sábado, julho 3

Sopa de pedra

A semana decorreu animada. Dos projectos de lei propostos pelo BE, a AR apenas aprovou a dispensa gratuita de medicamentos nos hospitais do SNS, após alta em situações de cirurgia de ambulatório e internamento. link
Enquanto o Governo regulamentava de novo a unidose sem impor, mais uma vez, a obrigatoriedade da medida às farmácias
link e o preço dos medicamentos subia, subia, com a entrada em vigor da alteração do IVA (+ 1 ponto percentual) e descia com a revisão anual de preços (comparação com os países de referência). link

Politica do medicamento à parte, a ministra da Saúde voltou a apelar. Desta vez às famílias portuguesas para aproveitarem a situação de crise e comerem sopa.
link
Talvez o apelo aproveite a Almeirim, capital da sopa de pedra.

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

Sopa boba...

O apelo sopista, na linha das recomendações do pacote de redução 5%, só pode referir-se a uma sopa boba, i. e., como nos tempos medievos se dominava a contemporânea "sopa dos pobres", derá ser entendido como uma infeliz boutade.

Esta sugestão, com o devido respeito que merece este inesperado regresso à celebrada alimentação mediterrânica que as sopas & caldos integram, proferida à margem de uma reunião sobre obesidade no H da Prelada, mostra como os nossos responsáveis políticos encaram e resolvem os grandes [e rotundamente obesos] problemas do nosso País: com mézinhas, sinapismos, emplastros, cataplasmas...[só faltando as rezas, mas não os risos].

Ou, ainda, como, em tempos de crise, pobreza e fome, um membro do Governo se arroga ao desplante de nos "dar sopa"...

Sendo assim aguarda-se, a todo o momento, a sua entronização na Confraria da Sopa, libertando a Saúde de tiradas tipo Tino de Rãs...

4:41 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Unidose novamente regulamentada
Depois da portaria n.º 697, de 1 de Julho de 2009, não ter tido qualquer aplicação prática, o Governo publicou no Diário da República, no passado dia 30, através da Portaria n.º 455-A/2010, de 30 de Junho, a revisão do actual regime de dispensa de medicamentos ao público em quantidade individualizada «nas farmácias de oficina ou nas farmácias de dispensa de medicamentos ao público instaladas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde concessionadas».
A portaria estabelece um período experimental de seis meses, sendo a dispensa efectuada «pelas farmácias que comunicarem ao Infarmed a sua adesão e pelas farmácias instaladas nos hospitais do SNS». Recorde-se que na anterior regulamentação o período experimental consignava-se às farmácias da ARS de Lisboa e Vale doTejo.
O documento diz também que podem ser dispensados em quantidade individualizada «os medicamentos apresentados sob forma oral sólida, que contenham apenas as substâncias activas constantes do anexo à presente portaria», que são antibióticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios não esteróides, paracetamol e antifúngicos.
O Infarmed será o responsável pelo acompanhamento do regime experimental previsto, devendo para o efeito «recolher parecer dos parceiros do sector» e elaborar e apresentar, «ao membro do governo responsável pela área da saúde, um relatório de avaliação até 30 dias antes do término do período de regime experimental», determina a portaria.
Entretanto, num comunicado do passado dia 1, a Apifarma lamenta que, «como parte interessada e enquanto representante de 140 empresas da Indústria Farmacêutica que operam em Portugal, não tenha sido ouvida ou sequer lhe tenha sido solicitado o seu parecer». O comunicado recorda ainda que «até à data, não foi apresentado pelo Governo o relatório preliminar de avaliação do período experimental introduzido pela Portaria nº 697/2009, de 1 de Julho de 2009, como estava previsto».

Tempo de Medicina 05.07.10

Mais trapalhadas.
Apetece dizer a este governo: Go home, go home.

10:26 da tarde  
Blogger Tavisto said...

São poucos os países da Europa onde ainda se pode comer uma boa sopa, Portugal é um deles. Confesso que, quando me ausento, é uma das coisas de que mais saudade sinto. Recomendar pois aos portugueses que comam sopa é um pouco como aconselhar os italianos a comer esparguete ou os franceses a não dispensem o patê como entrada.
Bem sei que é preciso contextualizar as palavras de Ana Jorge, foram proferidas num congresso sobre obesidade e, em boa verdade, as novas gerações parecem mais viradas para o fast-food que para o caldo. A verdade porém é que é preciso medir as palavras e o impacto das medidas nas soluções para a crise.
Se assim não for e continuando neste registo, teremos Ana Jorge num congresso de reumatologia a recomendar aos doentes com artrite reumatóide que façam malha em vez de fisioterapia, ou num encontro da sua especialidade a reabilitar as amas de leite para se poupar no aleitamento artificial.

3:48 da tarde  

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