sexta-feira, janeiro 18

John Yfantopoulos, entrevista

Mas a informação que chega é que o acesso aos serviços de saúde está cada vez mais comprometido e que, à semelhança de Portugal, o aumento das taxas moderadoras estão a gerar grandes dificuldades.link
As admissões nos hospitais públicos cresceram cerca de 20%, porque houve uma grande redução no que é prestado no sector privado. Até agora a nossa despesa pública em saúde correspondia a cerca de 55% e a privada a 45%. As taxas moderadoras e os co-pagamentos estão certamente a gerar problemas e penso que precisamos de trabalhar num pacote de serviços mínimos para garantir que os mais pobres têm acesso ao essencial. É preciso garantir uma espécie de seguro mínimo. Isto porque há obstáculos que muitas vezes não são visíveis e que privam as pessoas dos serviços. Os doentes entram no sistema, mas a partir do momento em que entram têm de pagar quantias avultadas e a qualidade do serviço é questionável...
Está novamente a referir-se à corrupção? É preciso subornar para se ser atendido?
Sim. Os gestores hospitalares na Grécia são políticos falhados e membros de partidos políticos sem qualquer tipo de conhecimento de como devem gerir grandes hospitais. Precisamos de profissionais e não de políticos para combater a corrupção e a economia paralela. Os casos de corrupção acontecem mais em cirurgias. Se não pagarmos por baixo da mesa ou se não pusermos um envelope nas mãos do médico, vemos que a cirurgia não é propriamente recusada mas é sucessivamente adiada. E os mais velhos e os mais jovens são os que estão a pagar mais, pois são os que já não têm ou os que ainda não têm uma posição social confortável. Chamamos-lhe uma inversão da teoria do Robin Hood, em que não me pedem dinheiro a mim que sou professor universitário e que já tenho a minha posição social, mas pedem, por exemplo, a agricultores que não têm uma rede de conhecimentos.
JP 17.01.13

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