Liberais de Pacotilha, show goes on
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou perante o Conselho Nacional do PSD que o Governo encontrou um "desvio colossal em relação às metas estabelecidas" para as contas públicas. link
«A expressão "desvio colossal", de acordo com a informação que eu julgo ter sobre o assunto, deve-se a uma... -- como hei-de dizer? -- omissão de palavras que foram usadas entre "desvio" e "colossal". Isto é: foi usada a expressão "desvio", foram ditas algumas palavras após as quais apareceu "colossal". Fazendo a eliminação das palavras intermédias fica: "desvio colossal". A minha interpretação da frase entre "desvio" e "colossal" é que foram detectados 'desvios' e que a consolidação orçamental nos vai exigir um trabalho 'colossal'. Esta versão é da minha pura responsabilidade. Eu não tenho nenhuma informação autêntica sobre as palavras que terão sido proferidas entre "desvio" e "colossal". Mas esta versão agrada-me particularmente.» link
Vítor Gaspar, 14.07.11
... Exactamente por isso é que se assistiu hoje a esse facto inédito nos anais da política caseira de o Ministro das Finanças vir interpretar com efeitos retractivos as declarações do Primeiro Ministro. O contrário é normal. Acontece por vezes o primeiro ministro ter de corrigir as declarações de um ministro menos experiente e, por uma questão de delicadeza, fá-lo normalmente sob a forma de interpretação. Mas essa de o PM ser interpretado correctivamente por um ministro é que é uma novidade digna de nota!
JM Correia Pinto
«A expressão "desvio colossal", de acordo com a informação que eu julgo ter sobre o assunto, deve-se a uma... -- como hei-de dizer? -- omissão de palavras que foram usadas entre "desvio" e "colossal". Isto é: foi usada a expressão "desvio", foram ditas algumas palavras após as quais apareceu "colossal". Fazendo a eliminação das palavras intermédias fica: "desvio colossal". A minha interpretação da frase entre "desvio" e "colossal" é que foram detectados 'desvios' e que a consolidação orçamental nos vai exigir um trabalho 'colossal'. Esta versão é da minha pura responsabilidade. Eu não tenho nenhuma informação autêntica sobre as palavras que terão sido proferidas entre "desvio" e "colossal". Mas esta versão agrada-me particularmente.» link
Vítor Gaspar, 14.07.11
... Exactamente por isso é que se assistiu hoje a esse facto inédito nos anais da política caseira de o Ministro das Finanças vir interpretar com efeitos retractivos as declarações do Primeiro Ministro. O contrário é normal. Acontece por vezes o primeiro ministro ter de corrigir as declarações de um ministro menos experiente e, por uma questão de delicadeza, fá-lo normalmente sob a forma de interpretação. Mas essa de o PM ser interpretado correctivamente por um ministro é que é uma novidade digna de nota!
JM Correia Pinto
Nota: Quem fez triste figura neste episódio, como é evidente, foi PPC. Um primeiro-ministro demasiado ligeirinho, como se previa, imcompetente para liderar este período histórico tão difícil e importante para o nosso país.
Vitor Gaspar é outra loiça que acabará, não obstante, estilhaçado às mãos dos nossos jornalistas ignaros e impiedosos. Sem remorso da minha parte, pois trata-se de um liberal perigoso, capaz de despachar a privatização das Águas de Portugal sem pestanejar. Paz à sua alma.
Rock nacional: Jafumega Latin´America : linkVitor Gaspar é outra loiça que acabará, não obstante, estilhaçado às mãos dos nossos jornalistas ignaros e impiedosos. Sem remorso da minha parte, pois trata-se de um liberal perigoso, capaz de despachar a privatização das Águas de Portugal sem pestanejar. Paz à sua alma.
Etiquetas: liberais pacotilha, XIX gov
2 Comments:
Na sua declaração link à imprensa sobre o novo imposto extraordinário, o Ministro das Finanças não invocou nenhum desvio na execução orçamental, nem "colossal" nem perto disso. Louve-se o diferencial de seriedade ministerial sobre as declarações pouco responsáveis do primeiro-ministro a este respeito.
O que se diz na comunicação é:
«Esta medida é imprescindível para acelerar o esforço de consolidação orçamental e cumprir o objectivo decisivo de um défice orçamental de 5,9% para este ano. Traduz uma necessidade de prudência, dada a inexistência de margem de fracasso.»
Trata-se portanto de criar uma "almofada" adicional para qualquer risco na execução orçamental, nomeadamente para o que noutro lugar da comunicação se deixa entrever: a dificuldade em cumprir os objectivos de corte na despesa. Para quem antes das eleições apostava tudo no ajuste orçamental pelo lado da despesa e recusava aumento de impostos, não está mal...
vital moreira, causa nossa
Um "desvio" na execução orçamental [que pelas primeiras impressões vai dar um trabalho "colossal" para o resolver] é, para todos os efeitos, um "desvio colossal".
Aliás se o desvio não fosse "colossal" seria dificil justificar mais este [monumental]esforço de captação de receitas para o ajuste orçamental de 2011.
Mau sinal a política embrulhada em conflitos semânticos, com a ética aos trambolhões...
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