sábado, abril 30

PPC, tem tudo a ver

Passos diz que “o Estado não tem que ser o único prestador de serviços de saúde”. 29.04.2011, Lusa

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o “melhor seguro de saúde é o público” mas que o “Estado não tem que ser o único prestador de serviços de saúde” e que é intenção do PSD garantir o seguro de saúde “iminentemente público”. De visita ao Hospital Narciso Ferreira, em Riba de Ave, o líder do PSD elogiou o papel das misericórdias no panorama de prestação de cuidados de saúde em Portugal.

“Não ignorámos o papel notável das misericórdias no apoio aos mais desfavorecidos que o Estado não conseguiria fazer sozinho”, afirmou. Passo Coelho reconheceu que “o melhor seguro de saúde é o público” e que os “riscos” que este seguro cobre “são melhor suportados pela colectividade”. Mas, afirmou, “isto não significa que não existam vários prestadores de serviços privados, nem que o Estado tem que ser o único prestador de serviços de saúde”. Segundo o líder social-democrata, “as pessoas devem poder escolher”.

“Pretendemos que as pessoas possam ter seguro iminentemente público mas que possam escolher”, adiantou. Para Pedro Passos Coelho “ganhamos todos em qualificar os privados”. O Hospital Narciso Ferreira está sob a alçada da Misericórdia e existe desde a década de 40 do século XX. Actualmente emprega mais de 270 pessoas e serve cerca de 120 mil utentes de cinco concelhos.
Depois da visita ao Hospital em Riba de Ave, Passos Coelho visitou ainda a fábrica de pneus Continental, em Lousado, Vila Nova de Famalicão.

Em matéria de saúde PPC, de certa forma, já nos tinha sossegado com aquela que ficou conhecida como a Declaração de Massamá no fim-de-semana da Páscoa quando referiu que os portugueses poderiam ficar descansados em matéria de cuidados de saúde porque, ele próprio, tinha filhos e sabia bem o transtorno que causavam os problemas de saúde.

Poder-se-á mesmo dizer que a Declaração de Massamá estará para PPC e para o PSD, em matéria de sistema de saúde como estiveram as Declarações de Otawa, Alma-Ata e Tallin para a saúde mundial.

Quanto às declarações de hoje estamos perante mais um exercício de profundidade intelectual e de pensamento estratégico “low-cost” ou seja, curtinho, ligeirinho e mal amanhado.
Fez bem PPC depois de ter ido à Misericórdia de Riba de Ave ter passado pelos pneus da Continental. Tem tudo a ver…



Setubalense

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7 Comments:

Blogger Clara said...

A ignorância é o pior dos estados.
O ignorante é geralmente o pior dos perigos.
Já tivemos Santana e Sócrates.
PPC é o mais ignorante, o mais perigoso de todos. Devidamente acolitado por Miguel Relvas, outra personagem sinistra da troupe liberal pacotilha.

1:47 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Realmente para dizer estas coisas mais valia ter estado calado.

PPC constitui um caso singular de candidato impreparado, sem garra nem faro, um exemplo acabado de um político vulgar,que outras figuras do PSD foram desencantar, com destino traçado até às próximas eleições.
Depois disso logo se verá se PPC vai ter oportunidade de dar uso ao enxoval recém adquirido de candidato a primeiro ministro.
Tudo leva a crer que dentro em breve PPC estará aliviado destas penosas canseiras e poderá regressar aliviado à sua pacata existência de cidadão de Massamá.

2:12 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Pensamento "low cost"
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Na Saúde, José Mendes Ribeiro, ex- assessor do ministro da Saúde de Governo Durão Barroso e professor, traçou uma evolução recente do SNS. A sua ideia essencial é a de que o utente deve ter “liberdade de escolha”. A obrigação do Estado seria apenas no pagamento da prestação, fosse ao SNS ou ao sector privado.

