XIX GOV, Tremenda Irresponsabilidade
O artigo de Nicolau Santos – “Privatizações: quem os trava?” link– assinala a tremenda irresponsabilidade de se prescindir do controlo público de serviços públicos de rede cruciais, da rede de electricidade aos correios, condicionando as gerações futuras “em matéria de empregos qualificados, inovação, investigação e (...) segurança”. Santos parece ter alguma esperança que isto possa de alguma forma correr bem, chamando a atenção para o perigo de não se poder corrigir o que correr mal. Para corrigir o que correr mal, que vai ser tudo, um futuro governo de esquerda a sério terá de renacionalizar, como é óbvio. É por estas e por outras que desde o início deste blogue temos defendido um sector público robusto: Quem diz que as empresas públicas são ineficientes e desnecessárias não anda a ler jornais link, porque devemos ter um sector público link, a utilidade do see link ou vender a república link, por exemplo.
O segundo artigo é de Manuel Pinho – “Uns anjinhos ou muito pior”. link Algo auto-congrulatório, mas severamente critico dos compromissos troikistas em matéria de privatizações do sector da energia, Pinho mostra algo de crucial através do exemplo da Dinamarca de Poul Thomson do FMI: como os países mais desenvolvidos ainda mantêm sectores estratégicos sob controlo público, ao contrário do que prescrevem as instituições internacionais para as periferias que se encontram sujeitas aos seus programas de desenvolvimento do subdesenvolvimento, através da pilhagem a que as elites locais chamam “ajuda”. A maior empresa de energia dinamarquesa é controlado pelo Estado em 77%, paga uma taxa de imposto de 40%, o seu CEO aufere menos do que Mexia e paga uma taxa de IRS de 60% e os trabalhadores elegem 1/3 do conselho administração, informa-nos Pinho.
João Rodrigues, Ladrões de Bicicletas
O segundo artigo é de Manuel Pinho – “Uns anjinhos ou muito pior”. link Algo auto-congrulatório, mas severamente critico dos compromissos troikistas em matéria de privatizações do sector da energia, Pinho mostra algo de crucial através do exemplo da Dinamarca de Poul Thomson do FMI: como os países mais desenvolvidos ainda mantêm sectores estratégicos sob controlo público, ao contrário do que prescrevem as instituições internacionais para as periferias que se encontram sujeitas aos seus programas de desenvolvimento do subdesenvolvimento, através da pilhagem a que as elites locais chamam “ajuda”. A maior empresa de energia dinamarquesa é controlado pelo Estado em 77%, paga uma taxa de imposto de 40%, o seu CEO aufere menos do que Mexia e paga uma taxa de IRS de 60% e os trabalhadores elegem 1/3 do conselho administração, informa-nos Pinho.
João Rodrigues, Ladrões de Bicicletas
Etiquetas: liberais pacotilha, XIX gov
2 Comments:
O PCP anunciou hoje que irá propor, na próxima quarta-feira, na Assembleia da República, “a cessação da vigência do decreto lei que extingue as golden share do Estado na PT, EDP e Galp". link
JP 02.08.11
Isto só lá vai com resistência. Acções de rua são precisas.
Que controlo e poder de decisão tem o governo atualmente sobre estas empresas, que não seja o controlo das nomeações dos gestores de entre os "amigos", com ou sem competências e curriculos, com ou sem cartão partidário ( exigindo-se na ausência do dito - cartão - uma boa relação com os titulares dos cargos políticos -filhos e pais, sobrinhos, primos, irmãos, maridos e esposas, etc. etc..
É este poder que efetivamente mudará de maõs, porque quanto ao poder de gestão e de direcção estratégica, o mesmo já não existe. E não existe, desde logo, porque o próprio Estado há muito se alheou do exercício de um verdadeiro poder regulador. Pensemos desde logo na PT, na EDP e na Galp. Onde se sente a presença do Estado nestas empresas para além da nomeação de gestores com chorudos salários e prémios? Porque pagamos tão caro pelos bens e serviços que fornecem? Porque têm estas empresas práticas monopolistas ou de cartel?
Mas o Governo anterior concordou (teria alternativa?) com as privatizações e há que cumprir os acordos celebrados. Pretende o Governo atual privatizar outras empresas para além das previstas no acordo com a tróika. Será errado fazê-lo?
Devemos continuar a "aguentar" uma TAP que pratica preços bem acima dos de outras companhias e que acumula prejuízos, ano após ano, sem que isso impeça as elevadas remunerações que pratica, particularmente para os gestores? E devemos continuar a pagar taxas para uma RTP que de serviço público pouco ou nada tem? Uma RTP onde "todo o gato (ou gata) pingado" ganha à bruta e à francesa? E devemos continuar a ter uma EDP para pagar milhões de euros aos gestores e financiar cursos ministrados no estrangeiro por ex-ministros, continuando o preço da energia elétrica a subir apesar da crise?
E que melhor se poderá dizer das outras empresas referidas por NS?
Enfim, é certamente matéria para fazer correr muita tinta! A minha opinião aqui fica.
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