Mudança de Política (2)
"O número de alternativas para o exercício privado da medicina, principalmente nos grandes centros urbanos, que se tornam financeiramente atractivas para os médicos, enquanto permanece a indefinição do seu futuro profissional no sistema público". link Ana Jorge
O renascer de esperança do pessoal médico.
Etiquetas: Politica de Saúde
6 Comments:
I WOULD NOT GO!
Os médicos servem para tudo! Até por por intermédio de tterceiros "atacarem" a Ministra.
Quase todos trabalham no SNS.
Outros, para além do trabalho público, fazem uma "perninha" no sector privado, social ou cooperativo (a tal "promiscuidade" que ciclicamente vem à baila...).
Aí consolidam conhecimentos, fazem o tirocínio nos bancos e desenvolvem o dedempenho nas enefermarias, blocos opertórios. "Aprendem" a fazer consultas externas nos suas disciplinas.
Constitiuem um "exército" de algumas dezenas de milhrar pelo País.
O sector privado foi lá "sacar" cerca de 800 no último ano. Sacou "selectivamente" (aqui não se colocam problemas de custos de formação), como quis, onde quis.
Só o futuro vai dizer se "apostou" bem.
Entretanto, dezenas de milhares de médicos continuam no SNS.
O SNS, suporta praticamente todo a área de urgência (pelo menos o "grosso" da questão) em todo o País.
O Serviço Privado não tem qualquer experiencia e "passado" na área da emergência médica.
Quando disse que não iria a um Hospital privado num caso grave. Estava pura e simplesmente a exoressar a prudência peculiar com que as mulheres encaram a vida...
Mas há motivações políticas que envolvem esta questão, em devido tempo, devem ser dissecadas.
Por, pelo menos, 10,7 milhões de euros, qualquer empresa pode candidatar-se à compra do terreno situado junto do Martim Moniz, em Lisboa, mas tem que garantir que não o venderá de seguida e, mais, tem de o direccionar para os cuidados continuados. Segundo o caderno de encargos, a que o Diário Económico teve acesso, a futura utilização do hospital tem de ser destinada a “cuidados continuados integrados num conjunto de intervenções sequenciais de saúde ou de apoio social”. As propostas de compra do espaço – 12 quilómetros quadrados – têm de ser entregues até ao próximo dia 18. Depois, a Estamo, SA (empresa incumbida de gerir este património do Estado) tem até meio de Setembro para decidir quem ficará com o terreno. O objectivo do Ministério da Saúde é fechar os hospitais de São José, Capuchos, D. Estefânia e Santa Marta, substituindo-os, quando estiver a funcionar, pelo novo hospital de Todos-os-Santos, o primeiro hospital a ser lançado em parceria público-privada sem a componente da gestão clínica.
DE 09.07.08
Primeiro a trapalhada sobre os helicópteros prometidos para as regiões que ficaram sem serviço de urgências.
Agora a trapalhada com que se pretendeu recuar.
Não foi o Ministério da Saúde a clarificar o assunto, mas sim um deputado socialista, para quem "não são as declarações de um qualquer alto funcionário que pôem em causa um compromisso solene".
O Ministério da Saúde mudou para o Largo do Rato ?
Caro tambemquero:
"Primeiro a trapalhada sobre os helicópteros prometidos para as regiões que ficaram sem serviço de urgências".
Não será bem assim. Os helicopteros não foram prometidos. Estão contractualizados nos acordos que CC andou a fazer pelo País com as Câmaras, para travar a contestação.
Assim, não é uma promessa adiada.
É uma quebra de contracto. Habitual neste Governo.
Aliás, as recentes notícias de que o INEM estaria (como diria Durão Barroso) de "tanga", foi o primeiro prenúncio desta medida.
Veremos se a contenção não vai mais longe e atinge, por exemplo, as VMER's, etc.
Tudo é possível!
A Ministra deve ter tido vergonha de anunciar esta medida. Não foi ela que andou a divulgá-la.
Portanto, o anúncio do deputado socialista iliba-a, de certo modo, mas "afunda" o PS.
Não andará por aqui a "mão" de Manuela Ferreira Leite?
Por lapso, não referi que o comentário anterior foi retirado do JP 10.07.08 (sobe e desce, última página).
Esta situação, a meu ver, tem mais a ver com as sucessivas desautorizações do primeiro ministro em relação aos seus ministros.
Ficou célebre a da negociação do acordo com a ANF.
Quantos elefantes, Correia de Campos não teve de engolir devido a este episódio.
Recentemente coube a vez ao ministro da Agricultura.
Moral da história: O nosso primeiro ministro é o maior!
Ana Jorge lança apelo durante workshop organizado pela DGS
«Cultura de segurança» precisa-se
Preocupada com os problemas associados à segurança clínica, a ministra da Saúde entende que se torna necessário consolidar uma «cultura de segurança». Para tal, é «essencial» a notificação de erros e eventos adversos, bem como a existência de um registo nacional com partilha de dados.
A «identificação precoce do risco» e a «adopção de normas e princípios que o minimizem» são, para a ministra da Saúde, as bases fundamentais para que «se estabeleça e consolide uma cultura de segurança» no nosso país. «Cultura esta que deverá ser uma prática perfeitamente interiorizada nos nossos cuidados de saúde», especificou Ana Jorge na sessão de abertura do 1.º Workshop Formativo sobre Segurança Clínica, organizado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) no passado dia 30 de Junho, em Lisboa.
