terça-feira, agosto 16

Sinais de alerta

Discurso do Pontal: ...”E como exemplo referiu o corte na saúde. O sector, disse, é um dos que sofrerá uma significativa redução orçamental. “Em 2011 e 2012 vamos ter gastar menos dez a 15 por cento daquilo que estamos habituados a gastar, e não há outra possibilidade”, disse…

Os portugueses têm razão para estar preocupados. O mesmo governo que deixa de fora os rendimentos do capital e os dividendos no imposto especial, que ignora os 1,1 mil milhões de lucros da EDP ao mesmo tempo que aumenta o IVA da electricidade em quase 400 %, que acena com cortes nas “gorduras” mas que é incapaz de os sinalizar é, exactamente, o mesmo governo que, pela voz do seu líder, num discurso estival, anuncia com a maior das naturalidades a redução de 10 a 15 % das despesas em saúde porque (imagine-se) não há outra possibilidade.

O pior, no meio disto tudo, é que estes agentes políticos para além da manifesta impreparação governativa parecem estar à deriva dizendo, a conta-gotas, aquilo que lhes vai passando pela cabeça a cada momento.

Alguém, no seu perfeito juízo, com fundamento na realidade acredita que será possível cortar, ainda mais, 10 a 15 % da despesa em saúde? Sendo a maior fatia da despesa medicamentos (onde os cortes já foram muito significativos no governo anterior) e os recursos humanos onde prevê o governo cortar mais de 10 a 15 %?
Sendo reconhecido que os cortes cegos e administrativos feitos em 2009 e em 2010 levaram a acumulação de uma dívida superior a 3 mil milhões de euros qual o passo de mágica que pretendem ensaiar?

Qual o benchmark dos ex-consultores, travestidos de especialistas e assessores, que enxameiam os gabinetes deste governo? Afinal com que país da OCDE nos querem fazer comparar?

Será que o tal plano de prestações garantidas sempre vai servir de instrumento de racionamento como prelúdio ao desmantelamento do SNS?
Será que a troco de concessões, convenções, externalizações e privatizações as Misericórdias e os privados libertarão uma quota de consultas a 1 euro para os mais necessitados? Ou que passaremos a utilizar os meios de contraste em fim de prazo para exames imagiológicos aos mais desfavorecidos?

O mais grave não são os anúncios mais ou menos esotéricos que vão sendo feitos. O mais grave mesmo é que a direita neoliberal está a utilizar a crise económica e financeira como o álibi perfeito para destruir o SNS empurrando milhares de portugueses para a dependência assistencialista de um qualquer Banco Sanitário contra a Doença…

Saturnino

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3 Comments:

Blogger tambemquero said...

Encontrado o desvio colossal

Judite de Sousa - Mas não me está a responder. Há ou não desvario financeiro na Região Autónoma da Madeira, conforme de resto disse o seu colega de governo, Paulo Portas? Sim ou nao, senhor ministro?

Vítor Gaspar - Não me cabe comentar essa questão, o que julgo que é importante dizer aqui é que sendo a nossa crise uma crise relevante para o todo nacional, eu julgo que poderá fazer sentido, se os Governos Regionais dos Açores e da Madeira considerarem útil que, à semelhança do que aconteceu com a República Portuguesa, possam, por sua própria iniciativa, pedir para que se constitua um programa que permita resolver e fasear o ajustamento nestas regiões. Mas essa questão é uma questão para os governos das Regiões Autónomas respectivas.

Judite de Sousa - E também para o Ministro das Finanças, que tem que ter mão neles...

Entrevista do ministro das Finanças à TVI

1:20 da manhã  
Blogger Olinda said...

Direito à Indignação

Já se sabe que o IVA da electricidade e do gás natural vai aumentar da taxa reduzida para a máxima, 23%. Uma subida de 17% que não se verifica em muitos outros bens não essenciais. É o caso, por exemplo, dos espectáculos, dos bilhetes para os festivais, do golfe ou até das touradas, todos taxados a 6% de IVA.

Naturalmente porque é nestes territórios que se movimenta a trupe dos liberais de pacotilha...

11:59 da tarde  
Blogger saudepe said...

Segundo o governante, os cortes na saúde hão de ser definidos quando o Orçamento de Estado do próximo ano for aprovado, mas vão ser postos em prática por diversas vias.

“Desde logo, através do medicamento, através da redução de pagamento a prestadores privados, da redução de horas extraordinárias nos próprios prestadores de saúde, e também aos próprios convencionados, quer se trate de imagem, de hemodiálise ou análises clínicas”, afirmou.

Os cortes no sector passam ainda pela reformulação dos horários das urgências, medida que já tinha sido anunciada.

Paulo Macedo assegurou que haverá um “esforço repartido”, para que a redução da despesa se possa concretizar de forma equitativa, “tentando sempre proteger os mais carenciados”.

Referindo que a visita de hoje ao hospital Amadora-Sintra lhe permitiu ver os utentes que “precisam claramente de ser protegidos”, o ministro assegurou que o “Governo vai continuar a protegê-los”, nomeadamente através da manutenção de isenções de taxas moderadoras.

O Executivo prevê aumentar as taxas moderadoras e acabar com algumas isenções - que ainda não especificou -, defendendo que é essencialmente pelos rendimentos que se deve determinar a isenção de pagamento das taxas.

Relativamente a outros meios de poupança, o ministro destacou a aposta nos genéricos, bem como outras iniciativas na política do medicamento a serem concretizadas até ao final do ano.

Não sendo prioritária, e apesar de nenhuma farmácia ter aderido, a venda de medicamentos em unidose é para prosseguir, afirmou.

Fonte do gabinete do ministro adiantou à Lusa que Paulo Macedo se reuniu hoje à tarde com representantes de alguns hospitais, tendo sublinhado a importância de “trabalhar com método” e com “atenção aos indicadores”, uma vez que serão necessários “grandes esforços” no sector.

O ministro da Saúde quer que os hospitais e centros de saúde passem a disponibilizar mensalmente informação de gestão sobre o seu desempenho, como taxas de reinternamento ou rácio entre consultas e urgências. Paulo Macedo assumiu “o compromisso do Governo” de divulgar mensalmente a informação de gestão sobre o desempenho das instituições, como centros de saúde, hospitais e serviços do ministério.

JP 17.08.11

É esperar para ver...

12:11 da manhã  

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