Aquisições na Net
A secretária de estado adjunta e da saúde, Carmen Pignatelli, anunciou hoje (31.01.06) no Fórum de Lideres de Governo, organizada pela Microsoft, que está prevista a publicação de legislação, dentro em breve, a autorizar os cidadãos portugueses a comprarem medicamentos à distância, através da Internet.
A senhora secretária de estado, não esclareceu se esta autorização abrangerá todos os medicamentos ou só os MNSRM.
A senhora secretária de estado, não esclareceu se esta autorização abrangerá todos os medicamentos ou só os MNSRM.
No que respeita aos medicamentos sujeitos a receita médica, entendemos que a venda destes medicamentos, após recepção de uma receita e sem qualquer outra fiscalização, pode aumentar o risco de as receitas médicas serem objecto de utilização abusiva ou incorrecta .
15 Comments:
Como sou um tanto pessimista, sinceramente me pergunto se os nossos governantes e outros altos responsáveis não embandeiraram em arco, fazendo das novas tecnologias o remédio para todos os males, com uma actuação rápida e eficaz.
Ainda me hão-de explicar como se faz a compra de "medicamentos" via internet e como poderei recebê-los em casa. Aguardo com interesse!
Estou mesmo a ver anúncios nas nossas TV's do tipo: é a menina dos medicamentos. E lá irão os nossos amigos juntar-se pare "ver" a dita.
Imaginemos que alguém se dá conta de que se acabaram os preservativos. Nada mais fácil: acede à internet, faz a sua encomenda e lá vai alguém (menina ou menino) levar a respectiva embalagem a casa do cliente às tantas da madrugada.
Os responsáveis políticos perecem ter entrado em paranóia!
De um momento para outro Portugal parece ser o paraíso dos investidores. Frequentemente ouvimos referir que uma das nossas causas de "subdesenvolvimento" se prende com a falta de mão-de-obra qualificada e baixa produtividade.
E eis que grandes empreendimentos surgem todos os dias pela boca dos nossos governantes como se afinal Portugal já fosse a Califórnia do Velho Continente.
Daí que tenha procurado, com curiosidade, desde há alguns dias para cá (nomeadamente desde o anúncio do investimento da IKEA, que parece ser a primeira das "mentiras") encontrar razões para este autêntico fenómeno, que me faz lembrar os outros - do Entroncamento.
E penso ter encontrado uma explicação que se vinha construindo na minha mente. Do Expresso/Economia de 28 de Janeiro transcrevo o que diz Álvaro Mendonça:
"Subsídios estatais, vantagens fiscais e um tratamento burocrático facilitado são a face escondida da vaga de investimentos anunciados nas duas últimas semanas. Portugal foi varrido do mapa dos melhores destinos para o investimento estrangeiro elaborado pela A.T. Kearney. Para receber investimentos, Lisboa teve de dar incentivos".
Penso que é uma reflexão que vale a pena ler. Alguns dos investimentos anunciados terão um prazo de realização da ordem da dezena de anos e até lá muita coisa vai certamente mudar. A globalização é um fenómeno imparável e "a galinha dos ovos de oiro" que ainda serão, nos anos mais próximos, os fundos comunitários terão o seu fim.
Perante a forte concorrência quer dos países asiáticos quer dos novos membros da UE, dificilmente Portugal chegará a beneficiar dos anunciados investimentos. Por esta ou por aquela razão, os investidores vão exigir novos apoios e incentivos e na sua falta deslocalizarão (ou suspenderão) os seus investimentos na primeira oportunidade.
Bill Gates e outros serão, a meu ver, os maiores beneficiários dos Fundos Comunitários de que Portugal beneficiará no período que aí vem.
"É preciso acreditar" ...mas precauções e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
E sera´bom que tenhamos os pés assentes na Terra para que não tenhamos que "voltar a mal-dizer do passado".
Ao Xavier e Xpais,
Introduzi uma pequena achega no post SONHO & SINUS
Um abraço.
Xavier,
Tem tido notícias do Avelino? E o Vovóporto está mais ocupado, como parece?
As suas intervenções fazem falta.
Um abraço aos dois.
Penso que há jurisprudência comunitária a dificultar a venda de medicamentos sujeitos a receita médica via Internet.
O vivóporto tem tido ao que parece problemas de saúde. Nada de grave.
O Avelino é o costume. Após um período de intervenção, enfada-se e parte para outra.
Ao Vivóporto um abraço e votos de rápida recuperação.
Quanto ao Avelino fico pois a aguardar um regresso com a qualidade a que nos habituou. Volte breve. Um abraço.
Concordo com o que diz o Lisboaearredores. De resto a minha análise, com alguma ironia pelo meio associada ao facilitismo com que me parece estarem a ser anunciadas estas inovações em catadupa, como se tudo pudesse resultar de um golpe de mágica, a minha análise, dizia tem muito mais a ver com as questões da entrega em casa do cliente do que com questões de segurança e outras. Na verdade, como sabemos, existe toda (ou quase toda) a segurança nas transacções bancárias, nos pagamentos, nas declarações fiscais, etc., a que há muito aderi. Portanto não está em causa a segurança.
