sábado, junho 22

Maternidade Alfredo da Costa


«Centro Hospitalar abre inquérito e critica “más práticas” da equipa de obstetrícia. Médicos devolvem acusações
A poucos dias de se conhecer a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa sobre a providência cautelar interposta contra o fecho da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), reacendeu-se o desentendimento entre os médicos e a administração do Centro Hospitalar Lisboa Central, a que pertence a instituição.
Na semana passada, a administração abriu um inquérito à equipa de obstetrícia da MAC para apurar porque decidiu “internar parturientes acima da capacidade instalada, optando por recorrer a instalações já desativadas, afetando as suas condições de conforto e privacidade”, o que diz ser uma “má prática”.
Como o Expresso noticiou, um pico no número de partos levou os médicos da maternidade a internar mães em salas que já tinham sido encerradas e de onde tinham sido retiradas as cortinas de separação entre camas, obrigando os profissionais de saúde a examinar as parturientes sem privacidade.
Para a administração do Centro Hospitalar, “a decisão mais correta teria passado por outras opções existentes na MAC ou pela transferência destas utentes para outras unidades, que garantissem a privacidade das mulheres durante a observação”.
A diretora do serviço de obstetrícia, Ana Campos, garante, no entanto, que não havia outra solução. “Não íamos retirar mães e bebés do serviço de obstetrícia para o serviço de ginecologia, onde estão mulheres doentes, nem enviar senhoras em trabalho de parto para outro hospital, correndo o risco de terem o bebé na ambulância”, responde.
A responsável desmente que o fecho de três das cinco salas existentes no piso 2 da maternidade tenha contado com o seu acordo, como referiu a administração na semana passada. “Não houve consenso. O número que eu propunha era inferior, exatamente porque previa que as camas iam ser necessárias em picos de procura”, diz.
Ana Campos, que afirma não ter tido conhecimento oficial de qualquer inquérito, assegura que, em dezembro, quando foi decidido o encerramento das salas, os médicos da maternidade pediram orientações à administração sobre como proceder em caso de um pico de procura, não tendo recebido resposta. “Não foi estabelecido qualquer protocolo com outro hospital para transferir parturientes. Sem indicações, não vamos, a meio dos partos, andar a ligar para outros hospitais a saber se têm vaga para receber as mulheres.” O Expresso contactou a administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), mas não obteve resposta até ao fecho da edição. O desentendimento entre as duas partes não é de agora. O CHLC apoia a decisão do Governo de fechar a maternidade e transferir os partos para a Estefânia até à construção do futuro Hospital Oriental de Lisboa, ainda sem data prevista. Os médicos opõem-se.

A decisão sobre o encerramento está iminente, garante Ricardo Sá Fernandes, advogado que interpôs em janeiro uma providência cautelar contra o fecho, juntamente com um grupo de 30 cidadãos, entre os quais o ex-ministro da Saúde Correia de Campos ou o bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel Silva.»
expresso 22.06.13

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

A história recente da MAC transformou-se numa 'novela' Kafkiana...
Daqui para a frente é de esperar tudo.

1:16 da manhã  

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