O arranque
1.º Muitos portugueses terão votado na esperança dum governo melhor ou, no mínimo, diferente do anterior.
Esperança vã.
Para dissipar dúvidas aí temos os primeiros episódios do costume. Ficámos a saber que a Manuela Moura Guedes nas vésperas da tomada de posse do novo governo conseguiu através de uma ligação TM amedrontar PPC e, assim, lixar o secretário de estado Bernardo Bairrão que, desta forma, não chegou a sê-lo. link
Noutro episódio, não menos ilustrativo, Miguel Relvas, de quem muito ouviremos falar nos tempos mais próximos, convidou para assessor do seu ministério um conhecido figurão da blogosfera. link
Em resumo: política da mais rasca.
2.º Visitámos o Portal da Saúde. Tudo na mesma. Como no tempo da anterior senhora dos chazinhos e bolos entre duas inaugurações.
Paulo Macedo parece empenhado em preparar meticulosamente o arranque. Vamos ver que PM nos sai na rifa: o cobrador de impostos (taxas moderadoras e não só), preocupado, quase exclusivamente, com o controlo das contas da Saúde e o desbaratar do património do Serviço Público em favor dos privados. Ou o gestor competente, pouco afectado pela vertigem liberalizadora dos parceiros de Governo, capaz de realizar reformas em prol de um serviço público de saúde mais eficiente, exigente e de melhor qualidade.
3.º Tenho constactado que a maioria das pessoas que conheço parece mais confortável quando confere que as medidas anunciadas fazem parte do memorandum da troika, dando a entender que confiam no trabalho realizado por esta equipa e que nutrem desconfiança em relação às medidas da iniciativa deste novo Governo.link
Esperança vã.
Para dissipar dúvidas aí temos os primeiros episódios do costume. Ficámos a saber que a Manuela Moura Guedes nas vésperas da tomada de posse do novo governo conseguiu através de uma ligação TM amedrontar PPC e, assim, lixar o secretário de estado Bernardo Bairrão que, desta forma, não chegou a sê-lo. link
Noutro episódio, não menos ilustrativo, Miguel Relvas, de quem muito ouviremos falar nos tempos mais próximos, convidou para assessor do seu ministério um conhecido figurão da blogosfera. link
Em resumo: política da mais rasca.
2.º Visitámos o Portal da Saúde. Tudo na mesma. Como no tempo da anterior senhora dos chazinhos e bolos entre duas inaugurações.
Paulo Macedo parece empenhado em preparar meticulosamente o arranque. Vamos ver que PM nos sai na rifa: o cobrador de impostos (taxas moderadoras e não só), preocupado, quase exclusivamente, com o controlo das contas da Saúde e o desbaratar do património do Serviço Público em favor dos privados. Ou o gestor competente, pouco afectado pela vertigem liberalizadora dos parceiros de Governo, capaz de realizar reformas em prol de um serviço público de saúde mais eficiente, exigente e de melhor qualidade.
3.º Tenho constactado que a maioria das pessoas que conheço parece mais confortável quando confere que as medidas anunciadas fazem parte do memorandum da troika, dando a entender que confiam no trabalho realizado por esta equipa e que nutrem desconfiança em relação às medidas da iniciativa deste novo Governo.link
Etiquetas: XIX gov
4 Comments:
"Tenho constactado que a maioria das pessoas que conheço parece mais confortável quando confere que as medidas anunciadas fazem parte do memorandum da troika, dando a entender que confiam no trabalho realizado por esta equipa e que nutrem desconfiança em relação às medidas da iniciativa deste novo Governo..."
Chegou o desconforto. O tal "murro no estomago". Passos Coelho está a caminho das urgências.
Com que então o "problema português" era unicamente subsidiário da má governação caseira?
Tornou-se evidente - para o mais descabelado idiota - que os países periféricos da UE, economicamente debeis, vão ser um lauto repasto para o poderio financeiro, para os filantropos "investidores".
