sábado, março 4

O carro à frente dos bois!

Cascais vai ter Campus Universitário e Faculdade de Medicina 
O dia 24 de fevereiro de 2017 fica para a história como a data em que foi assinado o acordo para a criação do primeiro curso privado de Medicina em Portugal. O acordo para o desenvolvimento do Campus de Cascais da Faculdade Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa envolve a Câmara Municipal de Cascais, Universidade de Maastricht e Grupo Luz Saúde. O projeto integra ainda a criação de uma nova unidade de saúde que irá funcionar nas instalações do antigo Hospital de Cascais. 
 Projeto ambicioso e inovador, a criação deste novo polo vai, segundo Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, “ao encontro dos princípios estratégicos do município de fixação, em Cascais, de conhecimento e talento nacional e internacional, atraindo jovens e investimento para o concelho”. Unidas surgem entidades públicas e privadas, assim como a prestigiada Universidade de Maastricht com longas décadas de experiência internacionalmente reconhecida na área da Medicina. O curso será baseado no modelo de ensino (assente em Problem Based Learning) que Maastricht tem vindo a desenvolver há 50 anos e será totalmente lecionado em inglês. “
O antigo hospital de Cascais foi vendido ao grupo Luz Saúde por 5,4 milhões de euros”, referiu Carlos Carreiras, adiantando que o negócio foi feito com “o compromisso de este grupo construir e colocar em funcionamento o hospital universitário, onde os alunos irão desenvolver a componente prática do curso”. Para garantir mais espaço para o desenvolvimento do projeto, a autarquia disponibilizou o antigo edifício municipal, anexo ao antigo hospital, onde funcionava a empresa Águas de Cascais, para a instalação da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, tendo sido celebrado um protocolo entre estas duas entidades. 
Manuel Delgado, Secretário de Estado da Saúde, presente na cerimónia, sublinhou “a competitividade científica” que este projeto vem gerar, bem como o facto de “possibilitar formação interna e acrescentar valor para os cidadãos com a construção de duas novas unidades hospitalares (em Cascais e Oeiras), o que aumenta a prestação de cuidados de saúde. O governante destacou ainda a “componente de natureza económica” do projeto que “não se pode descartar: a criação de postos de trabalho e a dinamização do tecido económico e empresarial da região.” 
“O ensino da medicina em Portugal é ótimo, mas há sempre espaço para inovar”, salientou Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa. “Este é um projeto com o carimbo da valência académica e científica de uma das universidades europeias de maior prestígio no ensino de Medicina, o que irá atrair não só estudantes portugueses que estão a estudar lá fora, como estudantes estrangeiros que contarão aqui, em Cascais, com as melhores condições para a formação e investigação científica”, acrescentou. 
Arranca agora o pedido de homologação do novo curso que Isabel Gil vai submeter à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) acreditando que o mesmo será aprovado: "A homologação dos cursos, depois de entregue o processo à A3ES, em geral, demora um ano”. 
Um prazo que não compromete o investimento de 35 milhões destinados pelo Grupo Luz Saúde à unidade de Cascais que Isabel Vaz, diretora executiva do grupo Luz Saúde, garante: “o hospital vai sempre avançar, independentemente da acreditação da A3ES para o curso”. 
A responsável sublinha, no entanto que “o modelo está a ser construído com base em todos os requisitos necessários para funcionar como hospital universitário. Este projeto tem uma grande componente de investigação, vai ter um grande centro de investigação incorporado no hospital com um grande centro de simulação, que é hoje fundamental para a educação médica moderna e que traduz o nosso comprometimento com um projeto inovador, internacional, que visa trazer para Portugal alunos de toda a Europa e continuar a projetar a formação médica portuguesa na Europa", esclarece Isabel Vaz. 
Cascais 24/02/2017 
 Como pode um Secretário de Estado dar a bênção a um projeto universitário ainda não submetido à apreciação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior!!! Face à inaceitável pressão dos intervenientes, que reacção será de esperar do Presidente da A3ES? link 
Vai o Professor Alberto Amaral recusar o projeto mostrando, uma vez mais, ser imune a pressões? Aprová-lo! Dando o dito por não dito quando, por exemplo, tem invocado, entre outras razões, as necessidades do País (número necessário de Faculdades de Medicina internacionalmente reconhecido de uma por cada 2 milhões de habitantes) para justificar a recusa de anteriores projetos privados? Ou demitir-se, face a esta clara ultrapassagem de competências?
Tavisto

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