PR, roteiro novas tecnologias
foto site Presidência República
O PR deve acompanhar o roteiro relativo à inovação e às novas tecnologias - aquilo a que o Engº. Sócrates gosta de chamar novas oportunidades. Isto é inquestionável.
Contudo, deve abster-se de apoiar empresas cujo procedimento comercial e/ou participação em negócios "podem suscitar dúvidas". Tanto mais graves (a existirem) quando envolvem o Estado.
Por isso defendo que o PR não deve deambular pelo País à toa, ou a reboque de interesses (económicos, sociais, financeiros, empresariais, etc).
O PR deve ter um roteiro próprio, autónomo, que deve ser preparado pela sua Casa Civil e por assessores.
Eu, como cidadão - é nesse qualidade que me pronuncio - não aconselharia, nesta altura, a visita que foi efectuada - inauguração das novas instalações em Gaia da "Alert Life Sciences Computing, SA" .
O alto cargo de PR tem prestigio próprio, que não deve ser emprestado a empresas que têm problemas desta ordem, com sucessivas justificações nos meios da comunicação social (ao abrigo do direito de resposta).
Para mim, que não conheço os pormenores, julgo que não teria sido despiciendo para avaliação da oportunidade desta participação, o assessor de Sáude do Senhor PR - antes desta contestada deslocação - ter telefonado à Senhora Ministra da Saúde.
De resto, desde que não se impinja gato por lebre, desde que não se atropele as regras da concorrência com "ajustes directos" inexplicáveis, as novas empresas inovadoras e criadoras de novas tecnologias, merecem todo o apoio dos portugueses.
O que se levanta aqui é uma questão que vem desde o impéro romano (Juvenal, poeta, sec.I, autor das "Sátiras" ) e adquire particular actualidade quando nos mostramos preocupados com o espaço mediterrânico: "Quis custodiet ipsos custodes", i. e., "Quem vigia os vigilantes"?
Contudo, deve abster-se de apoiar empresas cujo procedimento comercial e/ou participação em negócios "podem suscitar dúvidas". Tanto mais graves (a existirem) quando envolvem o Estado.
Por isso defendo que o PR não deve deambular pelo País à toa, ou a reboque de interesses (económicos, sociais, financeiros, empresariais, etc).
O PR deve ter um roteiro próprio, autónomo, que deve ser preparado pela sua Casa Civil e por assessores.
Eu, como cidadão - é nesse qualidade que me pronuncio - não aconselharia, nesta altura, a visita que foi efectuada - inauguração das novas instalações em Gaia da "Alert Life Sciences Computing, SA" .
O alto cargo de PR tem prestigio próprio, que não deve ser emprestado a empresas que têm problemas desta ordem, com sucessivas justificações nos meios da comunicação social (ao abrigo do direito de resposta).
Para mim, que não conheço os pormenores, julgo que não teria sido despiciendo para avaliação da oportunidade desta participação, o assessor de Sáude do Senhor PR - antes desta contestada deslocação - ter telefonado à Senhora Ministra da Saúde.
De resto, desde que não se impinja gato por lebre, desde que não se atropele as regras da concorrência com "ajustes directos" inexplicáveis, as novas empresas inovadoras e criadoras de novas tecnologias, merecem todo o apoio dos portugueses.
O que se levanta aqui é uma questão que vem desde o impéro romano (Juvenal, poeta, sec.I, autor das "Sátiras" ) e adquire particular actualidade quando nos mostramos preocupados com o espaço mediterrânico: "Quis custodiet ipsos custodes", i. e., "Quem vigia os vigilantes"?
e-pá!
Etiquetas: E-Pá
3 Comments:
PERPLEXIDADES
Requerimentos que dão que falar
Os requerimentos do Bloco de Esquerda estão a dar que falar. Mais do que isso, a dar muitas dores e «decepares» de cabeças no Ministério da Saúde.
Desta feita, falamos de mais um requerimento de João Semedo, enviado no passado dia 10 de Maio, que pretende ver esclarecido o contexto de aquisição de produtos informáticos Alert por organismos do Ministério da Saúde.
