terça-feira, julho 6

Tenrinhos

foto TM
Não acha que a indústria, que não é um sector propriamente conhecido por passar dificuldades, deveria contribuir mais neste esforço que é pedido a toda a gente?
Acredito muito pouco em medidas administrativas. Não me adianta nada dizer que corto aqui se por outras vias conseguir o mesmo efeito. Aquilo que queremos é medidas mais inteligentes que levem todos os agentes a perceber que é melhor ajustarem-se a uma nova conjuntura do mercado do medicamento.
Óscar Gaspar, entrevista, JP 04.07.10

Certo é que, face ao avolumar das dívidas (484 milhões de euros em Maio deste ano) e à ameaça de uso de força na cobrança de juros aos hospitais em mora, a delicada estratégia (chamem-lhe inteligente) de Óscar Gaspar parece servir para pouco.
link

Quem não se conteve, mais uma vez, foi CC, saudoso de velhas pelejas, ao decidir sair em defesa do MS: «a indústria farmacêutica permitiu o atraso do pagamento aos hospitais, relativo aos medicamentos, e, em contrapartida, conseguiu elevar preços acima do valor real.» link
Muito bonito! Mas, tudo somado, compreende-se, nesta altura, de que lado está a força. E de que forma «a indústria pretende ajustar-se a uma nova conjuntura do mercado».

drfeelgood

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7 Comments:

Blogger tambemquero said...

O Ministério da Saúde garantiu hoje não ter recebido qualquer informação sobre a obrigatoriedade de os hospitais públicos terem que pagar juros de oito por cento pelo atraso com que pagam os medicamentos.link
JP 06.07.10

Comentário: Tenrinhos!

11:44 da tarde  
Blogger Utente said...

Um Estado desautorizado e desprestigiado

Pouco tempo depois de publicada a ingénua entrevista do SE Óscar Gaspar a IF liberta as garras de predador. Depois de andar, há décadas, a deleitar-se na mesa do orçamento de Estado usando e abusando do dinheiro dos contribuintes recorrendo ao livre arbítrio, suportada em práticas promocionais dignas do terceiro mundo e de ter feito em Portugal o que nunca lhe foi permitido fazer em países mais exigentes a IF emerge na plenitude da sua voracidade.

É certo que encontra um governo e um MS no ground zero da autoridade política. Um MS que se resume ao papel de corta-fitas e de solicitador dos interesses corporativos e sindicais.

Se houvesse vergonha na cara e o Estado estivesse a ser servido por gente responsável a resposta a esta atitude seria muito simples. Bastaria fazer aplicar, no prazo máximo de três meses, o propugnado na Lei e no programa eleitoral e de governo do partido socialista - a prescrição por DCI acabando, de uma vez por todas com o “repasto” dos genéricos de marca e admitindo no mercado apenas os mais baratos, no ambulatório, e ao mesmo tempo criar uma estrutura, tipo NICE, para condicionar, com base em avaliação científica e de custo-efectividade, a inovação terapêutica em meio hospitalar.

É claro que isto exige coragem, sentido de responsabilidade, defesa do interesse público e não é de todo compatível com o objectivo de “penalizar o menos possível a indústria” farmacêutica…

12:17 da manhã  
Blogger Clara said...

O Governo vai aumentar o capital dos hospitais com gestão empresarial do Estado (EPE), mas assegura que essa verba não servirá para pagar as dívidas à indústria farmacêutica. link

DE 07.07.10

Como se nós acreditássemos!

12:19 da manhã  
Blogger ochoa said...

Só no nosso país alguém se lembraria fazer da abelhinha Maia suprema gestora dos destinos da Saúde.

12:37 da manhã  
Blogger Beficiário da ADSE said...

Ode à Liberdade de Escolha

…ou a ilustração dos verdadeiros objectivos dos “comerciantes” da saúde. Começam sempre por “vender” a ideia mirífica da liberdade de escolha para, logo depois, imporem uma espécie de protocolo de triagem baseado no conteúdo da carteira e na qualidade do vestuário.

