domingo, junho 23

Optimização dos processos de compras

Um desafio para o sector hospitalar
A contínua necessidade de optimizar os recursos disponíveis é um imperativo de gestão, que se torna mais premente (e em quantos casos uma questão de sobrevivência) nos momentos de maior dificuldade económica como aquele que atravessamos actualmente.
As organizações que se dedicam à prestação de cuidados de saúde não são excepção quer sejam do sector público, quer sejam do sector privado. A mudança do ambiente em que estas organizações actuam, tem vindo a acelerar nos últimos tempos, trazendo novas realidades e novos desafios para todos os seus agentes. A comunicação tem vindo a assumir uma maior relevância, em particular nas organizações do sector público. Comunicação com os utentes, com os colaboradores, com os fornecedores, com o regulador, com a tutela. Cada vez mais é esperada, exigida até, informação diversa e detalhada não só de carácter clínico mas igualmente de carácter económico e financeiro.
Olhando para a estrutura de custos de uma unidade hospitalar, que apresentam necessariamente variações em função do tipo de unidade, ressaltam os custos com os medicamentos, com o pessoal e com a contratação de vários serviços. Quer no sector público, quer no sector privado, tem havido um esforço no sentido de reduzir os custos com as compras, incluindo com os medicamentos, passando em parte pela centralização do processo de negociação com fornecedores. Embora tal processo se encontre em diferentes estádios nas várias organizações, percebe-se a urgência de serem dados novos passos, em boa parte motivada pela maior escassez dos recursos financeiros disponíveis. É, no entanto, incontornável  a necessidade de investir, quer em sistemas de informação adequados a uma eficiente gestão das compras hospitalares, quer em recursos humanos a afectar a tal processo. Não fazer tal investimento é ficar a meio do caminho, é continuar a adiar as sinergias possíveis. Muita da experiência acumulada no sector da grande distribuição poderá ser incorporada no sector da saúde. A gestão destes processos por unidade, isoladamente, não é tão eficiente. Uma centralização, ainda que por etapas, do conhecimento existente e especifico, das regras a implementar e dos procedimentos a seguir, é o caminho que deveria ser traçado, a curto-prazo.
Promover um maior nível de comunicação entre os agentes do sector, prestar informação financeira de forma mais detalhada e regular, optimizar os recursos disponíveis, são alguns dos desafios perfeitamente alcançáveis que o sector da saúde em Portugal tem pela frente.

Paulo Silva, Partner Ernst & Young, 21.06.13

Como é possível haver hospitais  do SNS, hoje em dia, que ainda não utilizem uma qualquer plataforma informática que lhes permita partilhar conhecimento, procedimentos, e informação comum na gestão corrente das compras hospitalares?
drfeelgood

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1 Comments:

Blogger Rantamplan said...

Porque isoladamente os hospitais conseguem contratar 10%, 15%, 20% abaixo dos preços, alegadamente mandatórios, previstos no Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde.

É caso para perguntar o que anda a SPMS a fazer?

12:37 da tarde  

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