terça-feira, junho 29

Os Deuses devem estar loucos ...

Excerto de entrevista ao DE link

Paula Nanita diz que a sua demissão é ilegal e pondera processar secretário de Estado. Depois de quatro anos e meio à frente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), Paula Nanita foi afastada pelo Ministério da Saúde por não ter cumprido os objectivos. Nanita passou a pasta na quarta-feira a Nelson Baltazar, ex-presidente do Hospital Garcia de Orta.

Vale a pena ler com atenção e, sobretudo, registar para memória futura a entrevista dada pela ex-presidente do SUCH, Licenciada em Política Social. As explicações para o falhanço dadas por esta técnica pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos justificam uma leitura muito cuidada. O modo como esta responsável ex-gestora do Prodep entre 2000 e 2002 explica (quase cinco anos depois) o falhanço deste projecto é digno de registo. Fica bem patente o contributo que a sua anterior experiência de directora de recursos humanos na TVI e na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aduziu na liderança deste estratégico projecto. Acresce o profundo conhecimento do “território” dos gabinetes e das assessorias ilustrado pela prática anterior de assessoria em planeamento e gestão estratégica a vários governantes: secretário de Estado da Reforma Educativa (1989-1991), sub-secretária de Estado da Cultura (1991), secretário de Estado da Administração Educativa e Ministro da Educação (1996-1999). Este percurso profissional, tão rico e tão curioso, terá justificado, certamente, a sua escolha para presidente do Conselho de Administração do SUCH de onde agora é excluída, ao que parece, no dizer da própria, num contexto de grande injustiça.

Orwell

Alguns “posts” sobre esta matéria: link link link link link link

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Gostaria de saber qual é o critério académico e profissional para uma boa gestão. Em todas as áreas, temos gestores de topo com formações tão diversas como médicos, engenheiros, informáticos, não-licenciados...

Mesmo nas administrações hospitalares, não há consenso quanrto às vantagens e desvantagens de médicos versus gestores. Há bons e maus exemplos em todos os sectores.

No caso do SUCH, nem sequer estamos a falar de gestão na sáude. Convém lembrar que se trata de uma organização que actua na industria técnica dos serviços, com áreas de prestação bastante diferenciadas, da engenharia à alimentação e à gestão de resíduos, com grandes equipas técnicas.

Parece-me, à partida, que experiência em recursos humanos se afigure no caso como uma mais valia no âmbito da gestão eficiente de uma organização com mais de 3 mil trabalhadores, muitos sindicalizados e com muitos contratos colectivos de trabalho para gerir.

Claro que pode parecer um discurso alienígeno para “o sector da saúde” relevar a criação de 1080 postos de trabalho, 5% de redução de absentismo, acréscimo de produtividade superior a 20%...

Assim como também já se percebeu que Serviços Partilhados em Saúde dizem muito pouco ao “sector”. Uma área onde a experiência em Portugal era zero.

Falando na figura que merece sempre tanta atenção....ao crescimento do SUCH nos últimos tempos não é certamente estranha a experiência de gestão de topo de 11 anos consecutivos, que sucedeu a outros 10 de gestão de recursos humanos em ambiente privado (onde há efectivamente gestão de recursos humanos e não mera administração...).

A experiência de consultora de governantes como Roberto Carneiro, Guilherme d’Oliveira Martins e Maria José Nogueira Pinto e de instituições como a Fundação Aga Khan e a Maternidade Alfredo da Costa e o cargo de administradora da Mesa da SCML, também não interessa nada.

Onde acredito que o curriculum, tenha sido ponto fraco foi na tradicional reacção do sector a quem é “de fora”. Conheço o sector da saúde há muitos anos para perceber (ou imaginar) o quanto deve ter incomodado uma administração não-política, cheia de ideias, a mexer no status quo ... e uma equipa gestores experientes a desafiar a concorrência, nomeadamente aqueles que querem ficar em monopólio destruindo o SUCH.

Enquanto a saúde, e tudo o que à volta dela gravita, for avaliada pelas figuras que são “suas” e as que são “de fora”, estaremos mal, muito mal.

Saúde Sem Filtro

6:11 da tarde  
Blogger Unknown said...

Exmaª. Sra. Dra. Paula Nanita

Também gostaria de saber, se fez do Such uma reforma, em que diminuiu o absentismo e aumentou a produtividade, então traria beneficios para os trabalhadores. Assim sendo porque não lhes deu aumento(só para alguns seus amigos)nos anos em que esteve á frente dos designios deste Serviço?
Fica a pergunta e não falamos do seu despesismo.

12:22 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home