Esta mesma pergunta já tinha sido feita num primeiro requerimento, em 12 de Fevereiro de 2007. Contudo, a resposta chegou, como é possível verificar no site da Assembleia da República, um ano e três meses depois, e, segundo João Semedo, «persistem diversas interrogações por esclarecer e responder, nomeadamente quanto ao favorecimento por parte do Ministério da Saúde da empresa Alert L.S. Consulting, SA».
Desta feita, parece que a resposta veio sob outra forma, mas mais rápida, pois, no passado dia 20, o Ministério da Saúde (fazendo-se representar pelo secretário de Estado, Manuel Pizarro) fez questão de estar presente acompanhando o Presidente da República em mais um grande momento do «parceiro» Alert, na inauguração das suas novas instalações .
Tempo de Medicina 26.05.08
Um tanto ingenuamente o e-pá! refere no seu post a eventual efectuação de um telefonema à senhora ministra da saúde como forma de avaliação da oportunidade da presença do PR nesta inauguração.
Aí tem a resposta.
O senhor secretário da saúde também lá esteve.
Não confundir as coisas...
Repito o que escrevi sobre o assunto
A visita do PR inseriu-se num roteiro relativo à inovação e às novas tecnologias;
A empresa Alert Life Sciences Computing é merecedora de admiração quando nos situamos no restricto campo da investigação/inovação e até nas oportunidades de emprego que proporciona a jovens técnicos (coisa de que este País muito precisa);
Consequentemente, a inclusão da empresa no roteiro do PR é tão digna como a de um conjunto de outras empresas/instituições que foram visitadas e enaltecidas, durante as visitas do PR.
Coisa bem diferente, e estou à-vontade para o referir porque há muito trouxe o problema para este espaço de discussão (que entretanto passou despercebido!), é a participação da empresa em "negócios" de forma que pode sucitar dúvidas. Repito "pode sucitar dúvidas".
E a aquisição do ALERT P1 é um desses casos.
Mas pergunto: a quem pedir resposabilidades e explicações?
A empresa, naturalmente, procura vender os seus produtos, valorizando as suas qualidades. Provavelmente tê-lo-á feito com apresentação do ALERT P1 ao potencial comprador (MS/ACSS) a quem cabia a responsabilidade de proceder a adequada avaliação, apreciação e análise face às suas necessidades e, no mínimo, estudar eventuais alternativas, adoptando também os procedimentos necessários no domínio da transparência e defesa da concorrência (e o ajuste directo a este nível, no mínimo, permite que se coloquem interrogações).
Surge então nova pergunta: face às críticas de que a aplicação informática em causa tem sido alvo, por que espera o Ministério da Saúde para determinar o adequado procedimento e apuramento de eventuais responsabilidades?
A aquisição foi precedida de adequada ponderação? Foi feita a escolha certa em termos técnicos?
Está a ser cumprido o "caderno de encargos"? Os custos são aceitáveis face ao produto adquirido? Houve "oportunismo" no negócio? Quem o permitiu e/ou proporcionou?
Estas e outras perguntas podem ser colocadas e uma vez respondidas tudo ficará mais claro.
Confundir o procedimento e os negócios com o "mérito científico" da empresa e dos seus técnicos parece-me desajustado.
A Alert Life Sciences Computing, SA, PME, fundada em 1999, conta com quase 500 colaboradores, está presente em vários continentes, 31 países e produz software clínico, e foi apontada recentemente como uma das responsáveis pela procura de emprego, ITjobs, ter suplantado a oferta numa região em que os alunos de engenharia informática não têm mãos a medir. Em 2007, facturou 23.2 M de euros e conseguiu colocar os seus produtos na Central de Compras do NHS do Reino Unido ou no Estado de Minas Gerais. Apesar da "vaidade" de que sofre o seu CEO e da tão criticável estratégia "comercial" agressiva, a Alert é um exemplo de empreendedorismo, inovação e criação de emprego. Mas neste Portugal, de O´Neill,remorso de todos nós, já escrevia o Eça, no I capítulo da Campanha Alegre "Quer-se geralmente o prestígio da realeza e a majestade do poder; mas deseja-se que el-Rei se exiba numa sege de aluguel e que Sua Majestade a Rainha não tenha mais que dois pares de botinas."
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