Tenrinhos
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drfeelgood
Não acha que a indústria, que não é um sector propriamente conhecido por passar dificuldades, deveria contribuir mais neste esforço que é pedido a toda a gente?
Acredito muito pouco em medidas administrativas. Não me adianta nada dizer que corto aqui se por outras vias conseguir o mesmo efeito. Aquilo que queremos é medidas mais inteligentes que levem todos os agentes a perceber que é melhor ajustarem-se a uma nova conjuntura do mercado do medicamento.
Óscar Gaspar, entrevista, JP 04.07.10
Certo é que, face ao avolumar das dívidas (484 milhões de euros em Maio deste ano) e à ameaça de uso de força na cobrança de juros aos hospitais em mora, a delicada estratégia (chamem-lhe inteligente) de Óscar Gaspar parece servir para pouco. link
Quem não se conteve, mais uma vez, foi CC, saudoso de velhas pelejas, ao decidir sair em defesa do MS: «a indústria farmacêutica permitiu o atraso do pagamento aos hospitais, relativo aos medicamentos, e, em contrapartida, conseguiu elevar preços acima do valor real.» link
Acredito muito pouco em medidas administrativas. Não me adianta nada dizer que corto aqui se por outras vias conseguir o mesmo efeito. Aquilo que queremos é medidas mais inteligentes que levem todos os agentes a perceber que é melhor ajustarem-se a uma nova conjuntura do mercado do medicamento.
Óscar Gaspar, entrevista, JP 04.07.10
Certo é que, face ao avolumar das dívidas (484 milhões de euros em Maio deste ano) e à ameaça de uso de força na cobrança de juros aos hospitais em mora, a delicada estratégia (chamem-lhe inteligente) de Óscar Gaspar parece servir para pouco. link
Quem não se conteve, mais uma vez, foi CC, saudoso de velhas pelejas, ao decidir sair em defesa do MS: «a indústria farmacêutica permitiu o atraso do pagamento aos hospitais, relativo aos medicamentos, e, em contrapartida, conseguiu elevar preços acima do valor real.» link
Muito bonito! Mas, tudo somado, compreende-se, nesta altura, de que lado está a força. E de que forma «a indústria pretende ajustar-se a uma nova conjuntura do mercado».
drfeelgood
Etiquetas: Crise e politica de saúde, Medicamento
7 Comments:
O Ministério da Saúde garantiu hoje não ter recebido qualquer informação sobre a obrigatoriedade de os hospitais públicos terem que pagar juros de oito por cento pelo atraso com que pagam os medicamentos.link
JP 06.07.10
Comentário: Tenrinhos!
Um Estado desautorizado e desprestigiado
Pouco tempo depois de publicada a ingénua entrevista do SE Óscar Gaspar a IF liberta as garras de predador. Depois de andar, há décadas, a deleitar-se na mesa do orçamento de Estado usando e abusando do dinheiro dos contribuintes recorrendo ao livre arbítrio, suportada em práticas promocionais dignas do terceiro mundo e de ter feito em Portugal o que nunca lhe foi permitido fazer em países mais exigentes a IF emerge na plenitude da sua voracidade.
É certo que encontra um governo e um MS no ground zero da autoridade política. Um MS que se resume ao papel de corta-fitas e de solicitador dos interesses corporativos e sindicais.
Se houvesse vergonha na cara e o Estado estivesse a ser servido por gente responsável a resposta a esta atitude seria muito simples. Bastaria fazer aplicar, no prazo máximo de três meses, o propugnado na Lei e no programa eleitoral e de governo do partido socialista - a prescrição por DCI acabando, de uma vez por todas com o “repasto” dos genéricos de marca e admitindo no mercado apenas os mais baratos, no ambulatório, e ao mesmo tempo criar uma estrutura, tipo NICE, para condicionar, com base em avaliação científica e de custo-efectividade, a inovação terapêutica em meio hospitalar.
É claro que isto exige coragem, sentido de responsabilidade, defesa do interesse público e não é de todo compatível com o objectivo de “penalizar o menos possível a indústria” farmacêutica…
O Governo vai aumentar o capital dos hospitais com gestão empresarial do Estado (EPE), mas assegura que essa verba não servirá para pagar as dívidas à indústria farmacêutica. link
DE 07.07.10
Como se nós acreditássemos!
Só no nosso país alguém se lembraria fazer da abelhinha Maia suprema gestora dos destinos da Saúde.
