Não havia necessidade...
O Estado gastou 7.863.450,00 euros, para adquirir 525 licenças da aplicação informática ALERT P1 (14.978,00 euros por licença), através de ajuste directo. A este valor acresce a despesa anual de manutenção que, em 2007, totalizou 463.182,75 euros
Segundo parece não havia necessidade…link
(…) «De notar que em alguns locais da região norte, em particular na Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos e mais recentemente no distrito de Viana do Castelo, já é possível aos médicos dos centros de saúde acederem a dados do processo clínico hospitalar. Tal deriva do facto dos sistemas utilizados em ambos os pólos de comunicação terem sido desenvolvidos no mesmo meio (antigo IGIF, actual ACSS), possuindo arquitecturas similares. Isto é, em regiões onde os hospitais contam com o SONHO e com o SAM hospitalar, e os centros de saúde possuem o SAM, é fácil a consulta de dados sobre o doente que passa pelo hospital (motivos para episódio de urgência, exames, etc.). Igualmente fácil e ágil seria efectuar a referenciação entre os níveis de cuidados através desta ligação e contar com boa informação clínica de retorno, mas aí o Alert P1 acabou por se impor, gerando a confusão que se tornou pública nos últimos meses. Também a interoperacionalidade entre as outras aplicações dos CSP (MedicineOne e VitaCare) e os sistemas hospitalares seria facilmente atingida, do ponto de vista técnico, o que permitiria criar canais de referenciação directos. Desta forma, garantia-se aos médicos dos dois lados (hospitais e CS) o benefício de trabalhar apenas no seu ambiente informático natural. Não é, portanto, necessário, um grande salto dedutivo para perceber que o Alert P1 (enquanto ferramenta técnica), não é de grande utilidade, mesmo que o projecto que ajuda a implementar se baseie em conceitos muito importantes (referenciar por via digital, em busca de rapidez, simplificação e informação coerente). “Nos locais onde já estão instalados sistemas como o SAM e o SONHO, em boa verdade o Alert P1 nem seria necessário, porque a referenciação poderia ser feita de uma forma mais directa. Trata-se, hoje, de uma aplicação que não tem razão de existir.(…)
JMF, Tiago Reis, 20.05.08
Segundo parece não havia necessidade…link
(…) «De notar que em alguns locais da região norte, em particular na Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos e mais recentemente no distrito de Viana do Castelo, já é possível aos médicos dos centros de saúde acederem a dados do processo clínico hospitalar. Tal deriva do facto dos sistemas utilizados em ambos os pólos de comunicação terem sido desenvolvidos no mesmo meio (antigo IGIF, actual ACSS), possuindo arquitecturas similares. Isto é, em regiões onde os hospitais contam com o SONHO e com o SAM hospitalar, e os centros de saúde possuem o SAM, é fácil a consulta de dados sobre o doente que passa pelo hospital (motivos para episódio de urgência, exames, etc.). Igualmente fácil e ágil seria efectuar a referenciação entre os níveis de cuidados através desta ligação e contar com boa informação clínica de retorno, mas aí o Alert P1 acabou por se impor, gerando a confusão que se tornou pública nos últimos meses. Também a interoperacionalidade entre as outras aplicações dos CSP (MedicineOne e VitaCare) e os sistemas hospitalares seria facilmente atingida, do ponto de vista técnico, o que permitiria criar canais de referenciação directos. Desta forma, garantia-se aos médicos dos dois lados (hospitais e CS) o benefício de trabalhar apenas no seu ambiente informático natural. Não é, portanto, necessário, um grande salto dedutivo para perceber que o Alert P1 (enquanto ferramenta técnica), não é de grande utilidade, mesmo que o projecto que ajuda a implementar se baseie em conceitos muito importantes (referenciar por via digital, em busca de rapidez, simplificação e informação coerente). “Nos locais onde já estão instalados sistemas como o SAM e o SONHO, em boa verdade o Alert P1 nem seria necessário, porque a referenciação poderia ser feita de uma forma mais directa. Trata-se, hoje, de uma aplicação que não tem razão de existir.(…)
JMF, Tiago Reis, 20.05.08
Somos um país de oportunidades.
Etiquetas: TIC
7 Comments:
Um país de oportunidades e de "oportunistas".
E a aquisição foi feita por ajuste directo!
Quem sabe esclarecer a data da adjudicação?
Mas o sistema não funciona e "parece" estar-se perante uma despesa desnecessária.
Já alguém foi chamado a responder por este "desperdício" e por esta aquisição sem concurso?
Assim teremos mesmo que retomar a problemática do financiamento do SNS.
