A Zorrinho o que é de Zorrinho
"PS não é a favor da extinção da ADSE"
Carlos Zorrinho desmente coordenador do partido para a Saúde, que defendeu fim de subsistema para funcionários públicos. Socialistas debatem Estado Social em Viseu.
O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, negou hoje que o partido defenda o fim da ADSE, como afirmou o coordenador socialista para a Saúde, Álvaro Beleza, em entrevista ao Jornal de Notícias.
Em declarações aos jornalistas, em Viseu, logo depois da sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PS, Carlos Zorrinho veio "reafirmar que o Partido Socialista não é a favor da extinção da ADSE". Trata-se, de acordo com o líder da bancada rosa, da "opinião pessoal do coordenador".
Na referida entrevista, Álvaro Beleza, membro do secretariado nacional do PS, defende "claramente" o fim da ADSE. "É um sistema único na Europa e é injusto." Para o coordenador socialista, "os funcionários públicos têm acesso a cuidados de saúde privados e nem todos têm".
A entrevista, que faz manchete no Jornal de Notícias, acabou por provocar já a reação informal de deputados socialistas, em Viseu. Miguel Coelho, deputado, ex-líder da concelhia de Lisboa do PS, escreveu na sua página no Facebook: "Acordei com a notícia da posição do responsável do PS pela área da saúde, defendendo a extinção da ADSE. Mais um 'tiro no pé'..."
Também José Lello argumentou, no Facebook, contra o fim da ADSE recordando que "a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS"
DN 14/01/2013
Depois de Correia de Campos, é agora Álvaro Beleza a pôr em causa a ADSE. Não o faz porém de forma correcta uma vez que nada deve impedir um grupo profissional de ter um sistema próprio de saúde. Terá é que ser auto-sustentável, não dependendo do orçamento de estado para sobreviver financeiramente.
Brilhante é o argumento de Lello para que tudo continue na mesma nos subsistemas públicos de saúde. Não interessa se a medida é justa e racional, importa sim saber se faz ganhar ou perder votos. Do pior que há em política, o taticismo oportunista.
Tavisto
1 Comments:
Duas sucintas observações:
1.) A chamada à liça, aqui e agora, de 'sugestões' inseridas no Relatório sobre a sustentabilidade do SNS (2007), por parte de quem o enclausurou na gaveta, tem um nome.
2.) Quando se fala da extinção da ADSE e da pressuposta inclusão dos seus beneficiários no SNS (mais de 1 milhão), urge questionar se estão feitos estudos do impacto dessa medida no SNS (listas de espera e ratio médico/doente nos CSP, p. exº.).
As 'mexidas' em áreas sociais devem ser equacionadas e serão até prementes mas, este País em sofrimento, não aguenta 'sacudidelas' cujos resultados na prática acabam por sair fora do 'modelo', programado no Excel.
Foi o que (já) sucedeu com a defesa de uma feroz austeridade e o disparar do desemprego (para níveis 'não-esperados'), o aprofundamento da recessão económica (para valores 'não-estimados'), etc...
Não precisamos de repetir os mesmos erros ad eternum.
A 'chicana política' de ontem, à volta da ADSE, voltou a mostrar um facto recorrente em Portugal: ninguém fez, atempadamente, o 'trabalho de casa'.
O que foi aproveitado pela Direita que, evitando apresentar qualquer proposta, se entreteve - todo o dia - a explorar politicamente contradições (que não passavam de 'opiniões embrionárias'...).
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