segunda-feira, julho 7

Inspecção, não!

foto APHP
Foram divulgadas recentemente as conclusões do Relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) sobre as (irregularidades) das Salas de Partos das unidades sociais e privadas de saúde.
Confrontado com as más notícias, Teófilo Ribeiro Leite, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), não se deu por preocupado, uma vez que "o estudo do IGAS é a repetição do que a ERS fez há um ano". Pura perda de tempo, portanto. Além disso, "os critérios importantes são a certificação dos profissionais, que é feita pela Ordem dos Médicos, e as boas condições físicas das unidades e dos equipamentos”. link
Concluindo: Para o eng.º TRL, a inspecção da IGAS, desprovida de critérios importantes, não conta. E rematou com uma das conclusões do relatório da OPSS, recentemente publicado: “os serviços de saúde prestados nas unidades privadas, de excelente qualidade, são superiores aos prestados nos serviços de saúde públicos". (estudos destes, fazem um jeitão)

Face a estas declarações do presidente da APHP, tive curiosidade em saber o que é que esta associação entende por Regulação (da Saúde). link
Ora aí vai…

Regulação, uma oportunidade de eficiência na Saúde
«Neste contexto, impõe-se, não a necessidade de inspecção, mas de regulação forte, de todo o sistema de saúde. Uma regulação que enquadre devidamente a prestação privada, que cada vez mais se afirma e diferencia pela qualidade. Uma regulação moderna, que inclusive envolva o próprio prestador (self-regulation).
Embora seja um termo pouco usual entre nós, a regulação, do ponto de vista do seu significado, pode ser definida como o funcionamento correcto e equilibrado de um sistema complexo.
Entendemos que a ERS deverá ter um espectro de actuação sobre todo o sistema de saúde e não limitar as suas competências à regulação dos prestadores não públicos.
A APHP considera relevante uma regulação que assegure: a liberdade de escolha da unidade de saúde a nível Europeu (segunda etapa de um processo que em Portugal passa ainda por assegurar a liberdade de escolha a nível nacional), o acesso a iguais cuidados de saúde para todos, um elevado nível de qualidade da oferta de cuidados de saúde e a sustentabilidade financeira do sistema português de saúde, recorrendo a um modelo assente na separação clara entre o financiamento e a prestação
TRL, Colóquio «Regulação em Saúde» , AR, 03 de Julho de 2007

ERS: Sim; IGAS: Não. Cada um que descodifique.

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2 Comments:

Blogger e-pá! said...

O meu espanto é:

O sector privado da Saúde sempre lidou com financiamentos, seguros e quejandos e, exige, de modo aberto, um "mercado de saúde". Fiquei sem saber, se europeu, se nacional. Para o caso tanto faz.

Agora,apresenta-se como perito em prestação de serviços de Saúde de qualidade (de excelência, impressiona mais!) onde nunca investiu uma palha.
O que fez foi parasitar o SNS.
Relembro-me da célebre frase de Freitas do Amaral:
"é preciso topete!"

10:50 da manhã  
Blogger Tá visto said...

Outra questão apontada por Teófilo Leite é a dos critérios de avaliação da IGAS. "Os critérios importantes são a certificação dos profissionais, que é feita pela Ordem dos Médicos, e as boas condições físicas das unidades e dos equipamentos, e não o número de partos abaixo dos 1500 por ano, como o ministério estabeleceu, não por razões de saúde mas económicas, para os blocos de parto públicos".

IGAS para quê? Na perspectiva deste senhor a boa prática, traduzida na % de cesarianas, complicações de parto e neonatais, não conta. O que é importante é que tudo seja feito por médicos encartados exercendo em boas condições físicas e tecnológicas.

9:15 da tarde  

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