Assim vai a Saúde
1.º - As taxas moderadoras aumentam 2,8% a partir de janeiro, actualização de acordo com a inflação registada em 2012, com excepção dos cuidados de saúde primários
(OE/2013). Assim, uma consulta hospitalar, por exemplo, sobe de 7,50 para 7,71 euros. Mais um empurrão nuns tantos utentes do SNS para fora da rede pública de cuidados.
2.º - As farmácias deixam de trocar seringas a partir de janeiro link.
Um sério risco num país com elevada incidência do hiv/sida.
Um sério risco num país com elevada incidência do hiv/sida.
3.º - «O secretário de estado Leal da Costa considera que os portugueses
têm a obrigação de contribuir para a sustentabilidade do SNS, prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.»
Convém dizer uma ou outra coisa sensata de vez em quando. Principalmente na véspera de mais um aumento das taxas moderadoras.
Convém dizer uma ou outra coisa sensata de vez em quando. Principalmente na véspera de mais um aumento das taxas moderadoras.
4.º - O
Expresso elegeu Miguel Macedo e Paulo Macedo como os melhores de 2012 (12,1 valores para ambos).
Depois do caso do assessor da ONU, o pessoal do expresso anda meio abananado e não diz coisa com coisa.
Depois do caso do assessor da ONU, o pessoal do expresso anda meio abananado e não diz coisa com coisa.
Etiquetas: s.n.s, silly season
3 Comments:
A 'tirada' do Sec. Estado da Saúde acerca de um novo 'caminho' de promoção da sustentabilidade do SNS é simplesmente uma bacoca e impúdica jactância à volta de um questão major na promoção da saúde: a prevenção.
O contexto em que se verificou um decréscimo significativo do número de consultas (presenciais) nos cuidados primários parece ter causado alguma perturbação no MS. A 'nova' descoberta da prevenção não deverá ser desligada desta importante e significativa realidade.
As justificações e as chicanas à volta deste tema são, absolutamente, espúrias. Passam, todas, ao lado das causas primárias: a perda de rendimentos das famílias (empobrecimento abrupto), o disparar do desemprego e aumento das taxas de co-pagamento (ditas moderadoras).
Aqui, como no caso dos transplantes, tomaram-se medidas sem pesar devidamente as consequências.
Só que quem o fez (o MS) perdeu a oportunidade de aparecer a emendar a mão à custa de manobras de diversão.
Só falta, no futuro, vir a terreiro, tentar justificar o inexorável bloqueio das acessibilidades aos cuidados de saúde, consequência das decisões tomadas pela equipa do MS, com uma expontânea 'viragem' dos utentes para atitudes e medidas preventivas.
Na realidade, essas medidas não nascem de 'geração expontânea' mas isso será um pormenor (um detalhe) que escapou ao Exmo S.E.S. ao que parece arvorado em douto especialista em Economia da Saúde.
De facto, temos por aqui e por acolá muitos Baptistas da Silva...
Fernando Leal da Costa, poderá ter ensaiado um conhecido provérbio chinês: está a apontar para a 'refundação' (a sua 'Lua') e quer que nos fiquemos a olhar para a prevenção (o seu dedo)...
A prevenção é (e será) um vector, um instrumento e sector demasiado sério e primordial na promoção da saúde para que seja usado como alibi para colmatar erros (não assumidos) e para chicanas políticas à volta da sustentabilidade do SNS.
Aqui, não é só necessário ter pachorra. Haja vergonha!
Ao pedir aos portugueses que não utilizem os serviços de saúde para que o SNS seja sustentável, o Dr. Leal da Costa mostra bem a que ponto pode chegar a desfaçatez em política.
Se apelos patéticos como este fazem escola, não tarda teremos o ministro Nuno Crato a recomendar aos alunos que não vão à escola como forma de garantir a sustentabilidade da escola pública, ou Mota Soares a apelar aos aposentados que não levantem as reformas para que a sustentabilidade da Segurança Social/Caixa Geral de Aposentações esteja assegurada.
A continuar nesta senda de cinismo político não nos surpreendamos se Leal da Costa vier a considerar a pobreza e a doença proscritas, utilizando o argumento irrefutável de que mais vale ser rico e ter saúde do que ser-se pobre e doente.
Correia de Campos considera um pouco excessivo associar a prevenção de doenças à poupança.
Comentário simpático para mais uma intervenção infeliz do secretário de estado.
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