segunda-feira, maio 26

Saúde, público & privado


Como já fizemos referência, o Governo vai transformar a ADSE num seguro opcional. Vai cessar, por conseguinte, a obrigatoriedade dos funcionários públicos efectuarem descontos para a ADSE. link
É um dos prémios deste governo ao esforço de investimento que o sector privado da saúde tem realizado.
Depois dos profissionais da saúde, vamos assistir ao êxodo dos funcionários públicos para sector privado. A exemplo do que acontece na nossa vizinha Espanha, onde «95%» dos funcionários públicos, os quais têm liberdade de opção, escolhem ser assistidos «pelo sector privado». Gabriel Masfurrol, presidente da USP Hospitales, VII Fórum Saúde do DE.

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3 Comments:

Blogger Tá visto said...

Segundo o relatório e contas de 2006, o encargo médio anual da ADSE com cada beneficiário foi de 700 euros. Este é, na prática, o valor do apoio que estes funcionários públicos vão receber por ano. A ADSE conta com cerca de 1,3 milhões de beneficiários, suportando anualmente uma despesa global de 867 milhões de euros.

Baseado nesta informação e fazendo contas muito simples, resulta que a ADSE gasta em média com cada beneficiário a quantia de 50 euros/mês (700/14). Sabendo-se que o desconto para o subsistema é de 1,5 % sobre o vencimento mensal, resulta que, para ser solvente, tal percentagem deveria incidir sobre um valor médio mensal de 3,333 euros, seguramente muito acima do valor real. Ou seja, a sustentabilidade da ADSE está a ser assegurada através de uma importante transferência de verbas do orçamento de estado (o que não é novidade).
A actual opção de “opting out”, sendo um estímulo à saída do sistema dos funcionários públicos de mais altos rendimentos, só pode vir a agravar o actual deficit financeiro. Portanto, para se manter o precário equilíbrio actual, ou se verifica uma redução progressiva dos benefícios assistenciais, e/ou quem fica no sistema passa a pagar mais, e/ou o esforço pedido aos contribuintes para manter o subsistema dos funcionários públicos terá de aumentar.
Os pobres que paguem a crise, parece ser uma vez mais o lema de quem nos vem governando. Até quando?

10:52 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Sim, senhor, grande conclusão?!
E quanto gasta o Estado em média com cada cidadão? Procurando ser mais preciso: qual o montante médio das despesas públicas de saúde por habitante?
Vá ver-se e depois vamos ao debate sobre a sustentabilidade financeira da ADSE e, então, também do SNS.

3:40 da tarde  
Blogger Tá visto said...

Meu caro "tonitosa", mas tem duvidas que esta é uma solução que prejudica os que menos recebem dentro da função pública? O que o governo vem propor é a desnatação da ADSE estimulando a saída dos de maior rendimento. Portanto o bolo vai necessariamente diminuir e quem fica vai ser pior servido, a não ser que se venha pedir mais aos contribuintes o que me parece inaceitável.

12:53 da manhã  

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