Diogo de Lucena defende a mesma ideia como forma de impor uma melhor gestão do sector público, mas recordou que o sistema de classificação de tratamentos que permite essa liberdade de escolha – os conhecidos grupos de diagnóstico homogéneo – necessitam de ser reformulados, porque foram construídos de forma perversa para o Estado poder beneficiar dos sistemas não públicos e têm levado a uma opção do sector privado por certos tipos de intervenções e não de outras, menos rentáveis.
Como exemplo do bom resultado da livre escolha, Mendes Ribeiro lembrou o sistema da ADSE – que, frisou, tem conseguido capitações de gastos mais baixos do que o SNS – e elogiou igualmente as parcerias público-privadas como “fundamentais”, “de uma enorme utilidade” e “essenciais” para a modernização dos serviços de saúde. Defendeu, porém, um “tecto” de custos dos serviços públicos limitado à receita fiscal do IRS. Actualmente, estará em 120 por cento dessa receita.
...
JP 30.04.11

Os pensadores "low cost" do "Movimento Mais Sociedade", coordenado por António Carrapatoso.
Tem sido profícuo o trabalho destes talentosos e "originais" pensadores. Cada vez que abrem a boca o PSD desce nas sondagens.
Novidades, contributos?
Zero. Tudo muito curtinho, ligeirinho e mal amanhado.

6:54 da tarde  
Blogger saudepe said...

Um dos argumentos mais ouvidos na sociedade portuguesa é o de que, quando não há dinheiro, não pode haver justiça social.

Uma outra versão do mesmo argumento consiste em dizer que é preciso criar riqueza primeiro, para depois a poder distribuir.

Este argumento é originário da direita política, mas acabou por ser colhido, de forma não assumida, também pelo PS. Por isso a agenda dos partidos do "arco da governação" tem sido centrada no crescimento - pelos vistos sem sucesso -, remetendo as políticas estruturais de justiça social para as calendas gregas. Daí os elevados níveis de pobreza e desigualdade prevalecentes na nossa sociedade.

Ora, o argumento apresentado é falso. Não é verdade que, se não há dinheiro, não pode haver justiça, ou que haja alguma regra de prioridade segundo a qual primeiro se cria a riqueza e só depois se distribui. Pelo contrário, é em momentos de recessão económica, quando a riqueza decresce em vez de crescer, que a justiça social se torna mais premente. Vejamos porquê.

Em termos estritamente morais, a justiça social é sempre da maior relevância, quer estejamos num momento de crescimento, quer em tempos de recessão. Os princípios éticos não dependem do contexto económico. Se uma determinada estrutura de distribuição x é justa numa sociedade afluente, sê-lo-á igualmente numa sociedade menos próspera.

Mas, em termos mais pragmáticos, a premência da justiça social cresce quando existe estagnação ou mesmo recessão económica. É nestas circunstâncias que aqueles que são geralmente menos beneficiados na distribuição do rendimento e da riqueza tendem a revelar comportamentos de alienação face à sociedade enquanto sistema cooperativo, ou mesmo comportamentos de sabotagem e de revolta, criando assim situações de grande tensão e instabilidade.

Por isso é agora tão necessário que o ajustamento que a sociedade portuguesa terá de enfrentar nos próximos tempos seja justo. Isto é, que os Pequenos não sejam mais maltratados do que os Grandes, que os funcionários do Estado não sejam, como até agora têm sido, as vítimas preferenciais, que aqueles que se encontram expostos a mais riscos sociais (por motivo de doença, desemprego ou velhice) não tenham uma factura semelhante aos que não enfrentam esses riscos, e por aí adiante. Para além de ser justo, o ajustamento terá de ser percebido como tal e, para isso, o papel pedagógico dos agentes políticos - especialmente do Presidente da República - é da maior importância.

Em suma: não é necessário criar mais riqueza para que a possamos distribuir melhor. É quando não há dinheiro que a justiça social é mais importante, não só por razões morais mas também para prevenir a instabilidade.

