Optimização dos processos de compras
Um desafio para o
sector hospitalar
A contínua necessidade de optimizar os recursos disponíveis
é um imperativo de gestão, que se torna mais premente (e em quantos casos uma
questão de sobrevivência) nos momentos de maior dificuldade económica como
aquele que atravessamos actualmente.
As organizações que se dedicam à prestação de cuidados de
saúde não são excepção quer sejam do sector público, quer sejam do sector
privado. A mudança do ambiente em que estas organizações actuam, tem vindo a
acelerar nos últimos tempos, trazendo novas realidades e novos desafios para
todos os seus agentes. A comunicação tem vindo a assumir uma maior relevância,
em particular nas organizações do sector público. Comunicação com os utentes,
com os colaboradores, com os fornecedores, com o regulador, com a tutela. Cada
vez mais é esperada, exigida até, informação diversa e detalhada não só de carácter clínico mas igualmente de carácter económico e financeiro.
Olhando para a estrutura de custos de uma unidade
hospitalar, que apresentam necessariamente variações em função do tipo de
unidade, ressaltam os custos com os medicamentos, com o pessoal e com a
contratação de vários serviços. Quer no sector público, quer no sector privado,
tem havido um esforço no sentido de reduzir os custos com as compras, incluindo
com os medicamentos, passando em parte pela centralização do processo de
negociação com fornecedores. Embora tal processo se encontre em diferentes
estádios nas várias organizações, percebe-se a urgência de serem dados novos
passos, em boa parte motivada pela maior escassez dos recursos financeiros
disponíveis. É, no entanto, incontornável a necessidade de investir, quer em sistemas de
informação adequados a uma eficiente gestão das compras hospitalares, quer em
recursos humanos a afectar a tal processo. Não fazer tal investimento é ficar a
meio do caminho, é continuar a adiar as sinergias possíveis. Muita da
experiência acumulada no sector da grande distribuição poderá ser incorporada
no sector da saúde. A gestão destes processos por unidade, isoladamente, não é
tão eficiente. Uma centralização, ainda que por etapas, do conhecimento
existente e especifico, das regras a implementar e dos procedimentos a seguir,
é o caminho que deveria ser traçado, a curto-prazo.
Promover um maior nível de comunicação entre os agentes do
sector, prestar informação financeira de forma mais detalhada e regular,
optimizar os recursos disponíveis, são alguns dos desafios perfeitamente
alcançáveis que o sector da saúde em Portugal tem pela frente.
Paulo Silva, Partner Ernst & Young, 21.06.13
Como é possível haver hospitais do SNS, hoje em dia, que ainda não utilizem uma qualquer plataforma informática que lhes permita partilhar conhecimento, procedimentos, e informação comum na gestão corrente das compras hospitalares?
drfeelgood
Etiquetas: s.n.s
1 Comments:
Porque isoladamente os hospitais conseguem contratar 10%, 15%, 20% abaixo dos preços, alegadamente mandatórios, previstos no Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde.
É caso para perguntar o que anda a SPMS a fazer?
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