Ode à Liberdade de Escolha
…ou a ilustração dos verdadeiros objectivos dos “comerciantes” da saúde. Começam sempre por “vender” a ideia mirífica da liberdade de escolha para, logo depois, imporem uma espécie de protocolo de triagem baseado no conteúdo da carteira e na qualidade do vestuário.
Entreguem o SNS aos neo-liberais de pacotilha e depois verão o resultado…
…
Utentes do SNS são discriminados
As clínicas privadas estão a discriminar doentes em função da entidade financiadora, preferindo quem vai a título particular e paga logo. Ao que o Correio da Manhã apurou, o motivo deve-se ao facto de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demorar a pagar os serviços contratados. Segundo a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que já recebeu várias queixas, esta prática é ilegal e punida com multa que pode ir até aos 45 mil euros.
A Clínica Médica de Santo Adrião, na Póvoa de Santo Adrião, foi uma das prestadoras fiscalizadas pela ERS devido a uma queixa de uma utente que quis marcar uma consulta de estomatologia na qualidade de beneficiária da ADSE (sistema de saúde e protecção social dos funcionários públicos), conta o CM.
A queixosa, que não é identificada na deliberação da ERS, foi informada de que só teria consulta quatro meses mais tarde. Não satisfeita, ligou novamente para a clínica, mas a título privado, e foi-lhe marcada consulta para dali a três dias.
Chamada a pronunciar-se pela ERS, a clínica argumentou que apenas tinha um médico estomatologista em horário parcial e que para gerir de forma organizada a marcação de consultas tinham decidido dividir as vagas das consultas por quatro grupos: ADSE, CGD e SMAS e particulares, conta o CM. A ERS entendeu que 'a estipulação de quotas de consultas consoante a entidade financiadora implicou uma discriminação da utente da ADSE', sujeita a maior tempo de espera. A clínica recebeu um aviso e foi a entidade reguladora que abriu um processo de acompanhamento à alteração do sistema.
Além da discriminação de doentes, outra das preocupações da ERS é a cobrança ilegal de taxas de urgência e a publicidade a acordos que não existem.
A check-up med, em Lisboa, cobrava taxas de urgência (entre 5 e 20 euros) por exames convencionados. E a clínica de medicina física e de reabilitação de Ponte da Barca distribuía folhetos em que anunciava acordos com SNS, ADSE e Ministério da Justiça. A ERS descobriu que só existia acordo com o Centro Hospitalar do Alto Minho
Quando o mar bate na rocha...
Na verdade o cobrador de fraque bateu à porta da João Crisóstomo.
Agora, vamos deliciar-nos com o endosso deste problema para os CA dos HH's que, nesta cadeia, [MS, APIFARMA, etc.] são o mexilhão...
Situações atávicas portuguesas!
Quem trabalha nos hospitais conhece bem as principais razões para os maus resultados da sua gestão. Desde a criação dos EPE's, dados à luz por CC, tem sido um "desastre". E uma das causas foi o empolar dos quadros com "técnicos" (ditos altamente qualificados) para funções "virtuais". Parecem formigas passeando-se pelos corredores e pagos a peso de ouro.
E aos Conselhos de Administração nada se exige a não ser que tenham "bom comportamento".
A solução EPE falhou redondamente e as interferências ou intromissões vindas de cima, com medidas "paridas" pelos Órgãos Centrais, criados com a reorganização(?) do SNS, onde também abundam os craques acabados de sair das universidades (máquinas de produção de cursos superiores) onde até já se entra sem o 12º ano, tem contribuído para o descalabro a que temos assistido. Tudo gente de elevado QI (o tal Quem Indica).
Criou-se a ilusão de que a redução administrativa dos preços dos medicamentos e a centralização das compras permitia aos hospitais poupar milhões. Também neste aspecto dizemos que a "montanha pariu um rato".
CC muito criticou as "chorudas" remunerações dos gestores mas aos "seus rapazes" deu benesses maiores.
E da actual ministra pouco mais se poderia ter exigido do que "a tentativa de apaziguar o descontentamento das populações, afectadas pelo encerramento das urgências, e dos médicos e enfermeiros face às injustas (quase sempre) acusações de que vinham sendo alvo. E teve que ceder porque as circunstâncias também o exigiam.
E apesar de tudo, apesar de estarmos na situação de "falência" da generalidades dos hospitais públicos (SPA's incluídos) não se notam verdadeiras melhorias nos cuidados de saúde!
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