segunda-feira, novembro 27

Guerra ao Modelo


“Se nada se fizer relativamente ao modelo actual, haverá, de forma grave e socialmente inaceitável, uma saúde melhor para os “ricos” e outra pior pobres”.
Isabel Vaz
Volta e meia a engenheira Isabel Vaz, presidente da comissão executiva de ESS, sai a terreiro com a cassete da gestão privada. link
Longe da argúcia e capacidade de intervenção de José Mendes Ribeiro, outro paladino da gestão privada, Isabel Vaz gosta de debitar recortes do “pocket manager”, a deitar abaixo o actual modelo de saúde, "forma grave e socialmente inaceitável, capaz de contribuir, num futuro próximo, para “uma saúde melhor para os ricos e outra pior para os pobres”.
Será que o Hospital do coquepite é vocacionado para atender os pobrezinhos?

A presidente da ESS prossegue o ataque: "o actual modelo não promove a eficiência e a inovação de cuidados", "à beira do colapso financeiro" (Isto quando se conseguiu este ano cumprir o orçamento da saúde e estão em marcha medidas de reforma profundas para salvar o SNS da insolvência), ameaçando o "recurso a soluções radicais como ter de impedir o acesso aos tratamentos mais inovadores e eficazes" (se não for o Estado a garantir a universalidade e equidade do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, não será certamente a ESS a fazê-lo!)

Enfim, a natural pressão do "pipeline" (quando CC está a conseguir demonstrar que o actual modelo de saúde tem pernas para andar), que, impacientemente, espera à porta do SNS que o Estado (CC) lhe distribua de mão beijada os melhores quinhões deste negócio de milhões. E quem espera, sempre alcança.

2 Comments:

Blogger saudepe said...

CC defende o actual modelo de saúde para o entregar às PPP.

Com as PPP a funcionar que modelo de cuidados teremos?

A gestão privada dos cuidados de saúde não consegue melhorar a qualidde e há aumento dos custos.

Basta ver o exemplo do Amadora Sintra.

Mas com o Estado a desinvistir na construção de novos hospitais. Basta ver o Piddac do OE/2007 o objectivo só poderá ser o de entregar os novos hospitais à gestão privada.

2:00 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Não está demonstrado que a gestão privada não consiga melhorar a qualidade e que implique aumento dos custos.
O exemplo Amadora Sintra foi (e é) um mau exemplo mas isso nada tem a ver com gestão privada.
O problema do Amadora Sintra foi outro. Foi o problema da incapacidade do Estado, aos diversos níveis, definir um adequado contrato e proceder à sua fiscalização. Mas alguém ja fez contas para poder afirmar que se os mesmos actos (a mesma produção) realizados no Amadora Sintra tivessem lugar no Santa Maria, No São José, ou outro, teriam ficado globalmente menos caros ao Estado?
Por mim, não tenho informação, mas parece-me que ainda não se fez essa an´lise. Independentemente de ter havido ou não irregularidades.
Irregularidades (ou aldrabice?) requerem tratamento específico e devem ser rigorosamente apuradas.
E acho que gestão privada ou PPP não são sinónimo de fim do SNS; o pael do Estado no Sistema é que será outro.

5:32 da tarde  

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