quarta-feira, abril 16

PPP, amen


Que José Roquete link defenda as parcerias de alma e coração percebe-se pois é um dos estrategas do grupo ESS tendo abandonado funções publicas. Que Manuel Antunes, profissional a tempo inteiro no SNS, com ele faça coro é que dá para pensar. Pelos vistos, para este conselheiro do PR só o preocupa a promiscuidade rasteira, a que passa pelos interesses dos profissionais da saúde, aos conflitos de interesses de alta roda, o dos grandes grupos económicos à volta do orçamento de Estado, diz ámen.
Tal como refere, o SNS necessita de reformas corajosas pois está refém de poderosos interesses corporativos, não sendo aceitável que os mesmos agentes controlem a prestação no sector público e no privado. A separação de sectores é de facto prioritária exigindo, entre outras medidas, uma clara definição de regras de incompatibilidades, particularmente na área das convenções com o Estado. Como alguém dizia, ninguém serve bem dois amos ao mesmo tempo. Mas as reformas têm que ser feito dentro da esfera pública, não se pretenda é tentar resolver esta situação entregando o SNS aos grandes grupos económicos com a ideia de que vão pôr o pessoal na linha. Em linguagem policial diria que era substituir a “pequena delinquência pela alta criminalidade”.
Quanto ao elaborado raciocínio dos dois intervenientes a propósito das PPP, plasmado na frase "Não sei quem é que vai querer só construir e depois não regular o resto", se interpretado à letra seria caso para dizer que deveríamos ter um parlamento e um governo de construtores civis pois são eles que constroem ou mandam construir quase tudo.
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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

UM DECÁGONO
ou
LA TAVOLA PITAGORICA


1º.) a "crise" na MCSP / USF's / ACES e as inépcias ou rábulas da MCSP;

2º) O Grupo Mello (não própriamente da JMS) vai tentar influenciar e "arrastar para fora" das PPP's os grupos financeiros portugueses, para tentar "amenizar" o poder político;

3º) Seguir-se-ão tentativas de imposição do modelo de PPP's para os HH's (o tal mais avançado da Europa)num sistema hibrido (construção + gestão ) que levou o Juiz Mouraz - especialista na Investigação da Criminalidade Económica e Financeira - a afirmar:
"a questão das PPP, um negócio relativamente novo, trouxe problemas gravíssimos no âmbito da corrupção";

4º) A absoluta necessidade do Governo em evitar um movimento solidário à volta dos Mellos que impossibilite ou bloqueie a apresentação de planos de investimentos em novos Hospitais de que o País necessita;

5º) Todos são importantes, mas o cancelamento do Hospital de Todos os Santos em Lisboa, seria politicamente oneroso;

6º) a necessidade de inflexões estruturais na constituição e composição de Grupos interessados em PPP's, nomeadamente, grandes grupos de seguradoras do ramo da saúde e da construção civil.

7º) a avaliação de interesses estrangeiros nessas PPP's em Saúde, sem quebra de princípios políticos, i. e., segundo o modelo definido pelo Governo na AR (aliás o modelo que existe na Europa);

8º) Ter presente que o papel de liderança sempre desejado reivindicado pela JMS pode ser assumido pelos HPP /CGD, pelo menos nas questões mais prementes (Hospital de Todos os Santos);

9º) cuidar de organizar os Cuidados Continuados Integrados que estando em velocidade de cruzeiro, mostram estar prisioneiros de uma paranóia casuística que levam a desvalorizar deficiências em questões estruturais, principalmente nos cuidados de média e curta duração. Em termos de recursos humanos para a quantidade de camas disponíveis a situação é desastrosa. Podemos estar próximo das “asilos”.

10º) A re-estruturação das urgências decorre a passo de caracol, com discretos avanços nas estruturas básicas (SUB) e pouca visibilidade nos SUMC e SUP.
Muitos dos conflitos herdados com as autarquias oriundos época de CC, continuam em curso ou em banho-maria, pelo que a situação é instável...

Comentário:
Uma situação bem complexa.
O SNS, não está só a ser vitima de um concertado ataque económico como está, também, a ser atacado num dos pilares da sua essência: a equidade.
Equidade essa que sempre foi a “pedra no sapato” dos que punham objecções a privatizações, contratualizações, etc. Hoje, a imprensa é alertada:
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) detectou, em contratos assinados entre clínicas que trabalham com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e seguradoras de saúde, «cláusulas abusivas» que exigem «tratamento preferencial e prioritário dos seus utentes», em detrimento dos utentes vindos do SNS.

Difícil a situação de Ana Jorge. Em termos de política social só o cerrar de fileiras à volta dos princípios gerais e constitucionais que informam e definem o SNS, será o caminho a seguir com firmeza.

Penso que chegou a altura de levantar a voz.

A "gritaria" dos grupos económicos privados é absolutamente ... ensurdecedora. Não deixemos que abafe os urgentes problemas da Saúde do País.

12:53 da tarde  

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