Freak ACSS health information
Mais consultas, mais cirurgias programadas, mais cirurgias
urgentes— sendo que o facto de estas últimas terem aumentado pode estar
relacionado com “a retoma da actividade económica”, diz a Administração Central
do Sistema de Saúde (ACSS). link
É este o balanço da actividade do Serviço Nacional de Saúde
no primeiro semestre do ano, em comparação com igual período do ano passado. Os
dados divulgados na sexta-feira referem que houve um crescimento de 2,6% nas
consultas médicas realizadas nos primeiros seis meses de 2014 (mais 153.708),
num total de mais de 6,1 milhões de consultas. Que foram levadas a cabo 289 mil
cirurgias programadas (mais 3,7%) e que, destas, mais de metade (57,5%) se
realizaram “com a possibilidade de o doente ser operado e ter alta no mesmo
dia, melhorando a sua comodidade, encurtando o tempo para regresso à vida
activa e reduzindo a probabilidade de eventos indesejáveis, como infecções
hospitalares”.
Contrariando a tendência de períodos anteriores, verifica-se
ainda um crescimento das cirurgias urgentes, com um acréscimo de actividade em
2%, para 50.412, prossegue a ACSS na nota divulgada: “Esta observação pode
estar em parte relacionada com a retoma da actividade económica, nomeadamente
pelo aumento dos acidentes de trabalho e acidentes de viação.”
A ACSS aproveita para informar que em breve disponibilizará
um conjunto de novas informações sobre o funcionamento do SNS. O microsite
Monitorização do Serviço Nacional de Saúde, no sítio na Internet da ACSS, já
tem informação sobre o funcionamento dos hospitais, mas vai disponibilizar,
“pela primeira vez, dados que permitem comparar o desempenho de diferentes
agrupamentos de centros de saúde durante o primeiro trimestre de 2014. Esta
nova ferramenta constitui um alargamento do benchmarking já disponível para a
área hospitalar”, refere a nota.
Serão disponibilizados indicadores como a taxa de utilização
de consultas de médicas nos últimos três anos, a taxa de domicílios de
enfermagem por 1000 inscritos, ou a despesa de medicamentos facturados por
utilizador.
Andreia Sanches, JP 10/08/2014
Saúda-se o aumento de consultas e cirurgias programadas no
SNS bem como a melhoria na transparência do sistema através da divulgação dos
resultados operacionais a diferentes níveis.
Claro está que só conhecemos dados brutos de produção,
ficando-se sem saber em que medida estes aumentos resultam dum melhor
desempenho do SNS ou da maior procura pelos doentes em virtude da crise
económica. Porém, independentemente das razões, o SNS parece estar a responder
mesmo que sujeito a um subfinanciamento agravado.
O que estranho, por rebuscada, é a explicação para o
crescimento das cirurgias urgentes que dá titulo à notícia. Fundamentar este
aumento num maior número de acidentes de trabalho e de viação resultantes da
almejada retoma económica, tem tanto de especulativo como atribuir-se a uma
agudização de patologia crónica em consequência do aumento de doentes em listas
de espera médicas e/ou cirúrgicas.
Pede-se à ACSS maior objetividade e isenção, é que
panfletismos deste tipo só tiram credibilidade às estatísticas e a quem as
publicita.
Tavisto
1 Comments:
A ACSS alinha as suas 'razões' por veredas misteriosas e tal como o órgão político de topo (MS) vê laranjas em roseiras (a imagem não é inocente...)
São os mesmos personagens que, em brilhantes e rebuscadas análises, referem 'crescimentos negativos', evitando - a todo o custo - falar em recessão...
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