segunda-feira, abril 29

Costa, roeu a corda

“Queremos parcerias, mas não PPP, porque nenhuma das PPP obedece a estas condições”, que Sakellarides afirma serem “condições fáceis de explicar, condições razoáveis”. Em conclusão, deixou um alerta: “pode acontecer que tenhamos uma boa Lei de Bases e ficar na mesma sem o SNS”. Para que isso não aconteça, “o SNS precisa de mais recursos, mas não basta acrescentar, é preciso transformar” a capacidade dos serviços para darem resposta à sociedade de 2020 e 2030 e não à de há 40 anos. “Neste contexto, esta foi uma legislatura perdida e todos temos a nossa responsabilidade. Mas não podemos perder a próxima, porque senão não haverá SNS daqui a cinco anos”, avisou. 
E. 24.05.19 link 
Quanto tudo parecia indicar que as coisas na Saúde iam no sentido da transparência, clarificando-se as relações entre o público o privado e o social no sistema de saúde, o partido Socialista vacila e recua nas PPP, pondo em causa os consensos conseguidos com os partidos que suportam a atual governação. 
Não sendo a gestão privada de serviços públicos o único, nem talvez o maior problema que afeta a Serviço Nacional de Saúde, não deixa de ser a imagem emblemática da promiscuidade público-privado que desde a aprovação da atual lei de bases de saúde foi minando o SNS. Acresce à desordem, o facto de a gestão privada de serviços públicos ser exercida por grupos económicos, nacionais e transnacionais, detentores das maiores unidades hospitalares privadas que operam no País, que vão fazendo surgir novas unidades porta com porta com serviços públicos deixando os hospitais do SNS à míngua de recursos humanos. 
Se com a aprovação de uma nova lei de bases de saúde se constatar que apenas se pretendeu “mudar alguma coisa para que tudo ficasse na mesma” como vai o SNS modernizar-se e transformar-se para dar resposta às necessidades sociais presentes e futuras como avisadamente Sakellarides nos questiona?
Tavisto

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