Sei que nos EUA a receita electrónica está implementada e o utente nem sequer tem contacto com a mesma. E do ponto de vista do utente nem se colocam problemas.
Para controlo no âmbito do SNS e outro tipo de informação, a receita electrónica traz acrescidas vantagens e facilidades mas para isso deverá ser prática única e obrigatória. Já quanto à compra/venda dos medicamentos via internet entendo que estamos longe de lá chegar, como sendo uma verdadeira solução. Obviamente é sempre possível mas, como já escrevi neste blog, as farmácias não terão hoje a mão-de-obra barata que noutros tempos (como diria outrém...eu ainda sou do tempo...)era utilizada sob a designação de aprendizes ou marçanos. Abandonada a escola ou acabada a instrução primária, muitas vezes os pais dos jovens pagavam a quem os admitia como aprendizes e marçanos tendo geralçmente como tarefa a entrega das compras aos clientes.
Ora esses tempos já lá vão, felizmente, e não vejo como se pode fazer com uma dimensão que o justifique, a compra de medicamentos via net e respectiva entrega porta-a-porta. E se for liberalizada a abertura de farmácias mais difícil será ainda fazê-lo. Na verdade para medicamentos de uso recorrente poderá ser mais fácil fazê-lo mas aí coloca-se a questão: qual a vantegem? Qual a necessidade para o cliente de incorrer em custos de expedição e entrega?
E como se faz o pagamento/cobrança das "comparticipações" do utente?
Tudo é possível mas ocorre perguntar: está feito um estudo custo/benefício da solução apontada? Ou faz-se e depois logo se vê?!
Alrazi,
Permita-me que faça minhas as suas palavras.
O Bastonário da Ordem dos Médicos considera que a venda de medicamentos pela Internet só deveria ser posta em prática se for através da chamada prescrição médica electrónica.
Pedro Nunes disse que já foi proposto à tutela alterações nas receitas, nomeadamente a substituição das vinhetas por um chip, com identificação do médico e que funcionaria como uma validação electrónica.
O que está em causa aqui é a proveniência da receita, mas se esta questão estiver salvaguardada, a Ordem dos Médicos aprova a venda de medicamentos pela Internet.
Há duas interessantes influências santanistas nesta notícia:
- O anúncio de uma medida antes da conclusão da fase de discussão pública que supostamente a antecederia;
- O e-pharmacist, sucessor do e-government enquanto ícone da modernidade administrativa.
Eu sei que a visita do Bill Gates obrigou a esta precipitação de agendamentos... mas tudo isto não vos parece um pouco ridículo?
O Ministério da Saúde escolheu começar a obedecer ao relatório encomendado produzido pela AdC precisamente pela mais idiota das propostas apresentadas... para quando uma ida de Falcon ao Hospital de Torres Novas?
Conhecem algum bom webdesigner?
Xavier, seria muito abuso pedir-lhe que inserisse no "saúde sa" um banner da minha farmácia online?
(distribuo pelas cooperativas em 12 horas; recebo encomendas por mail, tlf ou fax; faço protocolos com lares, misericordias, centros de saude, porteiros da consulta externa de hospitais...)
Merck-Medco is the most successful provider of pharmacy care.
Merck Medcare Prescription Discount Program for the Uninsured.
Gel prós carecas
Pó para as baratas
Limpa pentes
e corta batatas.
O MS devia passar a designar-se por:
Ministério da Saúde, SA
Afinal havia outro!
Sim, afinal, como dizia num dos meus comentários estamos perante uma "paranóia da inovação".
Veja-se o show off da extensão da internet de "banda larga" (que como sabemos não passa de estreita) a todas as escolas, ontem apresEntada com pompa e circunstância.
E afinal parece, pelo que hoje foi notícia, estarEMOS perante uma "pequena mentira"?! A VERDADE É OUTRA?
Caros Intervenientes,
Para meu desespero apesar da vontade de participar sob o post anterior do Xavier relativo ao consumo dos medicamentos a nível hospitalar, aconteceram várias desgraças.
No próprio dia após escrever as minhas ideias, ao tentar publica-las perdi tudo...
No 2º e 3º dias o serviço da Net cabo na minha área de residência não funcionou...(pelo menos no meu horário de navegação)
No 4º estava tão estoirado que nem tentei ligar-me à net...
Mas eis que o Xavier nos brinda com um assunto de discussão interessante do qual pretendo opinar...
Relativamente ao primeiro post do Xavier, sobre a sua análise sobre consumo de medicamentos nos hospitais eu pergunto-me, porque é as medidas propostas não foram tomadas à mais tempo????
Porque é que o M S não consegue fazer os seus funcionários cumprir as regras que implementa???
Falo do consumo de medicamentos em ambulatório... e da receita médica...!!!
Com efeito uma receita médica é sob o ponto de vista prático para alem do conjunto terapêutico que dela emana, um cheque com cobertura pelo estado, pelo utente e pelos contribuintes...