Como diz o outro: são todos bons rapazes!
Presidente da Republica Aníbal Cavaco Silva inaugura novas instalações da ALERT. Noticia em:
http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=16299
Presidente da Republica Aníbal Cavaco Silva inaugura novas instalações da ALERT. Noticia em:
http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=16299
O PR anda a promover os empresários que vivem à pala de Estado.
Nem todos os presidentes têm os assessores e conselheiros desejáveis e o mundo empresarial tem muita influência...
Com a empresa ALERT começou a suceder aquilo que Goethe, alertou:
"Tudo no mundo pode durar sempre, excepto o sucesso contínuo".
Em minha opinião, começou a "descida" do pedestral...
A visita do PR inseriu-se num roteiro relativo à inovação e às novas tecnologias;
A empresa Alert Life Sciences Computing é merecedora de admiração quando nos situamos no restricto campo da investigação/inovação e até nas oportunidades de emprego que proporciona a jovens técnicos (coisa de que este País muito precisa);
Consequentemente, a inclusão da empresa no roteiro do PR é tão digna como a de um conjunto de outras empresas/instituições que foram visitadas e enaltecidas, durante as visitas do PR.
Coisa bem diferente, e estou à-vontade para o referir porque há muito trouxe o problema para este espaço de discussão (que entretanto passou despercebido!), é a participação da empresa em "negócios" de forma que pode sucitar dúvidas. Repito "pode sucitar dúvidas".
E a aquisição do ALERT P1 é um desses casos.
Mas pergunto: a quem pedir resposabilidades e explicações?
A empresa, naturalmente, procura vender os seus produtos, valorizando as suas qualidades. Provavelmente tê-lo-á feito com apresentação do ALERT P1 ao potencial comprador (MS/ACSS) a quem cabia a responsabilidade de proceder a adequada avaliação, apreciação e análise face às suas necessidades e, no mínimo, estudar eventuais alternativas, adoptando também os procedimentos necessários no domínio da transparência e defesa da concorrência (e o ajuste directo a este nível, no mínimo, permite que se coloquem interrogações).
Surge então nova pergunta: face às críticas de que a aplicação informática em causa tem sido alvo, por que espera o Ministério da Saúde para determinar o adequado procedimento e apuramento de eventuais responsabilidades?
A aquisição foi precedida de adequada ponderação? Foi feita a escolha certa em termos técnicos?
Está a ser cumprido o "caderno de encargos"? Os custos são aceitáveis face ao produto adquirido? Houve "oportunismo" no negócio? Quem o permitiu e/ou proporcionou?
Estas e outras perguntas podem ser colocadas e uma vez respondidas tudo ficará mais claro.
Confundir o procedimento e os negócios com o "mérito científico" da empresa e dos seus técnicos parece-me desajustado.
Caro Tonitosa:
O PR deve acompmpanhar o roteiro relativo à inovação e às novas tecnologias - aquilo a que o Engº. Sócrates gosta de chamar novas oportunidades.
Isto é inquestionáel.
Contudo, deve abster-se de frequentar empresas cujo procedimento comercial e a participação da empresa em negócios de forma que "pode sucitar dúvidas" (como sublinha)
Tanto mais graves que a existirem envolvem o Estado.
Por isso defendo que o PR não deve deambular pelo País à toa, ou a reboque de interesses (económicos, sociais, financeiros, empresariais, etc).
O PR deve ter um roteiro próprio, autónomo, que deve ser preparado pela sua Casa Civil e por assessores.
Eu, como cidadão - é nesse qualidade que me pronuncio - não aconselharia, nesta altura, a visita que foi efectuada - a inauguração das novas instalações em Gaia.
O alto cargo de PR exerce tem prestigio próprio, que não deve ser emprestado a empresas que andam em problemas, com justificações nos meios da comunicação social (ao abrigo do direito de resposta).
Para mim, que não conheço os pormenores, julgo que não teria sido dispiciendo o assessor de Sáude do Senhor PR - antes desta contestada deslocação - ter telefonado à Senhora Ministra da Saúde.
De resto, desde que não se impinja gato por lebre, desde que não se atropele as regras da concorrência com "ajustes directos" inexplicáveis, as novas empresas inovadoras e criadoras de novas tecnologias, merecem todo o apoio dos portugueses.
o que se levanta aqui é uma questão que vem desde o impéro romano (Juvenal, poeta, sec.I, autor das "Sátiras" )e adquire particular actualidade quando nos mostramos preocupados com o espaço mediterrânico:
"Quis custodiet ipsos custodes", i. e., "Quem vigia os vigilantes"?
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