João Cardoso Rosas,DE 29.04.11

7:04 da tarde  
Blogger ochoa said...

É urgente inverter a politica de crédito da banca em Portugal que tem promovido a especulação e o consumismo, em prejuízo das actividades produtivas. E mais quando o crédito é escasso. O credito à Agricultura e Indústria (Extractiva e Transformadora), actividades produtivas por excelência representava apenas 7,2% do crédito total em 2005 e 6,6% em 2010, enquanto que, em 2010 , o credito à empresas de Construção representava 9,4% do total, ao Imobiliário 6,4%, o crédito à Habitação correspondia a 44,4% e ao consumo 6,1%. A própria CGD, apesar de ser um banco do Estado, tem participado activamente nesta politica. Em 2010, o credito da Caixa à Agricultura, Pesca, Industria Transformadora representava apenas 6,2% do crédito concedido, enquanto às empresas de Construção e Obras Publicas representava 7,9% e à Habitação e Consumo 50,7%. É urgente inverter toda esta politica, começando pela CGD que se tem de transformar num banco de fomento da actividade produtiva, nomeadamente de bens transaccionáveis destinados à substituição de importações.

Eugénio Rosa

12:39 da manhã  
Blogger Clara said...

Sem ideias, sem programa,os liberais de pacotilha de serviço lá vão soltando uma ou outra dica sobre as medidas que pretendem implementar quando forem Governo.
Eduardo Catroga, sem pudor nem pinga de vergonha, empenha-se em enviar cartas e mais cartas à troika ao mesmo tempo que lança ataques contudentes à gestão do governo de sócrates.
Um triste espectáculo.
Enquanto isso PPC, líder máximo liberal pacotilha, tenta tocar o coração dos portugueses desenvolvendo uma campanha cor-de-rosa meticulosamente arquitectada pelos seus estrategas de campanha.
Do que temos lido, ouvido e visto ressalta aquilo que já desconfiávamos. Independentemente dos gostos e opções que assiste a cada cidadão, há quem consiga distinguir-se pela mais requintada das piroseiras.
PPC, para lá do porte aprumado e dos fatinhos recém adquiridos, não consegue chegar a ser pimba. Fica-se, simplesmente, pelo piroso.

6:46 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O principal problema da iniciativa Mais Sociedade, financiada pelo PSD, é que não teve tanta sociedade assim. Um fórum, qualquer fórum, com tanta preponderância de gestores, economistas, empresários ou profissionais liberais bem sucedidos, pode ter o mérito de suscitar excelentes reflexões e até de produzir óptimas medidas para constarem num qualquer programa de Governo, mas nunca poderão deixar de ser consideradas como a visão de uma parte do país. Por muito generosas que sejam as suas propostas, ficamos sem saber o que pensam sobre o seu teor importantes camadas da sociedade que sentiriam na pele o seu impacte. E é por esta omissão que a iniciativa Mais Sociedade, sendo uma oportunidade para o PSD, também é um risco. Uma oportunidade porque é importante que um partido com vocação de poder se abra a sugestões externas e as incorpore no seu próprio programa; e um risco porque, ao dar todo o protagonismo a uma visão empresarial do país e do mundo, o PSD arrisca perder a sua velha identidade interclassista para se transformar numa facção dos interesses económicos e financeiros do país. Num momento em que se tornou claro que o PS fará da defesa do Estado Social uma das suas bandeiras maiores, e sabendo-se a capacidade do partido do Governo para desmontar, por vezes à custa da propaganda e da demagogia, as propostas mais liberalizantes do PSD, este risco é ainda maior. Passos e o PSD fazem bem em convidar a elite económica do país para as suas reflexões; mas fazem mal ao circunscreverem a abertura a esta elite. Mais do que nunca, Portugal precisa das suas elites; mas não irá muito longe sem o empenho de todos os seus cidadãos. Para haver, de facto, mais sociedade, era bom que toda a sociedade se pudesse exprimir.

JP 01.05.11

11:55 da tarde  

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