sábado, julho 9

Cavaco lê pela Cartilha Liberal Pacotilha

Mário Soares tem lançado farpas certeiras a Aníbal Cavaco Silva sobre a fraca intervenção do Presidente da República no processo de grave crise que atravessamos link

São certeiras as criticas de MS.

Em primeiro lugar porque ACS poderia ter evitado a crise política que deu lugar às recentes eleições,
link pura perda de tempo como se comprovará nos meses mais próximos.

A fazer jus às críticas de MS aí temos ACS a apoiar a intervenção liberal pacotilha no Serviço público de saúde: «todos os cidadãos têm direito a cuidados de saúde de qualidade, mas os que mais têm devem contribuir mais e o Estado deve delegá-los noutras organizações se não conseguir custeá-los.»

Os liberais de pacotilha do Governo não diriam melhor.

O PR aparece, assim, mais uma vez, apostado em esvaziar o Serviço Público defendendo para Portugal um sistema de saúde misto, verdadeiro molho de bróculos, formado por uma rede de cuidados assistencialista, especialmente dedicada aos pobrezinhos, constituída pelo que restará do serviço público, naturalmente degradado com prestações de baixa qualidade, suportada directamente pelo Estado, mais as unidades privadas convencionadas (para captura de financiamento público sem o qual não sobrevivem) e uma primeira rede de cuidados de saúde, mais lavadinha, suportada por seguros de saúde destinada aos cidadãos com poder económico suficiente para os pagar.

Conhecemo-lo de há muito (de gingeira). Consideramos, no entanto, estas últimas intervenções de ACS indignas de um PR num país europeu com 700 mil desempregados e níveis de pobreza que nos deveriam envergonhar a todos.

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11 Comments:

Blogger Clara said...

Cavaco Silva é uma persistente ameaça ao bom senso, justiça e desenvolvimento deste país. No momento em que José Sócrates mais precisou dele para lutar contra as agências de rating e a onda de especulação, foi o mesmo momento em que virou as costas ao então Primeiro-Ministro e ao país, assobiando para o lado. E assim ficou José Sócrates, sozinho, a puxar pelas energias do país.
Acredito muito na democracia mas este não é o meu Presidente da República. Definitivamente não é. Não gosto de patriotas por interesse ou em part-time...
in face book

Pelos vistos, CS cansou-se de defender a social democracia esforçando-se no presente por competir com o Miguel Relvas, esquecendo-se que é o PR de todos os portugueses.
Pessoalmente penso que CS foi sempre um campeão da hopocrisia, navegando ao sabor do que melhor poderia servir os seus interesses.

4:58 da tarde  
Blogger tambemquero said...

1.º - delegar nas Mesericórdias....eu já vivi issso há 35 anos e era muito engraçado porque o utente tinha direito a quase nada e o nada ainda era pago fosse rico ou pobre.Se não tinha dinheiro fazia-se colectas nas freguesias porque as ditas miserocórdias não ficavam sem o dinheiro.Será que os portugueses estavam loucos quendo escolheram este presidente e este governo.Parece-me que temos direito à dignidade.....

2.º - Um SNS com uma qualidade mínima custará sempre muito dinheiro. Não há volta a dar... O seu financiamento tem de assentar nos impostos cobrados, com justiça. Ninguém fala nos milhões que se evaporaram ao longo de anos, fruto da fraude e evasão. Agora existem dois caminhos: ou se aceita esse facto e se aposta na racionalização de custos e numa melhoria da cobrança fiscal ou se empurram os cuidados de saúde para o privado, com consequências inevitáveis para a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes com menos poder económico. Se for este o caso é bom que os que o defendem assumam as responsabilidades dessa decisão. Porque não navegamos em águas desconhecidas... Já outros países seguiram essa via com resultados desastrosos, pelo que é bem sabido o que aí vem...

3.º - (...)Como é possível pensar que as misericórdias têm dinheiro para resolver os problemas da saúde.Vai o estado financiar????Já chega de ignorância e muito menos fazer dos portugueses ignorantes.Temos de nos mobilizar para defender os nossos interesses.

4.º - A esta intervenção podemos chamar de loby politico do Sr. Presidente da Republica. Penso que deveria pensar bem antes de falar e ver como são geridas por vezes as Santas Casas que de justas tem muito pouco muitas vezes são geridas para benificiar particulares...

comentário do JP 09.07.11

5:43 da tarde  
Blogger saudepe said...

