Destruição do SNS
...Paulo Macedo está a destruir ou a defender o SNS?
Eu estava perfeitamente convencido, até há bem pouco tempo, que o dr. Paulo Macedo não estava interessado em destruir o SNS. Acho que ele é, genuinamente, uma pessoa com pendor humanista e sensível aos argumentos da universalidade e da igualdade no acesso.
Disse que estava. Já não está?
Há declarações dele esta semana a dizer que o SNS não é sustentável...
O que ele disse foi que, apesar de todas as medidas adoptadas, a sustentabilidade financeira do SNS ainda não está minimamente assegurada.
Essa afirmação é que acho... Pode querer dizer várias coisas: que não tem dinheiro para pagar o SNS este ano ou no próximo, ou que o modelo actual é insustentável. Aquilo que conheço dele não é esta segunda versão. Ele acredita que é possível sustentar o SNS com racionalidade. Fez cortes extremamente corajosos nos medicamentos. Talvez devesse ter falado com a indústria antes. Mas o que é isso comparado com a brutalidade da decisão de suspender as reformas antecipadas de forma unilateral? Um Governo que acredita no mercado não faz isto.
Mesmo para evitar uma corrida às reformas?
Desculpe, isso é uma tanga enorme. Então não era possível fazer um despacho a dizer que até ao dia tal não se aceitam reformas antecipadas e entretanto negociava-se com os sindicatos. Vivemos num sistema tripartido. Vivemos na Europa. Não vivemos numa república sul-americana. É um reflexo de direita, um instinto direitista autoritário: tenho medo desta discussão e por isso vamos fazer a política do facto consumado. E com o argumento de que isto é como a desvalorização da moeda. Pelo amor de Deus! Não são minimamente comparáveis.
Há mais sinais na política do Governo onde veja esse instinto autoritário?
Este é um sinal extremamente visível. Infelizmente, há outros sinais que eu não sou capaz de interpretar.
...
João d’Espiney e Miguel Gaspar (texto), Pedro Cunha (fotografia) link
Eu estava perfeitamente convencido, até há bem pouco tempo, que o dr. Paulo Macedo não estava interessado em destruir o SNS. Acho que ele é, genuinamente, uma pessoa com pendor humanista e sensível aos argumentos da universalidade e da igualdade no acesso.
Disse que estava. Já não está?
Há declarações dele esta semana a dizer que o SNS não é sustentável...
O que ele disse foi que, apesar de todas as medidas adoptadas, a sustentabilidade financeira do SNS ainda não está minimamente assegurada.
Essa afirmação é que acho... Pode querer dizer várias coisas: que não tem dinheiro para pagar o SNS este ano ou no próximo, ou que o modelo actual é insustentável. Aquilo que conheço dele não é esta segunda versão. Ele acredita que é possível sustentar o SNS com racionalidade. Fez cortes extremamente corajosos nos medicamentos. Talvez devesse ter falado com a indústria antes. Mas o que é isso comparado com a brutalidade da decisão de suspender as reformas antecipadas de forma unilateral? Um Governo que acredita no mercado não faz isto.
Mesmo para evitar uma corrida às reformas?
Desculpe, isso é uma tanga enorme. Então não era possível fazer um despacho a dizer que até ao dia tal não se aceitam reformas antecipadas e entretanto negociava-se com os sindicatos. Vivemos num sistema tripartido. Vivemos na Europa. Não vivemos numa república sul-americana. É um reflexo de direita, um instinto direitista autoritário: tenho medo desta discussão e por isso vamos fazer a política do facto consumado. E com o argumento de que isto é como a desvalorização da moeda. Pelo amor de Deus! Não são minimamente comparáveis.
Há mais sinais na política do Governo onde veja esse instinto autoritário?
Este é um sinal extremamente visível. Infelizmente, há outros sinais que eu não sou capaz de interpretar.
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João d’Espiney e Miguel Gaspar (texto), Pedro Cunha (fotografia) link
Etiquetas: Entrevistas, XIX gov
2 Comments:
Confirma-se ...
Faz parte da agenda de Paulo Macedo a mudança de modelo de prestação de cuidados.
CC retira o aval dado de início ao actual ministro da saúde, Palo Macedo.
É evidente que a agenda do MS inclui a alteração do actual modelo de prestação de cuidados.
Paulo Macedo irá até onde as forças de oposição o permitirem.
Desgraçadamente, o PS de António José Seguro embarcou na política do menino bem comportado do primeiro ministro Passos Coelho.
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