Estado mínimo
«Por trás da “Reforma” do Estado não está nenhuma visão do
conjunto, mas antes um preconceito ideológico contra o Estado Social e a favor
do estado mínimo.»
Adivinhe quem é o autor desta frase que se transcreve. Estou
certo que dificilmente indicaria o nome de Freitas do Amaral, mas é dele mesmo
fazendo parte de um artigo sobre a Reforma do Estado publicado na edição da
Visão desta semana.
O estado mínimo é mesmo a ambição maior deste governo,
objectivo que é percepcionado por um leque cada vez mais alargado da sociedade,
que se demarca e toma posição contrária.
O governo sabe disso e toma a atitude de “fuga para a
frente”, comportamento habitual nestas situações. Foi isso mesmo que se passou
com a dita ida aos mercados para venda de dívida nacional. Colocada a um juro
superior ao que estamos a pagar pelo empréstimo de resgate, esta vitória de
Pirro vem sendo utilizada para mostrar estarem no rumo certo e que rapidamente
recuperaremos a soberania financeira perdida.
O problema é que nem os portugueses são estúpidos nem os
mercados são ingénuos. Todos sabem que a política deste governo nos tem
conduzido a um maior endividamento, com um deficit longe de estar controlado,
uma economia destroçada, uma taxa de desemprego em crescimento e a uma nação de
ânimo deprimido e esgotada em impostos. Se algo mudou na percepção do capital
financeiro internacional relativamente ao País, deve-se tão só à garantia dada
pelo “hipotecário”, o Presidente do Banco Central Europeu, de não deixar cair
nenhum país da Zona Euro.
Está o governo convencido que com esta manobra
propagandística irá conseguir, sem sobressaltos, impor o corte de 4 mil milhões
de euros nas áreas sociais, conseguindo assim o almejado estado mínimo.
Esquece-se porém que o peso da canga sobre o comum dos portugueses não pára de
aumentar e que este suplício não só não é aliviado por manobras publicitárias
como desperta consciências, mesmo em áreas politicas que lhe são próximas.
Tavisto
Etiquetas: Tá visto, Um país em sofrimento
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