Importa desmontar alguns mitos difundidos sobre o SNS:

O SNS não é eficaz: desde 1979, a mortalidade infantil passou de 29/1000 para 3/1000, e a esperança média de vida passou de 71 para 79 anos;

O SNS não responde às necessidades dos portugueses: o total de consultas hospitalares aumentou 29%, passando de cerca de oito milhões de em 2005 para quase onze milhões em 2010; o tempo de espera para cirurgia reduziu-se 62%, de 8,6 meses em 2005 para pouco mais de 3 meses em 2010; diminuiu o número de pessoas em listas de espera: de 248 mil em 2005 para 161 mil em 2010. A Rede Nacional de Cuidados Continuados tem 4.720 camas em funcionamento, tendo já sido assistidos 60 mil utentes. Estão em actividade 223 equipas multidisciplinares que prestam apoio diário a 8.103 pessoas. O cheque dentista abrange as mulheres grávidas, os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos e os alunos até aos 13 anos, englobando mais de 900 mil utentes

Portugal gasta demasiado em saúde: Portugal gasta menos em saúde do que a média da OCDE, quer quando falamos de despesa pública per capita, quer quando falamos de despesa privada per capita.

Crescimento das despesas está descontrolado: O crescimento médio anual com a despesa de saúde (pc) entre 2000-2008 foi dos mais baixos na OCDE: 2,3%, que compara com 4,2 de média na OCDE, com 4.7 em Espanha ou 4.6 no Reino Unido, 7.6 na Irlanda, 7.4 na Polónia;

O SNS não é eficiente: Num estudo da OCDE sobre eficiência dos sistemas de saúde, Portugal apresenta melhores indicadores de qualidade e tem menos despesa per capita que a média da OCDE . Os EUA são o país que mais gasta e apresenta uma esperança média de vida de 78 anos, Portugal com quase ¼ do gasto alcança os 79 anos. Portugal está entre os 6 países mais eficientes da OCDE. Portugal é um dos países onde os custos administrativos do sistema de saúde são menores em termos percentuais do custo global do sistema de saúde (abaixo dos 2%).

Concorrência entre Público e Privado pouparia dinheiro ao Estado: A ideia de que a concorrência seria mais favorável que a complementaridade que temos, assenta no mito de que dois sectores têm os mesmos direitos e obrigações. Ora, o sector público tem serviços e obrigações de que o privado está isento: urgência de 24 horas, oferta de várias especialidades, formação de médicos e enfermeiros, menos condições para redimensionar unidades e tem a obrigação de estar presente em zonas deprimidas. No modelo proposto pelo PSD o sector privado seleccionaria sua clientela entre as patologias menos graves (e mais baratas), enviando os doentes caros para o SNS, no final da sua exploração rentável pelo sector privado. Esta solução não pouparia, antes sairia mais cara.

Para ser justo o SNS deve ser pago por quem pode: O PSD resiste à gratuitidade do SNS e quer impor pagamentos por escalão de rendimento, invertendo assim a lógica do acesso universal. Com barreiras de preço no momento do acesso, perde-se equidade, estigmatiza-se a desigualdade e amplia-se a fraude. Os mais ricos já pagam mais no acesso à saúde, mas fazem-no através dos impostos, não no momento em que chegam ao hospital e precisam de tratamento. Um SNS tendencialmente gratuito é a garantia que todos, qualquer que seja a sua condição, têm acesso aos mesmos cuidados de saúde, com a mesma qualidade.

joao galamba

7:08 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

No estudo da OCDE "In Health Care Systems: Efficiency and Policy Settings", Portugal aparece particularmente bem classificado quanto à eficiência do seu sistema de saúde:

- Em termos de potenciais ganhos em termos de esperança de vida comparado com a média de crescimento da despesa no decénio 1997-2007 Portugal situa-se entre os países que mais investiram em saúde e que conseguiram atingir o potencial máximo de ganhos possível em termos de aumento de esperança de vida;

- Quanto aos ganhos de eficiência em termos de saúde quando relacionados com o crescimento da despesa "per capital", Portugal também se situa acima da média da OCDE, tanto em menor aumento de despesa per capita (8º menos gastador), como em melhores resultados potenciais em termos de eficiência projectados para o próximo decénio (2007/2017);

OG

8:26 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Já que o Sr. Presidente está preocupado com pagamentos em saúde deveria ler o OCDE Health Data 2011 link, no capítulo Health Expenditure, item “out-of-poket payments”, verificaria que em 2008 (últimos resultados publicados referentes a Portugal) a percentagem do "esforço" dos portugueses para a saúde, sem reembolso, é de 27,2 % , contra 7,3% (2009/França); 10,5% (2009/Grã-Bretanha); 13,1 (2009/Alemanha); 20,1 (2009/Espanha); etc.
Na UE somos o país que contribui com uma mais elevada percentagem de pagamentos (directos) de despesas [sem retorno] com a saúde (...a Grécia não apresentou números).

