domingo, janeiro 27

Estado mínimo


«Por trás da “Reforma” do Estado não está nenhuma visão do conjunto, mas antes um preconceito ideológico contra o Estado Social e a favor do estado mínimo.»

Adivinhe quem é o autor desta frase que se transcreve. Estou certo que dificilmente indicaria o nome de Freitas do Amaral, mas é dele mesmo fazendo parte de um artigo sobre a Reforma do Estado publicado na edição da Visão desta semana.
O estado mínimo é mesmo a ambição maior deste governo, objectivo que é percepcionado por um leque cada vez mais alargado da sociedade, que se demarca e toma posição contrária.
O governo sabe disso e toma a atitude de “fuga para a frente”, comportamento habitual nestas situações. Foi isso mesmo que se passou com a dita ida aos mercados para venda de dívida nacional. Colocada a um juro superior ao que estamos a pagar pelo empréstimo de resgate, esta vitória de Pirro vem sendo utilizada para mostrar estarem no rumo certo e que rapidamente recuperaremos a soberania financeira perdida.
O problema é que nem os portugueses são estúpidos nem os mercados são ingénuos. Todos sabem que a política deste governo nos tem conduzido a um maior endividamento, com um deficit longe de estar controlado, uma economia destroçada, uma taxa de desemprego em crescimento e a uma nação de ânimo deprimido e esgotada em impostos. Se algo mudou na percepção do capital financeiro internacional relativamente ao País, deve-se tão só à garantia dada pelo “hipotecário”, o Presidente do Banco Central Europeu, de não deixar cair nenhum país da Zona Euro.
Está o governo convencido que com esta manobra propagandística irá conseguir, sem sobressaltos, impor o corte de 4 mil milhões de euros nas áreas sociais, conseguindo assim o almejado estado mínimo. Esquece-se porém que o peso da canga sobre o comum dos portugueses não pára de aumentar e que este suplício não só não é aliviado por manobras publicitárias como desperta consciências, mesmo em áreas politicas que lhe são próximas.
Tavisto

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