Entreguem o SNS aos neo-liberais de pacotilha e depois verão o resultado…

Utentes do SNS são discriminados

As clínicas privadas estão a discriminar doentes em função da entidade financiadora, preferindo quem vai a título particular e paga logo. Ao que o Correio da Manhã apurou, o motivo deve-se ao facto de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demorar a pagar os serviços contratados. Segundo a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que já recebeu várias queixas, esta prática é ilegal e punida com multa que pode ir até aos 45 mil euros.

A Clínica Médica de Santo Adrião, na Póvoa de Santo Adrião, foi uma das prestadoras fiscalizadas pela ERS devido a uma queixa de uma utente que quis marcar uma consulta de estomatologia na qualidade de beneficiária da ADSE (sistema de saúde e protecção social dos funcionários públicos), conta o CM.

A queixosa, que não é identificada na deliberação da ERS, foi informada de que só teria consulta quatro meses mais tarde. Não satisfeita, ligou novamente para a clínica, mas a título privado, e foi-lhe marcada consulta para dali a três dias.

Chamada a pronunciar-se pela ERS, a clínica argumentou que apenas tinha um médico estomatologista em horário parcial e que para gerir de forma organizada a marcação de consultas tinham decidido dividir as vagas das consultas por quatro grupos: ADSE, CGD e SMAS e particulares, conta o CM. A ERS entendeu que 'a estipulação de quotas de consultas consoante a entidade financiadora implicou uma discriminação da utente da ADSE', sujeita a maior tempo de espera. A clínica recebeu um aviso e foi a entidade reguladora que abriu um processo de acompanhamento à alteração do sistema.

Além da discriminação de doentes, outra das preocupações da ERS é a cobrança ilegal de taxas de urgência e a publicidade a acordos que não existem.

A check-up med, em Lisboa, cobrava taxas de urgência (entre 5 e 20 euros) por exames convencionados. E a clínica de medicina física e de reabilitação de Ponte da Barca distribuía folhetos em que anunciava acordos com SNS, ADSE e Ministério da Justiça. A ERS descobriu que só existia acordo com o Centro Hospitalar do Alto Minho

11:59 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Quando o mar bate na rocha...

Na verdade o cobrador de fraque bateu à porta da João Crisóstomo.

Agora, vamos deliciar-nos com o endosso deste problema para os CA dos HH's que, nesta cadeia, [MS, APIFARMA, etc.] são o mexilhão...

Situações atávicas portuguesas!

11:28 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Quem trabalha nos hospitais conhece bem as principais razões para os maus resultados da sua gestão. Desde a criação dos EPE's, dados à luz por CC, tem sido um "desastre". E uma das causas foi o empolar dos quadros com "técnicos" (ditos altamente qualificados) para funções "virtuais". Parecem formigas passeando-se pelos corredores e pagos a peso de ouro.
E aos Conselhos de Administração nada se exige a não ser que tenham "bom comportamento".
A solução EPE falhou redondamente e as interferências ou intromissões vindas de cima, com medidas "paridas" pelos Órgãos Centrais, criados com a reorganização(?) do SNS, onde também abundam os craques acabados de sair das universidades (máquinas de produção de cursos superiores) onde até já se entra sem o 12º ano, tem contribuído para o descalabro a que temos assistido. Tudo gente de elevado QI (o tal Quem Indica).
Criou-se a ilusão de que a redução administrativa dos preços dos medicamentos e a centralização das compras permitia aos hospitais poupar milhões. Também neste aspecto dizemos que a "montanha pariu um rato".
CC muito criticou as "chorudas" remunerações dos gestores mas aos "seus rapazes" deu benesses maiores.
E da actual ministra pouco mais se poderia ter exigido do que "a tentativa de apaziguar o descontentamento das populações, afectadas pelo encerramento das urgências, e dos médicos e enfermeiros face às injustas (quase sempre) acusações de que vinham sendo alvo. E teve que ceder porque as circunstâncias também o exigiam.
E apesar de tudo, apesar de estarmos na situação de "falência" da generalidades dos hospitais públicos (SPA's incluídos) não se notam verdadeiras melhorias nos cuidados de saúde!

12:20 da manhã  

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