Fiquei a saber, neste forum que os custos das prescrições das consultas externas em ambulatório, são debitados aos Hospitais!!!????
1º Desde logo um grande nº de receitas (emanadas de Hospitais públicos e centros de Saúde) não trás o numero de utente do SNS...
Se fosse possível em qualquer parte do circuito Hospitais, Centro de Saúde ou Farmácias apensar o nº de Utente sob a forma de Código de Barras seria possível na fase de conferencia pelas ARSs detectar anomalias... A conferencia do receituário poderia ser feita de forma automática ... e no fim o MS poderia em ultima análise ter a facturação detalhada utente a utente...
Neste momento é possível o consumo de uns utentes em nomes de outros nomeadamente com sistemas de comparticipação mais favoráveis...
No caso das vinhetas verdes, o problema não está nos controlo dos rendimentos mas sim da tia da filha consumir em nome do pai ou da avó!!!
Neste momento a ARS de Lisboa tem quase um ano de atraso na conferencia de receituário...!!!
2º Relativamente à prescrição por DCI, que é obrigatória em grande percentagem do receituário não é cumprida... Com toda a controvérsia criada à volta da qualidade dos medicamentos genéricos muitos utentes apesar de poderem optar pela substituição não o querem, preferindo pagar mais, ....
Todos nós sabemos que taxas de crescimento anuais de despesa 8 a 10%, seriam incomportáveis para a nossa economia, os Farmacêuticos de Oficina sempre defenderam a estabilidade mesmo com sacrifício temporal das suas margens...
Onde estaria a cota de genéricos sem o papel activo das Farmácias...!!!
Outra questões que gostaria de abordar são as recentes posições de CC sobre por um lado o fecho das Urgências nocturnas por ser muito caro para o estado atender 4 a 5 utentes por noite numa Urgência de Um centro de Saúde, deslocando-a para uma área adjacente, (até uma hora de carro ou Ambulância,) e ao mesmo tempo achar que há muita falta de farmácias abertas para esses mesmos utentes principalmente quando saem das Urgências??? Justificando-se por esta via a liberalização de abertura de mais farmácias??? Que obviamente estarão abertas!!!!??? à espera de atender os utentes que o Ministério não quer ou não pode atender...Será que os Farmacêuticos e Ajudantes técnicos trabalham de graça à noite e não constituem um custo para estas pequenas empresas!!!???? Meu Deus...Tanta demagogia...!!!
Medicamentos e Internet...!!! Posso estar a ficar paranóico... mas esta cruzada do MS –CC- FR-CP é destinada apenas a tentar minar a posição do João Cordeiro e da ANF., ... para acerto de inimizades pessoais e eventualmente contas antigas...
Mas como sempre quem se lixa é o mexilhão,... ou melhor a pequena empresa do farmacêutico independente...
O nosso papel pode ser visto como um papel útil à sociedade, que fornecemos um serviço, por um lado logístico e de abastecimento a uma determinada população, servimos de triagem (gratuita) aos problemas dos utentes do SNS, podemos estar envolvidos em programas de promoção de saúde... Somos um conjunto de 2700 microempresas, que empregam cerca de 17 000 pessoas 1/3 dos quais licenciados, pagando salários acima da média nacional... sendo uma actividade privada eficiente trabalhando com uma margem bruta idêntica à da grande distribuição, com um volume de negócios semelhante pagamos todavia muito mais impostos do que aqueles...Parece que a anterior equipa ministerial de LFP nos tratava assim...
Ou em contrapartida somos uns cidadãos acéfalos às ordens do João Cordeiro e dessa tenebrosa organização ANF, que capturou os interesses vitais do estado, ou seja um valor estimado em 24,5% do consumo nacional em medicamentos...Retalhistas monopolistas sem concorrência que quando comparados com a grande distribuição moderna e apresentam uma rentabilidade supra-normal...São ricos não porque tenham os seus estabelecimentos retalhistas abertos 55 ou 65 horas por semana, os seus colaboradores trabalhem em média 40 horas por semana... Abra-lhes a concorrência... O serviço vai melhorar... Os preços vão baixar... !!! Os consumidores e o SNS vão lucrar...!!!
Relativamente à venda de medicamentos por internet a minha análise é que vão acontecer boas oportunidades de negócio para ..., as Farmácias Portuguesas e para as nossas exportações , principalmente para os Estados Unidos...
Cumprimentos
Eduardo Faustino
Foi show da senhora CP para americano ver. Ou antes o Bill gates ver (ouver, diria o zé Duarte).
A coisa parece ainda estar muito verde:
Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, a forma de aplicar no terreno esta medida está ainda numa fase embrionária e caberá aos farmacêuticos fazerem propostas concretas. A compra de remédios na Internet pode ser feita através da prescrição electrónica - sistema através do qual o médico passa a receita no computador e os dados são transmitidos à farmácia, sem necessidade de uso do papel. Este sistema exige a informatização das unidades de saúde e só existe ainda de forma experimental em Portalegre.
DN 02.02.06
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