Portanto, muito já foi (está sendo)“delegado”

11:09 da tarde  
Blogger ochoa said...

Isto é conversa do até há bem pouco tempo assessor de CS, Fernando Leal da Costa, o novo secretário de Estado Adjunto de Paulo Macedo.
Esta troupe fandanga traz vontade de reduzir a fanicos o SNS.
Por isso não nos devemos distrair com a Moodys.

11:25 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A direita é pérfida e usa a perfídia para enganar o povo. Basta ouvi-los. Ainda hoje Mota Soares explicava, empolgado, o ataque que pretende fazer à segurança social, a pretexto do combate às pensões altas. E povo, ouvido por uma estação de televisão, não se cansava de repetir: “Tem toda a razão. Pode lá o Estado pagar pensões tão altas!”
É claro que uma coisa são as pensões obtidas fraudulentamente, às vezes sem descontos realizados pelos beneficiários (alguém paga por eles) ou concedidas por meia dúzia de anos de trabalho principescamente pago (às vezes, nem meia dúzia) ou a acumulação de pensões por trabalho prestado a tempo inteiro (sabendo-se, como se sabe, que quem trabalhasse para o Estado não poderia desempenhar outra função a tempo inteiro; não poderia nem teria tempo para o fazer se cumprisse o horário a que estava obrigado) ou os fundos de pensões constituídos com dinheiro das empresas, por quem nelas manda, destinados a atribuir pensões milionárias a quem nelas trabalhou em lugares cimeiros – tudo isto são vigarices…por mais legais que algumas sejam.

Outra coisa completamente diferente é alguém ter descontado nos termos da lei de acordo com o que ganhava e ao fim de uma vida de trabalho gozar a pensão a que tem direito.

Ora, o que Mota Soares quer é estabelecer um limite muito baixo para as pensões a pagar pelo Estado e dispensar os futuros titulares dessas pensões de descontar pelo que recebem como ordenado…obrigando-os apenas a descontar pelo que vão receber a título de pensionistas. Se os que ganham mais ficarem dispensados de contribuir para a segurança social acima de um certo montante, isso quer dizer duas coisas: primeiro que se abre aí uma grande oportunidade de negócios para uma segurança social privada e depois que se quebra a solidariedade intergeracional que tem sido a base do sistema.

E o mesmo se diga da saúde. Também não há melhor forma de acabar com o SNS do que obrigar quem tem dinheiro, ou algum dinheiro, a pagar a maior parte dos cuidados de saúde. As razões são as mesmas: quem paga não quer ser chamado a contribuir para uma coisa de que não beneficia.

Os que acreditam que esta é uma boa solução, porque obriga os ricos a pagar, só vão perceber mais tarde o erro em que incorreram ao dar o seu assentimento a semelhante política.

E, atenção, quando eles nos falam na defesa do “Estado social”, como de resto nos falavam os governantes do PS e alguns dos seus intelectuais orgânicos, do que realmente estão a falar é de assistencialismo. E quando nos remetem para as chamadas IPSS do que estão a falar é dos que fazem da “caridade” uma profissão.

O estado social tem cidadãos. Com direitos ganhos na luta contra o capital. E não pedintes com a obrigação de agradecer a esmola!

E é isso o que esta gente tem feito desde que o neoliberalismo se tornou hegemónico: fomenta a produção de pobres e de excluídos a que depois acorre com alguma esmola para evitar males maiores.

Aliás, o PS percebe muito bem isto quando está na oposição, como ainda hoje se viu, ao “dissertar” sobre o tema no debate sobre o “programa do governo”. Mas é uma posição hipócrita: uma posição que o partido não aplica nos mesmos termos quando está no governo. O PS abriu as portas que estes agora vão escancarar ou mesmo derrubar.

