque o MS resolveu “agora” pedir um relatório semestral para “avaliar” (sempre avaliar nunca resolver) o problema das horas extraordinárias nas urgências (como se descobrissem agora, com enorme surpresa, o problema).
Ridículo é fazer a rábula policial de punir os hospitais que contratam médicos através de empresas omitindo que a alternativa é fechar serviços e interromper actividade.
Pouco edificante é ver os dirigentes políticos repassarem sempre os problemas para cima dos dirigentes (que nomearam e persistem em não demitir) fazendo de conta que a definição e execução das políticas de saúde e do programa do governo não lhes dizem respeito.
É o triste fim de um ciclo político esgotado de ideias e incapaz de soluções. Na saúde é talvez a maior oportunidade perdida nos últimos trinta anos.
A regra dominante é lateralizar as questões fugindo de abordar o seu fundo como “o diabo da cruz”.
Patético é um jornal pôr setas para cima porque o MS resolveu “agora” pedir um relatório semestral para “avaliar” (sempre avaliar nunca resolver) o problema das horas extraordinárias nas urgências (como se descobrissem agora, com enorme surpresa, o problema).
Ridículo é fazer a rábula policial de punir os hospitais que contratam médicos através de empresas omitindo que a alternativa é fechar serviços e interromper actividade.
Pouco edificante é ver os dirigentes políticos repassarem sempre os problemas para cima dos dirigentes (que nomearam e persistem em não demitir) fazendo de conta que a definição e execução das políticas de saúde e do programa do governo não lhes dizem respeito.
É o triste fim de um ciclo político esgotado de ideias e incapaz de soluções. Na saúde é talvez a maior oportunidade perdida nos últimos trinta anos.
bigbang
11 Comments:
Excelente!!!!!
Sintético e certeiro.
Como deve ser a mensagem da blogosfera.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou hoje que as alterações das regras do estacionamento no Instituto Português de Oncologia (IPO) podem ser um “contributo” para que as pessoas apenas estacionem “quando precisam".link
JP 27.04.10
Já temos a Ministra da Saúde a comentar as regras de estacionamento do IPO.
Bem, por este andar...
A maior oportunidade perdida.
Vamos sair no final deste ciclo com uma mão cheia de nada.
PSD diz que a Saúde absorverá 33% da despesa em 2020. Nogueira Leite diz mesmo que “o descontrolo financeiro está a tornar inviável o SNS”. O antigo ministro Correia de Campos, porém, considera aquele valor “claramente exagerado”.
DE 28.04.10
Estamos no atrio de um novo ciclo.
Este deveras perigoso para o SNS.
Ensaiam-se os primeiros ataques.
Excelente post.
Ser ministro das Finanças?
“Não me apetece ser vítima”. António Nogueira Leite é, assim, frontal no que diz. Esteve no Governo com Pina Moura. Tirou Economia na Católica e um Ph.D. em Illinois. Foi presidente da BVL e hoje é um alto quadro do grupo José de Mello.
Nogueira leite é um dos mais requisitados economistas do país e
um defensor acérrimo de um corte
transversal e profundo na despesa
pública.
DE 28.04.10
Vamos ter mais um ministro oriundo da José de Mello Saúde?
O PSD defende que o SNS representará 33% da despesa pública em 2020. É um cenário provável?
É impossível. É natural que a despesa pública suba até mais do que o Produto Interno Bruto (PIB), mas esse valor é claramente exagerado. É preciso perceber que, se o custo com SNS cresce, o denominador – a despesa pública – também aumenta. Não atingiríamos os 33%, mesmo admitindo que a despesa com a saúde cresceria 3% e a despesa pública aumentaria 1,5%.
Significa que, na sua opinião, o aumento não irá além dos 3%.
O crescimento da despesa com a saúde até 2005 ultrapassou os 9%, nos anos entre 2005 e 2008, foi pouco mais de 2%. O que significa que houve uma desaceleração do crescimento da despesa neste sector.
CC, DE 28.04.10
Tenrinhos
CC mantém-se em forma.
É como limpar o cu a meninos.
…”Basílio Horta, presidente da AICEP, defende cortes nos salários da função pública
O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) defendeu, esta quarta-feira, medidas drásticas para reduzir a despesa pública, como uma redução de salários na função pública. Na actual situação de crise financeira e para dar resposta ao ataque especulativo sobre a dívida portuguesa, Basílio Horta entende que é preciso fazer cortes mais arrojados na despesa pública, como por exemplo nos salários da função pública e no décimo terceiro mês”…
…
Pelas promessas já feitas presumimos que o sector da saúde não estará abrangido por esta proposta (médicos, enfermeiros e outros profissionais)…
O Ministério da Saúde informa que o conselho directivo do INFARMED – Agência do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., terminou o seu mandato. O actual presidente do conselho directivo, Professor Doutor Vasco Maria, manifestou, há vários meses, intenção de não ser reconduzido, por razões de carácter pessoal e profissional. Assim, a Ministra da Saúde convidou o Professor Doutor Jorge Torgal para presidir ao conselho directivo do INFARMED, convite que foi aceite. Neste momento decorre um período de transição, e o novo conselho directivo iniciará funções no dia 1 de Junho de 2010, data até à qual os actuais dirigentes se mantêm em funções, nos termos legais.
Excelente post.
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