Mendes Ribeiro em digressão
«Investir em centros de excelência
Quanto a financiamento — e sendo os desempenhos dos hospitais muitos diversos —, Mendes Ribeiro vê aqui um oportunidade para encontrar em cada região uma especificidade: «Temos que ter um financiamento comum mas encontrar um ponto de diferenciação», como seja «investir em centros de excelência e abandonar outros». O economista prevê ainda uma «aproximação» aos contratos de PPP (parcerias público-privadas) em vigor.» link TM 07.11.11
José Mendes Ribeiro anda em digressão pelo país. Em nome da GTRH. A tentar arregimentar simpatizantes para a “reforma canalha” da rede hospitalar do SNS.
Por enquanto, há pouco a adiantar pois o grupo de trabalho permanece em reflexão profunda. Não há, ainda, decisões sobre o que vai ser feito. Mas há certezas sobre o que se pretende fazer. Fechar uns tantos hospitais para engrossar o financiamento de outros. Do privado, certamente, onde prima a gestão de excelência. E acarinhar as PPP - outro paradigma da gestão hospitalar - que tão boas provas têm dado (Braga à cabeça do ranking).
Continuamos a aguardar, ansiosamente, o parto do estudo maravilha. Que rima com armadilha.
Quanto a financiamento — e sendo os desempenhos dos hospitais muitos diversos —, Mendes Ribeiro vê aqui um oportunidade para encontrar em cada região uma especificidade: «Temos que ter um financiamento comum mas encontrar um ponto de diferenciação», como seja «investir em centros de excelência e abandonar outros». O economista prevê ainda uma «aproximação» aos contratos de PPP (parcerias público-privadas) em vigor.» link TM 07.11.11
José Mendes Ribeiro anda em digressão pelo país. Em nome da GTRH. A tentar arregimentar simpatizantes para a “reforma canalha” da rede hospitalar do SNS.
Por enquanto, há pouco a adiantar pois o grupo de trabalho permanece em reflexão profunda. Não há, ainda, decisões sobre o que vai ser feito. Mas há certezas sobre o que se pretende fazer. Fechar uns tantos hospitais para engrossar o financiamento de outros. Do privado, certamente, onde prima a gestão de excelência. E acarinhar as PPP - outro paradigma da gestão hospitalar - que tão boas provas têm dado (Braga à cabeça do ranking).
Continuamos a aguardar, ansiosamente, o parto do estudo maravilha. Que rima com armadilha.
Etiquetas: Mendes Ribeiro
2 Comments:
Tive oportunidade de assistir ao debate sobre reforma hospitalar realizado na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, encontro que teve como figura central José Mendes Ribeiro. A uma audiência ávida em saber o que pretende o Governo fazer aos hospitais do SNS, o coordenador do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar começou por dizer que muito pouco poderia avançar uma vez que o grupo que lidera está ainda em fase de estudo e reflexão.
Apesar da ausência de medidas concretas, ficámos a saber que Mendes Ribeiro se tem em muito boa conta atribuindo a situação de descontrolo nas contas dos hospitais EPE à quebra das boas práticas de gestão e controlo por si introduzidas no modelo SA. A imagem que tem de si próprio não é porém extensiva aos colegas pois afirmou, preto no branco, que os gestores do SNS não estão ao nível da qualidade da medicina neles praticada.
Manifestou desejo de que o sistema de financiamento baseado em “outcomes” viesse a substituir o actual assente em “outputs”, procurando dar mais peso à qualidade dos cuidados prestados. Sobre esta matéria manifestou especial preocupação com a elevada taxa de infecção hospitalar, no que todos estaremos de acordo. Tudo a favor, também, da necessidade de tornar o sistema mais transparente através da divulgação de resultados, estimulando assim práticas de “benchemarking”.
Confirmámos, que Mendes Ribeiro se revê na gestão privada dos grupos económicos, parcerias PP em particular, ao afirmar que o Hospital de Braga consegue preços mais baixos por patologia que os hospitais de São João e Santo António. A provocação e o preconceito anti gestão pública, servindo-se como referência de um hospital ainda em processo de arranque e já alvo de 3 multas por incumprimento contratual, geraram manifesto mal-estar traduzido num indisfarçável bruaá vindo da plateia.
Ficámos ainda a saber que Mendes Ribeiro não encontra benefícios nas ULS. Invocando um qualquer estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, alegou não trazer vantagem sobre modelos de cuidados não integrados. Além disso a verticalização leva a uma quebra da concorrência e da liberdade de escolha, resultando em prejuízo da medicina convencionada prática em que se revê.
Seguiu-se um role de intervenções/questões de um painel de convidados e de umas poucas vindas da assistência. As preocupações, incomodidades, desalentos, desconfianças e poucas expectativas manifestadas nada de relevante acrescentaram ao debate. De salientar, apenas, a referência de Mendes Ribeiro à importancia da cooperação com os PALOP dando a conhecer que há em Angola três hospitais construídos por Espanha, encerrados por falta de profissionais. Terá sido uma forma velada de avisar os médicos mais jovens que a sua sorte poderá estar fora do País?
Tavisto
Mendes Ribeiro em digressão, melhor seria dizer, em divagação.
O SNS e, por maioria de razão, a "sua" rede hospitalar, não pode ser observada e avaliada como se fosse um peru a depenar para as festas natalícias…
Hoje, para não sobrecarregar os custos de uma extensa rede (pública), poderão ser necessários - vou usar um conceito à “gasparinho” - ajustamentos. Mas, estes, não poderão ser planeados ou concebidos com base de num conceito tão vago e abrangente: - a excelência. Até porque a excelência será um parâmetro sempre difícil de avaliar e muitas vezes poderá ser um bem efémero. Com os cortes “cegos” na calha, todos os processos de integração e de coordenação hospitalar (a base da excelência) poderão estar em causa, aliás, como a qualidade das prestações (como tem sido repetidamente referido).
De facto, a rede hospitalar deve, num primeiro patamar, garantir a acessibilidade dos utentes aos cuidados hospitalares. Por essa razão deve estudar e racionalizar uma quadrícula geográfica de implantação coordenada com a densidade demográfica, que evite (elimine) iniquidades. A rede hospitalar tem de oferecer aos utentes uma resposta de qualidade e proximidade, independentemente da residência dos utentes. Algumas distorções, neste terreno, tem sido identificadas e assinaladas. link.
O desvio das atenções (ou a incidência dos estudos da comissão) para o campo da excelência poderá esconder uma situação de diversão em que o objectivo final é destruir paradigmas. Na verdade a excelência que é também um conceito de primazia e de habilidades (muitas vezes "fabricados")aparece no discurso de Mendes Ribeiro a “justificar” pretendidos abandonos. (no texto do post: «investir em centros de excelência e abandonar outros»).
A rede hospitalar pública, que integra mais de 1 centena de hospitais (de diversos níveis), contém, com certeza, redundâncias. Mas quando Mendes Ribeiro fala em abandono o que pretenderá transmitir é o conceito de demissão do Estado da função de prestador de cuidados.
Não será necessário dizer em benefício de que outro modelo. A trajectória profissional do coordenador da comissão responde por si link. Palavras para quê?
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