Esta questão, relativamente ao PS, vem à baila não por qualquer espécie de intenção persecutória. Apenas porque é recorrente. Já se viu este filme muitas vezes a propósito de muitas outras coisas…

JM Correia Pinto

1:02 da manhã  
Blogger Clara said...

“A saúde não é imune à justiça social”, disse hoje Cavaco para justificar o pagamento dos serviços de saúde por quem “pode”. O cínico chefe dos neo-indignados, o que antes dizia que “não vale a pena recriminar as agências de rating” link , é, na realidade, um dos muitos que apostaram em usar a crise e a resposta austeritária que a aprofunda como oportunidade para destruir, entre outros, os serviços públicos de saúde, usando, com a mesma desfaçatez de sempre, palavras como justiça social só para tentar dar alguma dignidade a uma agenda que faz as delícias de graúdos nos grupos económicos rentistas e de miúdos na caridade. Foi a pensar nesta novilíngua que escrevi há tempos um artigo link em defesa do ideal ameaçado da universalidade dos serviços públicos, uma das principais bases da justiça social.

João Rodrigues, ladrões de bicicletas

2:26 da tarde  
Blogger helena said...

Para Francisco Louçã, que falava à margem de um encontro com militantes do BE em Gondomar, entregar à gestão privada os hospitais seria "entregar à gestão mais incompetente que há em Portugal um bem essencial".

Para o líder bloquista é "fundamental e sensato recuperar o Serviço Nacional de Saúde e não destroçá-lo com medidas avulsas, inconsequentes e incompetentes como o entregar à gestão privada".

jn 09.07.11

4:23 da tarde  
Blogger helena said...

O nosso sistema de saúde assenta no principio da solidariedade, segundo o qual todos contribuem através dos seus impostos para financiar os serviços públicos.
Quando o cidadão rico ou o cidadão pobre necessitam de utilizar o SNS, por exemplo, estão em igualdade de circunstâncias (Serviço tendencialmente gratuito) não estando os cidadãos de maiores rendimentos obrigados a pagar mais pelo acto ou serviço prestado.

CS parece defender o principio que os cidadãos de maiores rendimentos devem pagar mais pela Saúde. Ou antes,que paguem duas vezes (desconto dos impostos + pagamento no acto da prestação)
Quando assim for os cidadãos de maiores rendimentos quererão sair do sistema para aderirem aos planos de seguros privados mais convenientes que a sua bolsa lhes permita pagar.

Quebrado este principio de solidariedade, o serviço público, sub-financiado, degradado e de baixa qualidade, ver-se-à, naturalmente, reconvertido para assegurar a prestação de cuidados à população mais pobre.

Outro principio que CS parece defender nestes últimos tempos de contágio liberal pacotilha é a redução das funções do estado no que concerne à Saúde a financiador e regulador do sistema.
A gestão dos hospitais e demais unidades da rede pública deve ser assim entregue a entidades privadas. Que tão boas provas têm dado de si.
Um conjunto de excelentes medidas patrocinadas pelo PR para levarem a cabo a destruição do SNS.
O pai do monstro prepara-se assim para ficar para a história como um dos lidres executores do extermínio do 12.º melhor serviço de saúde do mundo.
Falta apurar o contributo da velha feia horrorosa Manuela Ferreira Leite na volta à cabeça do PR.

5:09 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Durante a cerimónia de inauguração do Hospital da Misericórdia de Loulé, na passada sexta-feira, o presidente da República defendeu que o Estado deve delegar noutras organizações, como as misericórdias, a prestação de serviços de saúde quando não tenha capacidade de assegurar com qualidade e eficácia e que os cidadãos com mais rendimentos devem contribuir mais.

Este domingo, durante a festa de Verão do PCP em Santiago do Cacém, Jerónimo de Sousa afirmou que tal "viola a Constituição da República [Portuguesa]", por ir "contra" o "princípio universal, geral e tendencialmente gratuito" da Saúde aí consagrado.

"Ouvir o presidente da República tomar uma posição contra a Constituição, que jurou cumprir e fazer cumprir é, no mínimo, uma indecência", sustentou.

jn 10.07.11

Uma verdadeira indecência.
Face às enormes dificuldades que atravessamos, CS no lugar de serenar o povo através de um discurso de alento e esperança, faz precisamente o contrário lançando gasolina na fogueira. Certamente a pensar que o povo português é mais sereno que os Gregos.
Olhe que não! Olhe que não!
Não abuse da paciência dos portugueses, por favor, senhor presidente!

11:02 da tarde  

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