sábado, maio 24

Debate, SL,MFL,PPC e PA


Partilho inteiramente das preocupações do João Pedro relativamente ao debate de ontem. link PPC incarna a deriva neo-liberal. Passa por fazer crer que a solução mágica dos problemas tem que ver, apenas e só, com privatizar. Ilustra bem o seu pensamento com a peregrina ideia de (não se sabe muito bem porquê privatizar a CGD). PPC tal como MFL interiorizaram que dá muito trabalho reformar o Estado. Sendo assim defendem fazer dele apenas uma espécie de sinaleiro regulador dos interesses. Quanto à saúde seria "la grande bouffe" retalhando e alienando o SNS sem qualquer tipo de escrúpulos. É evidente que PPC além de não fazer a mais pequena ideia sobre o papel social, económico e político do sistema de saúde apresenta-se, claramente, como o "estafeta" dos interesses que se agrupam no lado direito do Bloco Central. Não nos espantaria o regresso em força de Nuno Delerue sempre presente com o seu génio inventivo para arranjar novas oportunidades de negócio. Enquanto candidatos a líderes do maior partido da oposição podiam ao menos estudar o que passa pelo mundo e assim perceber que num país vencido pela pobreza, pela ileteracia e pela exclusão social o SNS constitui uma espécie de “last frontier” para garantir um mínimo de coesão social. Mas não! O apetite dos interesses que os suportam é voraz. É muito dinheiro que está em jogo. Num país como o nosso que consagra mais de 10 por cento da riqueza criada à saúde mas apenas 1,4 por cento dessa despesa às políticas de saúde pública, promoção da saúde e prevenção da doença (o 4º pior da OCDE) constituiria um acto de irresponsabilidade política desmantelar o SNS. Ainda hoje o Presidente da Associação da Hospitalização Privada, Eng. Teófilo Leite (empresário do ramo do calçado) ameaçava nos jornais o MS por concorrência desleal (ao que chegámos) por não terem sido contemplados com cirurgias às cataratas.O Eng. Teófilo Leite com o Dr. José Vila Nova (empresário de atoalhados) representam no seu conjunto os principais promotores da “cogumelazição” emergente de clínicas e hospitais pré-anunciadas para o norte nos próximos anos. Afinal, alguém terá de lhes entregar, rapidamente, a ADSE e uma boa parte do bolo do SNS senão os projectos saem furados. Pasme-se que no debate o único defensor do SNS foi PSL. Se dúvidas houvessem sobre os riscos inerentes às PPP’s com gestão clínica elas ficaram ontem dissipadas com a reacção do candidato (“character dos Monty Python”) Patinha Antão…
rezingão

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

Caro rezingão:

Pessoas, como o candidato a dirigente do PSD, Pedro Passos Coelho (PPC), não aprendem com os acontecimentos, nem tiram dos mesmos ilações adequadas.
A fúria neo-liberal conduz a uma espécie de cegueira. Os jogos de impaciência conduzem a atitudes infantis do tipo: eu ainda sou mais radical (liberal) do que o “meu” adversário.

Depois vêm a público declarações que assustam o Adamastor.

A prestação televisiva de PPC, sobre o SNS, recordou-me uma situação de crise ainda em investigação parlamentar, na PGR, na CMVM, no BP, eu sei lá...

Se a CGD tivesse sido privatizada - não é a primeira vez que o PSD tem destes “achaques” - a crise do BCP, teria sido catastrófica e atingido um grande número de portugueses.
O valor das acções de um Banco não pode descer tanto num ano e essa instituição continuar a existir...

As verdades têm de ser ditas: só tendo por detrás uma instituição com a dimensão da GCD o Estado pode influenciar e exercer o poder regulador durante a crise do BCP.

Com os HH's é a mesma coisa. A claudicação do SNS perante os interesses dos grupos financeiros e das Seguradoras, o enfraquecimento da rede hospitalar condicionada pela dependência da rede privada, pode inibir a capacidade do Estado em actuar e regular uma crise social na área da Saúde.

E para melhor complicar uma eventual situação de ruptura social desse tipo, nada melhor do que acumular a destruição do SNS, com a privatização da CGD.

Ouro sobre azul – nas concepções neo-liberais…

12:23 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A alternativa PSD

«Ferreira Leite e Passos Coelho querem fim do SNS gratuito» --, começam a revelar-se os traços da alternativa política do "novo PSD". De facto, a proposta não consiste propriamente só em acabar com a gratuitidade do SNS mas sim com a sua universalidade, reservando-o para quem não tem recursos para pagar cuidados de saúde privados. Uma espécie de sopa dos pobres...
Vital Moreira, Causa Nossa

2:59 da tarde  
Blogger helena said...

Qualquer que seja o reposicionamento do PSD à direita só irá beneficiar José Sócrates.
A avaliar por esta amostra de debate ainda vamos acabar as próximas eleições a criticar o primeiro ministro por ser um esquerdalhaço.

11:47 da tarde  

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