De acordo com a governante, é igualmente «essencial» a notificação dos erros e eventos adversos», mas adoptando-se «uma postura não punitiva e um ambiente de confiança dos profissionais na resposta do sistema de Saúde». Por outro lado, a ministra considera «importante» a existência de um registo nacional «que permita uma partilha de informação, da qual resultem evidentes benefícios para os doentes e para os profissionais».
Na mesma ocasião, o director-geral da Saúde, Francisco George, revelou a mesma preocupação, lembrando que Portugal «ainda tem um insuficiente sistema de notificação de situações adversas». Na opinião do responsável, «temos de encontrar uma forma de notificar os incidentes», recorrendo a um «sistema não punitivo mas também não imune».
Segundo Francisco George, «em cada cem internamentos poderão ocorrer dez problemas, dos quais sete poderão ser infecções, algumas muito graves, podendo mesmo levar à morte do doente». Outros incidentes susceptíveis de acontecer são úlceras, traumatismos, entre outros. Por isso, sustentou a necessidade de «evitar que estes incidentes ocorram tão frequentemente em doentes que são internados por outros motivos».
Por seu turno, Ana Jorge admitiu que os problemas associados à segurança clínica implicam «consequências a nível individual, familiar e até mesmo social, uma vez que acarretam pesados custos para os sistemas de Saúde». Além disso, frisou que «uma cultura institucional, envolvendo os profissionais das diferentes áreas, baseada em critérios de segurança clínica, é geradora de uma maior confiança do cidadão nas instituições». Nesse sentido, acredita que «é fundamental que em Portugal se continuem a implementar boas práticas de segurança em todos os níveis dos cuidados de saúde».
Entre as «apostas que têm sido feitas» neste âmbito, pelo Serviço Nacional de Saúde, Ana Jorge apontou a «prevenção da infecção associada aos cuidados de saúde» e a «prevenção e controlo da resistência aos antibióticos», objectivos já integrados no Plano Nacional de Saúde.
Higiene das mãos é uma prioridade
Francisco George aproveitou a ocasião para anunciar o arranque, previsto para 7 de Outubro, de uma campanha que visa «promover a lavagem das mãos com solução anti-séptica alcoólica adequada», não só entre médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar, mas também entre doentes e visitantes. Também a ministra sublinhou a «participação activa dos doentes na prestação de cuidados», mas apontou como público-alvo os profissionais de saúde. Na sua opinião, «é fundamental» que quem trabalha nesta área não utilize acessórios nos dedos e apresente «cuidado com a higiene das mãos e unhas» para, assim, «evitar problemas graves». «Somos nós, os profissionais dentro das instituições de saúde, os principais responsáveis e não quem entra nas instituições», rematou.
Para a concretização desta campanha torna-se importante a parceria assinada, no passado dia 1, entre a DGS e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH). De acordo com o director-geral da Saúde, o protocolo destina-se a «levar a todos, incluindo cidadãos, de forma mais abrangente, a importância da lavagem das mãos como primeira etapa para prevenir a infecção relacionada com a prestação de cuidados de saúde». Sobre esta parceria, Cristina Costa, chefe da Divisão da Segurança Clínica da DGS, explicou ao «Tempo Medicina» que «o SUCH apercebeu-se do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde e propôs à DGS associar-se para consolidar as actividades desse programa». Assim, a DGS irá «aproveitar o know-how do SUCH nas áreas da comunicação de eventos e estratégias» para «passar a mensagem», nomeadamente «no caso da campanha da higiene das mãos». Além disso, o protocolo deverá também abranger os «instrumentos e estratégias de comunicação e de informação», o que está relacionado com «aplicações informáticas».
Exemplo espanhol
Convidada a apresentar o exemplo espanhol, Maria del Mar Maillo, da Agência da Qualidade do SNS de Espanha, explicou que foram estabelecidos «convénios e contratos» com as comunidades autónomas versando sobre a «segurança dos doentes». Os princípios gerais sobre esta matéria, alinhados pelo Ministério da Saúde espanhol, reúnem o apoio de 140 associações profissionais, 22 associações de doentes e consumidores e ainda de diversas universidades, agências e escolas sanitárias.
A palestrante explicou que o objectivo de assegurar a segurança dos doentes é perseguido através de diversas estratégias comunicacionais, nomeadamente, a realização de acções de formação, análises de percepção e boletins informativos. Uma das intenções passa por «ter uma plataforma de informação à disposição dos profissionais com todos os recursos». Além disso, é incentivada a componente de investigação, para «promover o conhecimento sobre a segurança do doente e favorecer a sua aplicação na prática clínica».
A «participação dos doentes» é também estimulada, pelo que foram realizadas entrevistas, focus groups, e diversos workshops. Este ano decorreram já acções de «formação básica para líderes de doentes».
Em suma, Maria del Mar Maillo afirmou que o SNS espanhol «é bastante seguro, mas existem oportunidades de melhoria», nomeadamente no que diz respeito ao «uso de medicamentos e procedimentos». Entre as principais barreiras detectadas, a responsável referiu a «falta de cultura, de formação e comunicação, e ainda a resistência à mudança». Nas sua palavras, a «mudança de cultura deve chegar aos gestores, clínicos, doentes e cidadãos».
«Manter e consolidar o obtido até agora» é um dos passos seguintes, assim como «desenvolver novas oportunidades». Por outro lado, há que «medir, analisar e comunicar os dados», expandir a cultura de segurança» e implicar profissionais e doentes» em todo o processo.
TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2008.07.07
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