domingo, março 5

Bonança

Acabo de folhear o “Expresso”. Nem rasto de parangonas ou extensas entrevistas de fundo de ACF. 
 Efectivamente, tudo parece calmo numa altura em que se publicam medidas de grande alcance visando a melhoria do acesso aos cuidados de saúde. 
Despacho n.º 1788-B/2017: “Define as zonas geográficas carenciadas, por estabelecimento de saúde e especialidade médica, para as áreas profissionais de medicina geral e familiar e de saúde pública e para a área hospitalar e especialidade médica indicadas, em 2017, para efeitos de atribuição dos incentivos à mobilidade de trabalhadores médicos .” link 
 «Levar médicos para fora dos grandes centros urbanos tem sido difícil. Nos últimos dois anos abriram 1710 vagas em hospitais e centros de saúde e em especialidades consideradas carenciadas, mas metade ficaram por preencher. 
O problema é ainda mais expressivo a sul do país: no Alentejo e Algarve das 437 vagas a concurso nas duas regiões, 324 ficaram vazias (74%). Sendo que o Alentejo foi a região mais penalizada. Em 2015 e 2016 abriram 230 vagas em centros de saúde e hospitais, maioria para anestesiologia, medicina geral e familiar, medicina interna e psiquiatria. Mas 180 ficaram por preencher. 
No Algarve o cenário não é muito melhor. Das 207 vagas abertas, 144 ficaram desertas. É o agrupamento de centros de saúde do Barlavento o mais carenciado e nos hospitais as especialidades mais afectadas pela falta de médicos são anestesiologia, ginecologia, medicina interna e ortopedia. 
No Centro houve 177 vagas desertas em 418 e em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) foram 389 em 855. » 
DN 27.02.17 link 
 Despacho n.º 1774-A/2017: “Define regras de organização e mecanismos de gestão referentes ao Registo Nacional de Utentes (RNU), bem como estabelece os critérios e os procedimentos de organização e actualização das listas de utentes nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) e nas suas unidades funcionais . “ link 
RNU será obrigatoriamente fonte única de dados de identificação do utente . As famílias com utentes grávidas, com multimorbilidade, com doença crónica ou com crianças até 2 anos de vida, que estejam a aguardar inclusão em lista de utentes, têm prioridade. 
 Despacho n.º 1728/2017: "Constitui um Grupo de Trabalho com a missão de definir o Programa Global de Modernização das Infraestruturas e Equipamentos dos Cuidados de Saúde Primários do Concelho de Lisboa, devendo elaborar e acompanhar a execução desse Programa." link 
Plano de modernização da rede de CSP do concelho de Lisboa em parceria com o município da capital.

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1 Comments:

Blogger Tavisto said...

O despacho n.º 1788-B/2017 é uma espécie de boletim clínico sobre o estado de saúde do SNS. Consultando-o no pormenor, avalia-se as consequências das políticas irresponsáveis dos últimos governos ao consentirem num crescimento descontrolado do sector privado enquanto desinvestiam no SNS. Hoje, a periferia da Capital (Sintra, Barreiro-Montijo e Setúbal) é carenciada em especialidades médicas várias (Medicina Familiar, Gastroenterologia, Ginecologia/Obstetrícia, Oftalmologia…). No País com pouco mais de duas centenas de quilómetros de largura, o quinto em número de médicos da OCDE e com uma das melhores redes viárias do Mundo, um panorama destes espelha bem a incompetência, o laxismo e o desnorte, dos últimos governos em matéria de política de Saúde. E mais não digo!

9:01 da tarde  

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