sexta-feira, janeiro 18

Packages Alert...


A entrevista link   para além dar uma visão da total degradação dos serviços públicos de saúde na Grécia, coloca quando o entrevistado questiona "…penso que precisamos de trabalhar num pacote de serviços mínimos para garantir que os mais pobres têm acesso ao essencial…" uma recomendação que foi pasmada no relatório 'Rethinking the State' encomendado pelo Governo português ao FMI.
No referido relatório link (pág. 74) recomenda-se:
“…Options for further reform could include, for example, defining more clearly the scope and priorities of publicly funded health benefit packages (i.e., setting clear supply constraints that take into account fiscal affordability); and broadening the role of the private sector, including in health care provision and insurance (including for meeting demands that go beyond the health care benefits provided by the public sector)…”.
Ora, estes ‘pacotes básicos de cuidados’ (travestidos ou não de preocupações com ‘justiça’ fiscal) têm estado fora das discussões públicas sobre o futuro ou a pretendida reforma do SNS. Aliás existe uma ‘algaraviada’ à volta do seu financiamento que vão das taxas ‘moderadoras’, aos co-pagamentos, políticas de ‘cut-off’ orçamentais e pretensões em realizar progressivas e sistemáticas transferências para o sector privado (PSD) e, na versão light (CDS), para o sector social.
A entrevista em destaque vem mostrar a premência de centralizar a discussão nos reais problemas de sustentabilidade fugindo da obsessiva tendência deste Governo para o ‘empobrecimento’ (das pessoas e do Estado), que poderá passar pela criação de criativos (evolutivos, progressivos, etc.) ‘pacotes básicos de cuidados’, assim do tipo do ‘bodo aos pobres’, que – como é apanágio do actual Executivo - deverá ser apresentado aos portugueses como ‘sem alternativas’!.
Convinha, portanto, começar a trabalhar (re-orientar a discussão)para alternativas reais e para preservar um SNS inclusivo, i. e., prestador equitativo de cuidados ao universo social (deixando de fora todo o tipo de empacotamentos ou de 'empalamentos').
e-pá!

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1 Comments:

Blogger Tavisto said...

À medida que a situação económica se degrada e um número crescente de cidadãos deixa de aceder a cuidados de saúde, por taxas moderadoras dissuasoras e pela menor proximidade das unidades prestadoras, emerge, sob uma capa humanitária, a solução vexatória e anti-democrática da “sopa dos pobres” em Saúde. É pois preocupante a ideia aqui transmitida por Yfantopoulos de que a criação de pacotes mínimos de cuidados possa constituir alternativa para os excluídos pela crise económica na Grécia.
Embora este tipo de medidas não esteja abertamente em discussão entre nós, a verdade é que começam a ser consideradas por alguns e, não nos iludamos, estão na agenda política do governo. Quando se reclama um maior envolvimento do designado sector privado sem fins lucrativos na Saúde e se confunde, propositadamente, racionamento com racionalização de cuidados, está-se a abrir portas a soluções daquele tipo.

5:30 da tarde  

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