Futuro dos Genéricos
A situação é confrangedora, pois denota sobretudo falta de capacidade de reacção à ANF. Esta tem naturalmente empenho em divulgar os números que lhe interessa e da forma que lhe interessa.
Esperaria que o Ministério da Saúde conseguisse desmontar rapidamente, de forma clara, tecnicamente correcta e sobretudo perceptível o que se passa com o preço dos genéricos.
Não custa muito explicar que para uma fase inicial se deu uma comparticipação adicional de 10%, que se pretendeu sempre que fosse transitória, para que se desenvolvesse o hábito de comprar genéricos, para que a prática dessa compra desse a garantia necessária aos utentes. Tendo terminado o que se pode chamar de período de experimentação, essa majoração na comparticipação termina.
Os preços aumentam 4% (+10%-6%)? Pode ser que sim, pode ser que não. A eliminação da vantagem em termos de comparticipação significa que para os genéricos manterem a vantagem de preço terão que acompanhar a descida dos preços. E a principal vantagem apontada aos genéricos é precisamente o terem preço mais baixo.
Provavelmente as pessoas que mais consomem genéricos são aquelas que mais atentas estão aos preços, e que são sensíveis a flutuações destes nas suas aquisições. (embora não tenha visto ainda qualquer confirmação desta pressuposição)
Se assim suceder, a pressão será para que os produtores de genéricos aceitem ou decidam voluntariamente baixar o seu preço. Poderá não ser hoje ou amanhã, mas poderá suceder, digamos, até ao final do ano.
É precipitado tirar conclusões desde já, sem perceber qual vai ser o ajustamento de comportamento dos utentes (irão continuar a comprar da mesma forma?) e das companhias que colocam os principais genéricos no mercado.
Esperaria que o Ministério da Saúde conseguisse desmontar rapidamente, de forma clara, tecnicamente correcta e sobretudo perceptível o que se passa com o preço dos genéricos.
Não custa muito explicar que para uma fase inicial se deu uma comparticipação adicional de 10%, que se pretendeu sempre que fosse transitória, para que se desenvolvesse o hábito de comprar genéricos, para que a prática dessa compra desse a garantia necessária aos utentes. Tendo terminado o que se pode chamar de período de experimentação, essa majoração na comparticipação termina.
Os preços aumentam 4% (+10%-6%)? Pode ser que sim, pode ser que não. A eliminação da vantagem em termos de comparticipação significa que para os genéricos manterem a vantagem de preço terão que acompanhar a descida dos preços. E a principal vantagem apontada aos genéricos é precisamente o terem preço mais baixo.
Provavelmente as pessoas que mais consomem genéricos são aquelas que mais atentas estão aos preços, e que são sensíveis a flutuações destes nas suas aquisições. (embora não tenha visto ainda qualquer confirmação desta pressuposição)
Se assim suceder, a pressão será para que os produtores de genéricos aceitem ou decidam voluntariamente baixar o seu preço. Poderá não ser hoje ou amanhã, mas poderá suceder, digamos, até ao final do ano.
É precipitado tirar conclusões desde já, sem perceber qual vai ser o ajustamento de comportamento dos utentes (irão continuar a comprar da mesma forma?) e das companhias que colocam os principais genéricos no mercado.
lisboaearredores
Etiquetas: lisboaearredores
5 Comments:
Nós próximos meses quando consultarmos os dados sobre a evolução do mercado de medicamentos, naturalmente, não vamos ter surpresas.
A estagnação nos 11% será paradurar.
A não ser que os laboratórios fornecedores resolvam baixar significativamente os preços.
O PSD e o CDS/PP querem discutir no Parlamento a "política de medicamentos" na sequência das alterações apresentadas pelo Executivo. "Estamos perante uma situação gravíssima. O Governo anunciou que ia baixar os preços dos medicamentos 6%, mas agora há genéricos que sobem para preços acima dos medicamentos de marca", afirmou à Lusa a vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Zita Seabra. Considerando, por isso, que deixa de fazer sentido optar pelos genéricos. O CDS/PP, por sua vez, considera um "erro" tirar aos genéricos a majoração dos 10%. Sobre as alterações às comparticipações do Estado nos medicamentos, a deputada do CDS/PP Teresa Caeiro afirmou que a redução de 100 para 95% afecta "a população mais vulnerável" que precisa de os comprar todos os meses, doentes crónicos e dependentes de "reformas miseráveis". O PSD critica também esta medida, que vai prejudicar "os mais carenciados e os idosos". Os dois partidos consideram que ainda é cedo para retirar a majoração de 10% dos genéricos, uma vez que ainda não atingiram uma quota de mercado idêntica à dos restantes países europeus, que é de cerca de 20 a 30%, quando em Portugal se fica pelos 13%. A CGTP também já manifestou o seu desacordo pelas alterações introduzidas na política de medicamentos. De acordo com a central sindical a eliminação da majoração de 10% dos genéricos "poderá fazer estancar a evolução favorável" dos medicamentos de marca branca, "em prejuízo dos cidadãos e da despesa pública". Acrescentam que o "controle da despesa pública não pode justificar uma política antisocial".
Todos concordam com as medidas de reforma enquanto não implicaremos seus próprios interesses.
Os partidos da oposição apostam na redução do défice mas exploram o descontentamento causado pelas medidas necessárias parao seu reequilíbrio.
Assim vai o nosso pátio das cantigas.
O meu comentário a alguns destes comentários é só este: leiam ou oiçam as intervenções do PS nas críticas aos governos PSD.
E assim se compreendera´melhor o "pátio das cantigas".
Comentário enviado por mail:
Genéricos: 1. Para retirar a majoração dos genéricos o ministro invocou (ontem, no Algarve) o estudo encomendado pelo Infarmed a uma empresa inglesa. Mas o estudo o que recomenda é a retirada da majoração quando a quota de mercado for superior a 20% (está nos 13%); 2. Os 6% de baixa anunciados são sobre os preços. Os 10% da majoração são sobre a comparticipação. Não se pode calcular 10 – 6 = 4, porque estamos a falar de coisas diferentes; 3. Todas as medidas tomadas pelo Ministro da Saúde, neste pacote, destinam-se a penalizar os mais pobres – os que consomem genéricos (porque são mais baratos) e os que estavam no escalão dos 100% (passou para 95%).
Luís Oriente
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