Não vale a pena perder tempo e gastar o latim com espúrias elucubrações.
Não há volta a dar-lhe. Ou o poder político domina o poder financeiro ou tornamo-nos os "novos" escravos.
E por falar em escravatura (dominação) não basta reforçar o poder político.
É necessário - urgentemente - apear a camarilha neoliberal que domina (politicamente e de parceria com o poder financeiro) a Europa. Uma nova época de abolição!.
Caso contrário retrocederemos ao Renascimento, i. e., a uma transição para um capitalismo obsoleto, emergente dos escombros do domínio feudal...
E assim enterraremos um vector fundamental da Humanidade: o progresso!
«Governo aprova fim das golden shares da PT, EDP e Galp Energia».
Cheio de gente dos negócios, este Governo tem uma tendência inata para favorecer os negócios, à custa do interesse público. Mesmo que fosse obrigatório eliminar as golden shares, nada obrigava a dá-las à borla. É evidente que com o fim das restrições que elas representavam os demais accionistas ganham uma considerável valorização do seu capital, sem terem de dar nada em troca. Justificava-se plenamente o lançamento de uma taxa sobre a operação, igual à mais-valia dela resultante.
vital moreira, causa nossa
O governo tenta agora discutir com as agências de notação, argumentando que está a desenhar políticas consensuais a pensar nos melhores interesses dos chamados mercados. Esforço inglório porque não estamos no domínio de qualquer racionalidade comunicativa, mas sim no domínio do puro exercício de poder. Quem aceita e até naturaliza uma configuração institucional que potencia a a afirmação do poder financeiro, quem se deixa submeter e isolar, perde sempre. Como sublinha José Reis, as agências de rating “são insaciáveis porque o que preconizam é pôr mais crise em cima da crise”. Fica a lição: “Espero que o Governo veja que não vale a pena apostar só na austeridade. Tomou uma medida tão violenta, como o imposto extraordinário, e a agência de rating marimbou-se nisso. Foi um balde de água fria para o Governo”.
João Rodrigues
Que as agências de rating não são entidades isentas e objectivas nas suas decisões já há muito o sabíamos. O episódio da falência do banco Lehman Brothers, cotado com nota máxima pelas ditas agências quando à beira da falência, veio apenas confirmar o que há muito se suspeitava. Apesar disso, era ouvir Duques e comentadores de direita quejandos, enaltecer diariamente o rigor e objectividade das moody’s, e outras que tal, sempre que baixavam o rating da Nação. Que sim senhora, se o faziam era porque o merecíamos, que era a dívida e o défice e a falta de competitividade, que Sócrates e só Sócrates era culpado, que…… Em tudo isto secundados por Cavaco na sua forma sibilina e sacrista de queimar os seus opositores.
E agora! O governo caiu, Sócrates saiu de cena, temos um governo maioritário de direita liberal que, para mostrar que está alinhado com quantos pretendem espremer-nos até ao tutano, lança mais um imposto sobre os nossos rendimentos mostrando assim que irá não só cumprir como exceder-se nas exigências da Troika. Apesar disso, implacável, a moody’s coloca a nossa dívida ao nível do lixo, lançando mais uma pazadas de terra sobre o esquife.
Ah! Mas agora os ditos comentadores, mais o sindicalista reconvertido em patrão da CIP mais o sonso do Presidente, compadecem-se com Passos Coelho aliviando-lhe a dor do murro no estômago infligido pela moody’s. Que as agências são umas ingratas, que estão ao serviço não se sabe muito bem de quem, que nem respeitam o estado de graça dum governo tão promissor para os interesses de quem manipula e a quem servem as ditas agências, que isto não é um problema do País mas da Europa, que o Durão tem de falar com a Merkle que …….
Mas o que é isto! A que situação chegámos que já nem os cães conhecem os donos? Que nove espectro é este que ameaça mesmo os que lhe são próximos?
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